É difícil acreditar que vivemos numa época em que a humanidade discute a colonização espacial e a internet de altíssima velocidade, mas ainda enfrenta desafios considerados básicos e fundamentais, como a falta de água potável para consumo.
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De fato, estima-se que um bilhão de pessoas não tenha acesso ao componente mais importante da vida em suas casas. A falta de água potável causa mais mortes no mundo do que HIV/AIDS e malária juntas!
Sensível a esse problema crônico e disposta a fazer alguma diferença, a empresa P&G, por trás de marcas como Oral-B, Gillette e Pantene, desenvolveu o P&G Sachet, um produto social inovador que converte água suja e potencialmente mortal em perfeita para o consumo em apenas 30 minutos.
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O sachêzinho é uma mini-estação de tratamento de água. Com apenas 4 gramas do componente, é possível transformar 10 litros de água imprópria para consumo em perfeitamente utilizável, seja para saciar a sede, seja para a preparação de alimentos.
E olha, o processo de purificação da água é incrivelmente simples, dinâmico e conveniente.
Parece mágica: basta despejar o conteúdo do sachê em um recipiente com dez litros de água não potável. Depois é preciso mexer a mistura por cinco minutos e aguardar outros cinco para a sujeira decantar. É lindo ver a separação entre a água pura e os detritos que se acumulam no fundo do recipiente.
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Por fim, deve-se passar a água para outro recipiente com um filtro (uma camiseta ou pano de algodão serve) e aguardar mais 20 minutos para que o bactericida faça efeito e destrua todos os micro-organismos nocivos à saúde. Em 30 minutos, uma água barrenta e contaminada se transforma em água perfeita para uso.
O sachê contém uma mistura de sulfato ferroso e hipoclorito de cálcio que elimina 99,99% das bactérias (incluindo aquelas que causam cólera), 99,99% dos vírus (incluindo aqueles que causam hepatite A) e 99,9% dos protozoários. Além disso, reduz a incidência de doenças diarreicas em até 90% e remove a sujeira e os poluentes, como metais pesados (arsênico e chumbos) e praguicidas.
Trata-se de um produto verdadeiramente revolucionário, uma vez que dados da Organização das Nações Unidas apontam que 1.600 crianças com idade de até cinco anos morrem em decorrência da diarreia por dia no mundo.
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Água potável para todos
Apenas fornecer água potável pode reduzir o risco de doenças e morte em até 50%. O poder da água pura pode manter crianças saudáveis para que elas possam ir à escola, o que as capacita para oportunidades econômicas e dá uma chance para as famílias terem uma vida melhor.
Desde que o programa começou em 2004, a P&G forneceu mais de 15 bilhões de litros de água potável, o que ajudou a evitar milhões de doenças e salvar milhares de vidas.
Produzido em Singapura, ele é distribuído gratuitamente para mais de 90 países ao redor do mundo por meio de uma rede de parcerias com instituições sem fins lucrativos, como a ChildFund e a Fundação Amazonas Sustentável (FAS). Essas organizações fornecem sachês para as áreas rurais, onde as comunidades não têm acesso à água potável, e em momentos de desastres naturais e outras emergências.
Desde 2004, a companhia forneceu mais de 15 bilhões de litros de água potável para pessoas necessitadas de todo o mundo.
Atuação no Brasil
No Brasil desde 2014, já são mais de 68 milhões de litros de água doados e 38 mil pessoas beneficiadas.
“Apenas no Brasil há mais de 35 milhões de pessoas sem acesso à água tratada (17% da população). É um problema muito grave que afeta, principalmente, o desenvolvimento infantil. Nosso propósito sempre foi melhorar a vida das pessoas e isso inclui atuar, diretamente, em questões essenciais para o seu dia-a-dia, como ter acesso a um direito básico de todo cidadão, a água potável”, afirma Juliana Azevedo, presidente da P&G Brasil.
“Os sachês purificadores mostram como o poder de inovação da P&G pode melhorar a vida das pessoas. Essa iniciativa faz parte dos nossos esforços corporativos de identificar com nossos parceiros de negócio oportunidades para desenvolver outros tipos de projetos que unam a força e a expertise de cada empresa”, explica Juliana.
