Sob o tema Lazer, o episódio apresenta, por meio do depoimento dos entrevistados, algumas das questões que a pessoa com deficiência tem de lidar quando vai a bares, restaurantes, cinema, teatro, estádios de futebol ou assistir a competições desportivas; ou ainda viajar, ir à praia etc.
Desta vez, os depoimentos da blogueira Ana Kelly, do atleta profissional de rugby em cadeira de rodas Lucas Junqueira, do humorista Paulo Fabião e do mágico ilusionista Vagner Molina, mais conhecido como Mágico Burke, lançam um alerta da questão da acessibilidade, que ainda é pouco observada em muitos estabelecimentos e áreas de lazer, sejam elas públicas ou privadas.
Por um lado, a pessoa com deficiência perde em opções de locais para conhecer e se sociabilizar. Por outro, os estabelecimentos comerciais, hotéis e pousadas, entre outros, deixam de lucrar e fidelizar um público ávido por uma rede de serviços que os atenda. O que acontece, no final, é que toda a sociedade perde.
Lucas Junqueira lembra a atitude normalmente tomada pela pessoa com deficiência ao ir a um local sem a infraestrutura adequada para atendê-lo. “É um dos lugares em que você, ou fica um tempo reduzido, ou então é um lugar que eu risco da lista para ir. Se uma pessoa que não tem deficiência tem livre acesso a algum lugar, uma pessoa que tem deficiência ou alguma limitação também deveria ter”, afirma o atleta de rugby em cadeira de rodas.
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“O parque foi obrigado a colocar alguma coisa aqui para que eu pudesse acessar. Não! O parque tem que ter alguma coisa ali, para que todo mundo possa acessar. Não é público? ”, observar a blogueira Ana Kelly, que usa prótese em uma das pernas.
Porém, mesmo com a falta de infraestrutura e de serviços que atendam à pessoa com deficiência, os entrevistados são unânimes em afirmar a relevância de esse público continuar a buscar atividades de lazer e ressaltar a importância de que seus direitos devem ser garantidos.
“Eu gosto muito de samba, gosto mesmo! Mas eu vou para qualquer lugar, cara. Se tiver escada, pede ajuda. Mas vai, véio! Vai cara. O importante é você estar indo, cara”, considera o humorista Paulo Fabião, que é cadeirante.
“Se eu tenho um final de semana livre, eu vou surfar. As pessoas falam: Mas surfar? E eu respondo: É, surfar, por quê, qual o problema?”, destaca o Mágico Burke sobre o fato de as pessoas ficarem impressionadas por ele utilizar prótese e ainda surfar.
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“A gente não tem que abrir mão desses pequenos prazeres por causa da nossa deficiência. É aí que a gente perde em visibilidade, em inclusão. Porque as pessoas só vão começar a ver a nossa deficiência como algo normal, algo natural, quando a gente estiver lá”, conclui Ana Kelly.
Acessibilidade
Há uma série de leis e normas criadas para garantir os direitos ou dar diretrizes para o atendimento das pessoas com deficiência; desde o Decreto 6.949/2009, que Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, até a Norma ABNT NBR 15599:2008, que fornece diretrizes gerais a serem observadas para acessibilidade em comunicação na prestação de serviços. Uma das mais relevantes é a LBI – Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015), conhecida também como Estatuto da Pessoa com Deficiência, que foi promulgada em 6 de julho de 2015, após 15 anos de tramitação no Congresso Nacional, e entrou em vigor em janeiro de 2016.
A LBI determina, por exemplo, que as salas de cinema devem oferecer, em todas as sessões, recursos de acessibilidade para a pessoa com deficiência.
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No quesito hospedagem, 10% dos dormitórios de hotéis e pousadas devem ser acessíveis e que ao menos uma unidade acessível seja garantida para pessoa com deficiência.
Em termos de transporte, as frotas de empresas de táxi devem reservar 10% de seus veículos acessíveis à pessoa com deficiência. Também é proibido cobrar tarifa diferenciada ou valores adicionais pelo serviço de táxi prestado à PcD.
Já as locadoras de veículos são obrigadas a disponibilizar um veículo adaptado para uso de PcD, a cada conjunto de 20 veículos de sua frota. O veículo adaptado deverá ter, no mínimo, câmbio automático, direção hidráulica, vidros elétricos e comandos manuais de freio e de embreagem.
A lei também prevê que é assegurado à pessoa com deficiência, mediante solicitação, o recebimento de contas, boletos, recibos, extratos e cobranças de tributos em formato acessível.
A primeira Websérie de oito episódios, lançados entre novembro e dezembro de 2015, apresentou histórias reais de seis pessoas que fazem a diferença na vida do próximo com atitudes simples, mas essenciais. Os seis personagens são pessoas comuns que decidiram realizar ações voluntárias em prol de uma causa. Estimulados por diferentes motivações, mas tendo em comum a ideia de que pequenas atitudes podem gerar grandes transformações, os personagens são exemplos de que uma pessoa com vontade e iniciativa para se dedicar parte de seu tempo em benefício do próximo pode influenciar seu entorno e contribuir com mudanças fundamentais na sociedade e na vida de outras pessoas.
Já a segunda Websérie, também apresentou em seis episódios veiculados entre 25 de janeiro e 1 de março deste ano, relatos de seis pessoas que superaram dificuldades, conquistaram objetivos que não só mudaram suas vidas, mas também os estimularam a fazer do próprio exemplo uma ferramenta de transformação.
“A ideia é mostrar que somos todos agentes de transformação, que podemos contribuir com nossas atitudes com uma sociedade mais inclusiva, justa e que propicie o bem-estar das pessoas”, ressalta Gouw.
Todos os episódios das Webséries podem ser conferidos no Canal do Youtube da Sompo Seguros.
Fotos: Divulgação