O câncer de mama não tem idade certa. Por outro lado, no Sistema Único de Saúde, a mamografia, exame que detecta a presença de nódulos, é restrita para mulheres na faixa etária que vai dos 50 aos 69 anos de idade.
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Apesar de ser o tipo de câncer mais incidente entre as mulheres no Brasil, muitas têm que esperar atingir a idade “mínima” para fazer a mamografia no SUS, principalmente aquelas das camadas mais pobres da população.
Na falta de um plano de saúde para realizar o exame na rede privada, resta esperar… Com todos os problemas causados por um diagnóstico tardio. Para tentar mudar essa realidade, a ONG Américas Amigas, Intel e Diagnext.com somaram esforços e criaram uma solução.
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Estamos falando de uma carreta equipada com um mamógrafo, computadores para visualizar e transmitir exames e capacidade de atender até 80 pacientes por dia. Na carreta, diferente do que acontece no SUS, qualquer mulher acima dos 40 anos em situação de vulnerabilidade social pode realizar o exame.
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Mirna Hallay de Andrade, Gerente Geral da ONG, fundada em 2009 com a missão de reduzir a taxa de mortalidade por câncer de mama entre as brasileiras em situação de vulnerabilidade social, comenta sobre a parceria com a Intel para botar o projeto na rua.
“A parceria com a Intel representou um salto de inovação tecnológica para o fluxo de atendimento na Unidade Móvel, pois permitiu que os exames sejam transmitidos para serviços de laudos à distância”, disse.
“Além disso, as imagens dos exames passaram a ser guardadas na nuvem. Na ação Temporada Amazônia, graças ao avanço tecnológico promovido pela Intel, estamos implantando o sistema de prontuário eletrônico, que agilizará o atendimento, substituindo a necessidade de que os dados das pacientes sejam integrados de forma digital em vez de coletados manualmente”, completou.
O resultado do exame é extremamente rápido, levando menos de 5 minutos. No atendimento, agendado previamente no site da América Amigas, a paciente pode passar por exames complementares de ultrassom de mama e encaminhada para consulta com mastologista e biópsia, caso necessário.
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No menor sinal de suspeita da doença, o acompanhamento se estende até a inserção da mulher no SUS. A assistida é incluída no Programa de Navegação de Pacientes da Américas Amigas e realiza gratuitamente as consultas e todos os demais exames necessários para o esclarecimento diagnóstico.”
A carreta já rodou por 15 cidades do Estado de São Paulo e outras cidades do país, como Palmas (TO), São Luís (MA), Belém (PA), Cuiabá (MT) e Manaus (AM), Brasília (DF), Poções (BA), Santarém (PA) resultando em benefícios para centenas de mulheres.
“Fui questionada se já havia feito a minha mamografia anual, pois passava dos 40 anos”
Daniela conheceu a carreta em março de 2020, durante uma visita representando a empresa de um amigo, em São Paulo. De cara, se apaixonou pelo projeto
“Apesar de estar lá a trabalho, eu estava em um momento de desemprego. Logo, eu me reconheci em muitas mulheres que iam até a carreta para fazer sua mamografia. Mulheres que não conseguem ser atendidas nas UBS’s de suas cidades e quando conseguem ficam meses, anos esperando uma vaga para fazer a mamografia”, contou.
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Daniela ainda não havia feito o exame. Então, fez sua primeira mamografia na carreta. Apesar de ter um nódulo estável há mais de 20 anos, o médico a encaminhou para a biópsia. O que a deixou um pouco brava, pois morre de medo de agulha.
“Entramos em lockdown, por conta da pandemia, e deixei esse pensamento de lado. Só me dei conta quando a Américas Amigas me ligou dizendo que já havia agendado a biópsia na Unifesp. Peguei o resultado 40 dias depois. No momento que o médico me disse que eu estava sim com câncer de mama, eu não escutei mais nada do que ele falava. Eu só conseguia rezar mentalmente, pois eu já me sentia curada”, recorda.
Um dia depois, a assistente social ligou para Daniela informando que ela tinha uma consulta marcada no Hospital Pérola Byington, “para mim foi um choque, pois eu não esperava que 48 horas do momento do diagnóstico positivo eu já estaria encaminhada para tratamento”. Todo esse processo foi monitorado pela Américas Amigas, que em momento algum deixou de acompanhar Daniela.
No Pérola Byington, Daniela descobriu a gravidade do tumor. Começaria o tratamento dali uma semana. “Foi um processo a jato, eu diria. Nunca na minha vida eu imaginaria que conseguiria um tratamento pelo SUS com tamanha rapidez e excelência”.
O tratamento se estendeu até maio de 2021, quando, enfim, Daniela tocou o sino da vitória contra o câncer de mama. Ao seu lado, haviam muitas mulheres com 25 anos ou mais realizando o mesmo tratamento, provando que a doença não é exclusiva de faixa etária A, B ou C.
“O câncer não espera. Ele tira a vida de centenas de mulheres que poderiam estar vivas, trabalhando, cuidando de suas famílias. Mas é necessário um exame, e esse exame é a mamografia. É por isso que sempre que eu posso, eu falo por elas porque eu sou uma delas”, concluiu.
A tecnologia salva vidas! No ano em que a Intel completa 35 anos no País, contaremos algumas dessas histórias aqui.
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