Em 2014, a artista visual Maristela Ribeiro, professora do Instituto Federal da Bahia (Ifba), instalou incríveis fotografias em tamanho real nas fachadas de casas do povoado de Morrinhos, no leste baiano.
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O projeto, que começou com oficinas de arte e fotografia à população, visou mostrar a realidade de Morrinhos aos seus próprios moradores e ao mundo.
“Não encontrei nenhuma imagem da comunidade, que existe desde 1940. Imaginei trazer a paisagem regional e usar as casas como telhado”, conta Maristela, cuja iniciativa fez parte de sua pesquisa de doutorado em Artes na Universidade Federal da Bahia (UFBA).
As fotografias adesivadas embelezaram a comunidade e transformou a autoestima da população. À época, 9 das 90 residências do local já contavam com o papel de parede que, à primeira vista, parece uma ilusão de ótica.
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Maristela explica que tudo se trata de uma metáfora. “Meu objetivo era que as casas desaparecessem. Para mim, era uma metáfora sobre o esquecimento do local, sobre como essas pessoas são deixadas de lado e se tornam invisíveis”.
Boa parte dos moradores de Morrinhos vivem em casas simples de taipa (terra batida), sem saneamento básico. A principal fonte de renda deles, além da agricultura familiar, é o Bolsa Família.
Para a artista visual, seu objetivo foi alcançado. Como prova, ela cita uma moradora, Dona Maria Luísa, que achou que sua casa tinha desaparecido. “Eu demorei para achar a porta, na primeira vez”, lembra a idosa. Só depois de ver o poste ao lado da residência, ela conseguiu identificá-la. “Agora, olho o poste! A porta fica perto dele”.
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Os vizinhos também ficaram encucados. “Perguntavam: cadê a casa de Luísa? Agora, todo mundo está encantado”, diz Maristela.
A Dona Doralice Lopes, 88 anos, teve uma reação semelhante. “Perguntei: cadê minha casa, gente? Achei que tinha sumido! Quando saí, minha casa era branca. Voltei e estava verde!”, brinca ela, feliz da vida.
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A idosa jamais havia visto uma foto em tamanho real. Ficou deslumbrada ao vê-la pela primeira vez. “Eu nasci, me criei e perdi os dentes em Morrinhos, mas nunca tinha visto uma coisa tão bonita!”.
De acordo com a lavradora Joana Lopes, 52, as fachadas das residências se tornaram o cartão postal de Morrinhos.
“O povo vem filmar, gravar, tirar foto. […] Ver a casa assim é bom demais. Pena que a gente ainda não tem condições para reformar dentro, né?”, diz ela, que carrega a expectativa de reconstruir em breve sua residência feita com adubo de barro.
Tomara que sim, dona Joana! 🙏
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Fonte: Correio 24h
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