Uma parceria foi feita entre a ChildFund Brasil e a P&G para aumentar o acesso a água potável para pessoas que utilizam fontes inseguras de água, como poços cavados à mão e rios.
Em Chapada do Norte (MG), município de 15 mil habitantes no coração do Vale do Jequitinhonha, os sachês são distribuídos semanalmente nas escolas, onde são entregues às crianças, que levam dezenas deles para casa, no posto de saúde local, onde está à disposição para a população em geral, nas comunidades rurais do entorno, como a de Batieiro e de Poções e em outros municípios do entorno.
As famílias são devidamente orientadas e supervisionadas em todo o processo. Promotores de saúde e higiene, treinados pela P&G, colaboram com o monitoramento do processo, desenvolvido num total de nove municípios do Vale do Jequitinhonha.
“Antes, a gente tinha abundância de água, mas não tinha qualidade”, lembra Raimundo Nonato Rodrigues, 60 anos, auxiliar de enfermagem há 35 anos em Chapada do Norte. “Aí vinham as infecções.”
O Seu Antônio Ribeiro Gomes, 76 anos, pai de oito filhos, conhece como ninguém os problemas causados: “A água é suja, poluída. Não serve nem para lavar aos pés”. A esposa e um dos filhos têm problemas de pele, e todos da família já tiveram problemas envolvendo dores de barriga, diarreia e vômito. “O povo estava adoecendo e morrendo por causa dessa água.”
Já o Seu Raimundo relata mortes devido à diarreia: “A maior parte causada principalmente devido à água que a gente consumia”. A dona de casa Janaína Gomes de Almeida, 22 anos, diz que sua solução era usar um coador. “Só que o filtro só tira a impureza maior. Mas tinha que beber isso mesmo, não tinha outra.”
Com a chegada do sachê, a população de Chapada do Norte, Araçuaí e entorno experienciou uma queda drástica no número de casos de doenças relacionadas à má qualidade da água – ânsia de vômito e diarreia, por exemplo, reduziram-se à metade.
O produto purificador possui o singular propósito de ser um projeto social: jamais será comercializado, garante Daniela Gil Rios, da área de Relações Governamentais da P&G. Além disso, a P&G trabalha para manter a independência institucional do sachê e sua manutenção a longo prazo. “Como todo programa assistencial, a ideia é deixar as pessoas cada vez menos dependentes.”
Para isso, o foco está nas relações governamentais. “A gente tem todo interesse em discutir políticas públicas e alternativas com o governo, de uma forma muito mais institucional do que política.”
A ideia é dar continuidade ao projeto, sem prazos de término ou conclusão. “É muito mais do que saúde. São crianças que acabam contraindo menos doenças e não deixam de ir para a escola”, diz a colega Valentina Menoni, gerente de Comunicação da P&G.
Com a melhora da qualidade de vida e de saúde dos alunos, os professores notaram mais disposição por parte deles em estudar. “Dá para perceber a diferença do aluno da comunidade onde é utilizada o sachê”, diz o professor Maryson José Lages, 45 anos. “Os alunos da vila são bastante ativos, se alimentam melhor que os demais.”
Assim, os municípios do Vale, historicamente negligenciados e esquecidos pelo Estado, avançam a passos largos em direção à universalização da água potável. “É um purificador que cobre uma necessidade básica. É um direito humano”, diz Valentina.
Histórias do Jequitinhonha
Uma estrada sinuosa, estreita… estamos a caminho do Vale do Jequitinhonha, no nordeste de Minas Gerais, uma das regiões mais pobres do país.
Um Brasil esquecido passa pela janela; nosso destino é a cidade de Araçuaí, uma terra que, apesar das dificuldades, exibe uma cultura riquíssima e uma culinária apurada.
A região tem áreas e sotaques nordestinos, afinal, estamos quase na divisa com a Bahia. Com 36 mil habitantes, Araçuaí é o lar de um povo humilde, que com criatividade, encontrou a solução para seu maior problema: a falta de oportunidades.
Aprendendo brincando
Uma casa simples, à sombra de uma mangueira, janelas e portas sempre abertas para o aprendizado. Na cozinha, se ensina português e matemática.
O salão é o espaço da democracia, das descobertas, da terapia. Já no quarto, a música não dorme, pelo contrário, é ela que desperta a transformação.
