Você já ouviu falar sobre Fenilcetonúria? Se não, a gente explica. É uma síndrome caracterizada pelo excesso do aminoácido fenilalanina (Phe) no sangue. A alta concentração desse aminoácido é tóxica para o sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal).
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Se pra você o termo é novo, deve ser porque a Fenilcetonúria é uma doença rara: no mundo a prevalência é de 1 para cada 100 mil nascidos vivos; enquanto no Brasil é de 1 para cada 15 mil recém-nascidos.
“Os principais sinais e sintomas são atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, hiperatividade, comportamento agressivo ou tipo autista, alterações cutâneas, como eczema, tremores, hipotonicidade, odor característico na urina e suor”, explica a médica pediatra Maria Christina, da APAE São Paulo.
A Fenilcetonúria pode ser diagnosticada no teste do pezinho, forma mais rápida de detecção da doença, oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “É de suma importância para o paciente o diagnóstico precoce, antes mesmo que surjam sinais e sintomas da doença”, completa a médica.
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Mas o exame de triagem neonatal deve ser feito corretamente: o sangue precisa ser colhido a partir de 48 horas do nascimento até o 5º dia de vida do bebê, depois de receber uma fonte de proteína alimentar, preferencialmente o leite materno ou a fórmula infantil. Infelizmente, há situações em que o exame não é realizado adequadamente.
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“A orientação é que o sangue seja coletado entre o 3º e o 5º dia de vida. O exame deve ser realizado por equipe de profissionais treinados. O papel filtro em que o sangue será coletado deve estar adequadamente armazenado, para evitar umidade e proliferação de fungos. O sangue deve ser coletado e preenchidos todos os 5 círculos. A secagem do papel filtro deve ser em temperatura ambiente por 3 horas, e de forma horizontal, para o sangue se espalhar de forma homogênea”, explica Maria Christina.
Segundo a pediatra, esses procedimentos evitam resultados com erros ou a necessidade de uma coleta nova, retardando o início do tratamento. “O resultado do teste do pezinho deve ser entregue à família e ao médico responsável o mais rápido possível. As equipes técnicas dos serviços privados devem realizar a busca ativa dos testes alterados, bem como manter um contato próximo com os Serviços de Referência em Triagem Neonatal.”
Uma dieta controlada, mas para todo mundo!
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Os pais da Thuany Medeiros, 28 anos, fizeram o teste do pezinho e foi diagnosticada a Fenilcetonúria. Naquela época, o exame não era obrigatório: foi uma escolha dos pais. Ela iniciou o tratamento com 29 dias de vida.
“Acredito que nessa hora, Deus tocou no coração dos meus pais para que eles não ouvissem esse médico e que fizessem o teste do pezinho, o tão importante teste do pezinho!”, disse Thuany, hoje professora e criadora do perfil no Instagram blogfenilcetonuria.
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“A doença nunca foi um empecilho em minha vida, porém quando falamos em qualidade de vida, percebo que nem todos têm a mesma oportunidade que eu tive, de ter um tratamento adequado, alimentação correta… Hoje, mesmo com um pouco de dificuldade, conseguimos encontrar alimentos que adequamos a nossa dieta”, relata a paciente.
A Fenilcetonúria é uma doença crônica e sem cura. Isso quer dizer que o controle dietético é para o resto da vida. O aminoácido que se acumula na corrente sanguínea é encontrado em alimentos ricos em proteínas: frango, carne, ovos, laticínios, nozes, grãos e leguminosas.
“São mantidos na dieta: frutas, legumes e outros alimentos com baixos teores de fenilalanina. A dieta deve ser suplementada com fórmulas metabólicas que consistem em uma mistura de aminoácidos isenta de fenilalanina”, reforça a especialista Dra. Maria Christina.
O @blogfenilcetonuria é um diário alimentar de Thuany: traz dicas de alimentos e receitas adaptadas para pessoas com Fenilcetonúria. Mas o conteúdo não é restrito a esse público. “Afinal, a Fenilcetonúria nos proporciona uma alimentação saudável, o que muitas pessoas têm procurado hoje, comer bem para viver melhor”.
“A falta de conhecimento sobre a doença leva a falta de produtos no mercado, uma vez que somos raros e o mercado consumidor não é o mesmo que para produtos diet, por exemplo”, afirma Thuany. O legal é que Thuany não está sozinha. Além do @blogfenilcetonuria, existe o @receitaspku_lavinia, @receitinhaspku e a Vanessa Leon (van_veg_), que produz e comercializa produtos fenilcetonúricos.
[Nota da Redação]
Hoje, dia 14.03, faremos uma transmissão ao vivo com a Dra. Maria Christina, pediatra da APAE SP, e falaremos sobre a Fenilcetonúria e vamos tirar dúvidas 😉 Participe com a gente, fique de olho na nossa página do Facebook.
crédito das fotos: Thuany Medeiros
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