Quem convive com o autismo sabe que uma das principais características dessas pessoas é a hipersensibilidade auditiva. O barulho incomoda tanto que é capaz de fazer o autista chorar ou impedir que ele tenha uma vida funcional.
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A dentista Carol sabe bem o que é isso porque sempre sofreu muito com esse problema. “Eu tinha crises constantes, precisava me deitar no chão, vomitar ou tinha muita dor de cabeça”, conta.
Ela, como milhares de pessoas com o Transtorno do Espectro Autista, só recebeu o diagnóstico tardiamente, aos 28 anos de idade, foi quando conseguiu compreender porque enfrentava tantas dificuldades na vida.
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“Minha vida profissional foi um fracasso, acumulei dívidas, abandonei a profissão e tentei suicídio. Foi quando comecei o acompanhamento e veio o diagnóstico de Asperger”, narrou.
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A virada para ela veio ao participar de um evento chamado Hackathon, que reúne programadores e designers em torno de desenvolvimento de soluções para problemas cotidianos.
“Eles procuravam uma solução para a inclusão dos autistas no mercado de trabalho, pensei que se existisse algo que automaticamente cancelasse apenas as frequências que causam hipersensibilidade no autista, poderia melhorar a qualidade de vida de muitos deles”, disse.
Autista pode escolher qual frequência vai ouvir e anular todos os outros ruídos
Carol se engajou com uma equipe de 5 jovens de todo o país, que são neurotípicos. Eles otimizaram a sua ideia e desenvolveram um fone de cancelamento por condução óssea associado a um aplicativo que o próprio autista consegue regular quais frequências vai ouvir e quais vai anular.
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“Isso quer dizer que diferentemente dos abafadores de ruído, nosso fone permite, por exemplo, que um autista esteja na sala de aula e programe para ouvir apenas a frequência da voz da professora. Os outros ruídos podem ser cancelados“, explicou.
O protótipo Austic está sendo testado e em breve deve ser disponibilizado no mercado. A iniciativa ganhou o Hackathon, realizado pela Autismo Tech em primeiro lugar, e hoje tem como apoioadores CEOs do Magazine Luiza e do Carrefour. “Atualmente estamos procurando investidores para que possamos transformar o protótipo em realidade. Já temos uma lista enorme de interessados”, disse.
Veja um pouco da vida de Carol e como funciona o dispositivo:
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“Eu acho que eu poder estar ajudando a desenvolver algo que pode ajudar outros autistas, significa muito mais que um fone, significa esperança e representatividade. A partir do momento em que eles me escutaram e desenvolveram uma inteligência artificial para os autistas, mostra que nossa comunidade tem voz”, falou Carol.
Tudo o que você precisa saber sobre o autismo para começar a compreendê-lo
[Nota da Redação]
Estamos com um projeto especial com a Lancôme falando sobre a importância de compartilhar felicidade. Para ler todas as histórias clique aqui.
Carol faz crochê para pagar faculdade de medicina
A descoberta do seu diagnóstico e a iniciativa do fone despertaram em Carol a motivação de estudar mais sobre o autismo e a inteligência artificial associada à medicina. E assim ela começou a cursar medicina.
Mas por causa dos problemas financeiros que acumulou antes de saber que era autista, ela não conseguiu financiamento para o curso e não tinha reservas financeiras. Para isso, a jovem faz crochê. “Meu sonho é terminar a faculdade de medicina. Quero ser neuropediatra e ajudar outros autistas“, disse.
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Ela também está desenvolvendo um projeto voluntário, o Autizando. Carol vai criar um aplicativo que conecta profissionais que estão dispostos a atender voluntariamente pessoas autistas com as famílias dessas pessoas. A dentista também tem uma tia com autismo severo.
“Eu preciso lutar pelos autistas não verbais. Precisamos mostrar que nossos pensamentos ‘diferentes’ e fora da caixa devem ser levados em consideração. Essa é a bandeira que eu levo desde meu diagnóstico“, finalizou.
Carol, você é inspiração e representatividade!!!
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