É nesta casa pintada com tinta feita de terra, próxima à Zona Rural, que 180 meninos e meninas de Araçuaí são preparados para uma vida melhor. Aqui funciona o projeto “Ser Criança“, onde a garotada aprende de tudo… brincando!
Não só a ler e a escrever, mas também a cozinhar, a respeitar o coleguinha e a cuidar bem da natureza.
“Eles fazem tudo na roda: aprendem a conversar, a serem pessoas melhores, a respeitar os amigos e a família”, diz Cleia da Silva, educadora e coordenadora do projeto Ser Criança.
Hoje educadora dessas crianças, Cleia já foi uma delas, pois é uma semente que cresceu no projeto. Nos anos em que participou da iniciativa, até marcenaria aprendeu. “Eu fazia mesinhas, bancos… Meu pai não gostava nem um pouco da ideia de eu vir a ser marceneira. Até que certo dia ele veio conhecer o projeto, olhou para os móveis que eu tinha feito e achou o máximo”, conta.
O Ouro Fino das Gerais
O Vale do Jequitinhonha é uma fonte inesgotável de riqueza e de saber. E cada dia mais fortalece em cada um dos que mora aqui, o sentimento de identidade que abre caminhos para a cultura popular, fazendo subsistir a sua cultura com a corajosa dignidade do resistir e resgatar valores, planejando seu futuro sem se esquecer do passado.
O Coral Nós de Minas é parte da permanência e continuidade desses saberes. Seu canto promove o bem social e valoriza o que os moradores do Jequitinhonha têm de mais precioso: sua história, suas origens e sua cultura.
Advindos da comunidade de Freire Cardoso (mais conhecido como Ouro Fino), em Coronel Murta, o grupo traz qualidade de vida e felicidade aos seus jovens integrantes, ao passo que todos ali fazem aquilo que mais gostam e apreciam: cantar.
Os jovens do coral gravaram recentemente seu primeiro CD, “Caminhos do Jequitinhonha”, com canções tradicionais surgidas no Vale. “Tentamos através das músicas recolhidas no Jequitinhonha, produzir registros culturais específicos, marcantes, identificando o nosso povo, nosso lugar, origem, tradição, história, enfim, sua trajetória através do tempo”, disse Luciano Silveira, regente do Coral Nós de Minas.
“Visamos o reconhecimento das antigas músicas populares que se impõem como um importante instrumento de trabalho na direção e preservação de nossa identidade e de nossa imagem dentro do país. Como Coral, queremos abrir novos caminhos pelo sertão – um caminho de gente simples e sábia, gente que conserva e mantém sua cultura”, conclui.
“Eles têm um ritmo alegre, movimentos suaves, simplicidade e muita raiz! Tem coisas nesses ‘Nós’ que perambulam dentro de mim e que me deixam bem pertinho deles. Talvez as origens. As origens pelo lugar; as origens pela natureza da história de labutas; as origens pela cultura”, comenta Joaquim Celso Freira, professor universitário que acompanha o Coral Nós de Minas.
Joaquim elogia a produção dos meninos, que caracteriza como “bonita e carregada” sem deixar de ser singela. “Puro encantamento. Quando estou escutando-os, me transporto para a janela do meu quarto quando criança. Ouço a minha avó, minha mãe e minhas tias cantarolando pelos quintais; nos quaradores de roupa; na casa de farinha… no pé da máquina de fiar ou ao pé do fogão preparando o mais gostoso de todos os pratos, o cozido com amor”, relembra.
A nostalgia não para por aí. Ele continua: “sabe gente… me deu vontade de voltar atrás; não é impossível, eu voltei. Fechei os olhos e cantei “plantei meu pé de alecrim, meu pé de alecrim não pegou… no prazo de quinze dias meu pé de alecrim deu fulô”.
São tantos os caminhos do Jequitinhonha: caminhos de labuta, de vidas secas, de sertões e veredas. Caminhos que levam e trazem esperanças e gente de tantos brasis. Caminhos que carregam tradições e que levam à contemporaneidade. “Vida longa a ‘Nós de Minas’, que percorrerão outras estradas, além de muitos caminhos do Jequitinhonha”, conclui o professor.
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