Produzir sapatos feitos de plástico retirado dos oceanos é a nova aposta de sucesso da Adidas, que transformou milhões de garrafas plásticas descartadas indevidamente em tênis de corrida de alto desempenho.
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Com 11 garrafas recicladas, é possível produzir um par de tênis de corrida pra lá de futuristas, incluindo na confecção da peça o revestimento dos calcanhares, das capas dos forros das meias e o design externo.
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Parece um sonho distante, mas o eco-tênis já é uma realidade bastante lucrativa, inclusive, para a Adidas.
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A ideia surgiu em 2015, quando a multinacional alemã somou forças ao grupo ambientalista Parley for The Oceans para desenvolverem, em conjunto, o inovador calçado.
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O fundador da Parley, Cyrill Gutsch, comunicou à época que a Adidas estava desenvolvendo dezenas de modelos de calçados que seriam produzidos posteriormente com plástico retirado dos oceanos. Quatro anos depois, e o projeto dá as caras.
Em 2016, a Adidas se comprometeu a parar de usar sacolas plásticas em suas 2.900 lojas de varejo espalhadas pelo mundo, com o objetivo de economizar 70 milhões de sacolas plásticas por ano, trocando-as por sacolas de papel em sua rede de filiais.
No ano seguinte, em 2017, cerca de 5,5 milhões de garrafas de plástico foram usadas para produzir 1 milhão de eco-tênis UltraBoost em três versões diferentes, conforme informou o CEO da Adidas, Kasper Rorsted.
“Este ano a meta é produzir 7 milhões de pares de calçados”, disse Eric Liedtke, membro do conselho executivo da Adidas, em comunicado à imprensa.
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“Depois de um milhão de pares de calçados produzidos em 2017, cinco milhões em 2018, planejamos produzir onze milhões de pares de calçados contendo plástico dos oceanos reciclado em 2019.”
Apesar dos tênis terem um preço de até US$ 220 (R$ 850) por par, o feedback dos consumidores têm sido bastante positivo, valorizando seu design leve, moderno e durável.
A marca também conseguiu se conectar de forma bem sucedida com os consumidores, mostrando que eles estão preocupados com o crescente aumento da quantidade de plástico nos oceanos; e que estes estão dispostos a pagar um pouco mais caro para comprar produtos personalizados e eco-friendly.
“A Adidas, por meio da sua nova linha de produtos à base de plástico reciclado oferece aos nossos consumidores um real valor agregado além da aparência, funcionalidade e qualidade do produto,” acrescentou Eric, membro do conselho executivo.
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Além da linha de calçados, a empresa também produz camisetas de material reciclado, como as utilizadas pelos jogadores da Liga dos Campeões, para clubes como o Bayern de Munique, da Alemanha, conforme publicamos aqui.
De acordo com o Fórum Econômico Mundial, os plásticos são despejados em nossos oceanos a uma taxa de um caminhão por minuto, impactando fortemente a vida marinha. Para piorar, mais de 480 bilhões de garrafas plásticas foram vendidas em todo o mundo em 2016 – meio trilhão em 2017 e 2018 – o que representa um aumento de cerca de 300 bilhões de garrafas a mais em comparação com uma década atrás. Uma porcentagem ainda considerada baixa é reciclada.
Segundo a organização Global Citizen, alguns países têm legislado sobre a proibição do uso de plásticos em certas circunstâncias, como a Escócia, Taiwan e Quênia, ao passo que cidades como Nova Delhi e Vancouver aplicaram alguma lei que proíbe a circulação de plástico, visando reduzir o consumo entre os cidadãos.
“Hoje não há desculpa para qualquer empresa usar plástico novo e virgem”, diz Cyrill Gutsch, fundador da Parley. “Provamos que os consumidores estão dispostos a pagar um pouco mais e preferem produtos feitos de ‘plástico oceânico’ do que outros tipos de produtos não-recicláveis.”
Essa maneira inovadora de reutilizar o plástico pode não parar apenas nos eco-tênis (felizmente!), pois o material pode ser triturado e transformado em fibras que podem ser tecidas em uma infinidade de produtos diferentes, como móveis, decks e até camisetas.
A Adidas planeja produzir todos os seus produtos com plástico reciclado até 2020 – uma excelente iniciativa para ajudar o ecossistema e, de quebra, uma ótima tacada de marketing também (e tá tudo bem!). Esperamos que mais empresas sigam a cartilha!
Matéria escrita por Gabriel Pietro.
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