“Um acidente me ajudou a lembrar de ser mais grata pelas pequenas coisas”, diz artista-educadora

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Gabriele e o filho, Reiki: com o bordado, a artista-educadora expressa a sua gratidão por estar viva

No início de 2018, a artista-educadora Gabriele Valente, de 37 anos, do Rio de Janeiro, sofreu um grave acidente de carro. Ela precisou de nove meses de reabilitação para voltar a andar normalmente. Durante todo o processo, ela usou o bordado para se expressar e ressignificar tudo pelo que passou. Aqui, Gabriele conta como encontrou a gratidão nesse caminho.

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“Após ter meu filho, Reiki, em 2016, comecei a trabalhar com massagem para bebês. Mas, em fevereiro de 2018, sofri um grave acidente de carro na Avenida Brasil, com meu filho no banco traseiro. Felizmente, ele teve só um arranhão. Fomos resgatados por um motociclista que dirigia atrás de mim. Tive toda a parte esquerda do meu corpo atingida e precisei parar com as massagens. Fiquei em reabilitação física por nove meses e pude voltar a andar normalmente. Mas sinto que até hoje estou me recuperando.

“Por meio do bordado, o hábito de agradecer se fez cada vez mais presente no meu dia a dia. Bordei até os meus exames de raio X.”

Como minha família é de Porto Alegre, contei com a ajuda dos meus amigos do Rio. A primeira amiga que soube do acidente criou um grupo de WhatsApp para manter todos informados: virou a família virtual Valente Feliz, com cerca de setenta pessoas, entre familiares e amigos. Eles foram a minha maior rede de apoio. Durante o processo de fisioterapia da última cirurgia no meu joelho, o bordado me deu raízes. E foi através dele que agradecer por estar viva se fez cada vez mais presente no meu dia a dia. Bordei até os meus exames de raio X.

A ressignificação do acidente através da arte é uma forma de expressar meu agradecimento e contribuiu muito para a minha recuperação. O acidente me ajudou a prestar mais atenção a esse sentimento chamado gratidão e a lembrar de ser mais grata pelas pequenas coisas, como conseguir respirar, escutar, enxergar, pular. Também sou grata aos meus pais, que me proporcionam estar viva aqui hoje. Nosso corpo e a nossa própria vida já são uma forma de graça. Hoje eu me sinto muito amada e cuidada.”

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Texto: Juan Ortiz, Caroline Guarnieri e Mariana Alves
Foto: Yulli Nakamura
Conteúdo extraído da reportagem “Um olhar para a gratidão”, publicada originalmente na Sorria #83, em fevereiro de 2022.

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