Algemada por policiais durante uma audiência em Duque de Caxias (RJ), em setembro, a advogada Valéria Lucia dos Santos, 48 anos, viu o número dos seus clientes triplicar.
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Em entrevista para o Universa, Valéria contou que vai abrir um escritório esta semana, em frente ao fórum de Duque de Caixas, para focar nas minorias e que está dando palestras pelo país.
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“A exposição de uma coisa ruim virou algo positivo. Triplicou o número de casos que chegam a mim, inclusive, os de racismo. Já tenho o de três meninas reprovadas numa entrevista de empreso para estoquista de loja porque não tinham, segundo os empregadores, características para o cargo”, afirma a advogada.
A juíza que chamou a polícia para algemar Valéria, após uma discussão, foi inocentada por uma comissão dos Juizados Especiais do Tribunal do Rio de Janeiro (TJ-RJ) de qualquer prática abusiva. Segundo a investigação, Valéria teria se jogado no chão e se debatido.
A Comissão de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) tenta recorrer da decisão no Conselho Nacional de Justiça.
Palestras
Valéria cobra cerca de mil reais por palestra e, em cada estado que passa, aproveita para fazer duas ou três audiências, por 100 reais, cada uma.
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De enfermeira à advogada
Valéria trabalhou como enfermeira até concluir a faculdade de Direito, em agosto de 2016. Antes do episódio do mês passado, ela atuava de casa e prestava serviços para um escritório duas vezes por semana, elaborando petições, recursos e participando de audiências, como a que foi algemada.
Impedida de ver os filhos
Na juventude, Valéria foi jogadora de basquete profissional e viajou para os Estados Unidos no fim dos anos 1990. Lá, ela conheceu o pai de seus dois filhos, com quem foi casada por seis anos. Em 2005, Valéria voltou ao Brasil, com os filhos, para cuidar da mãe, diagnosticada com câncer.
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Ela combinou com o ex-marido de dividirem a criação dos filhos, temendo pela dos meninos no Rio de Janeiro: as crianças morariam nos Estados Unidos com ele e voltariam ao Brasil para passar as férias escolares com ela. Porém, desde 2011, Valéria não os vê. Ela conta que não consegue visitá-los devido à falta de dinheiro e porque precisou cuidar da mãe, que morreu em 2016.
“Acredito que ele tenha dito que preferi a minha carreira a eles, porque o mais velho é arredio comigo. Não abandonei meus filhos, tanto que consegui uma liminar para que ele deixe a gente ter contato via internet. Se não cumprir, vai ter que tomar uma multa”, desabafa a advogada.
O filho mais velho tem 17 anos e estuda engenharia na Carolina do Norte, e o de 15 está concluindo o Ensino Médio na Flórida.
[Nota da Redação]
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crédito da foto: Bruno Marins/OAB RJ
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