O Marcos Lima ficou cego aos 6 anos de idade, mas ser cego não define quem ele é. O que ainda é um grande problema é a falta de acessibilidade e a falta de empatia das pessoas.
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Marcos nasceu com glaucoma congênito, uma condição rara que pode ser herdada ou causada pelo desenvolvimento incorreto do sistema de drenagem do olho antes do nascimento. Além de causar baixa visão, a doença fazia com que uma pressão intraocular o deixasse sensível a luz, tanto artificial quanto a do sol.
Entre os oito meses e os 4 anos de idade, Marcos passou por 16 cirurgias com recuperações que o privavam de brincar na rua por conta da fotossensibilidade. Quando ele perdeu totalmente a visão, aos seis anos, se sentiu aliviado. Enxergar era traumático para ele.
Por isso, ele não se apega à cura da sua deficiência mesmo sendo questionado rotineiramente sobre isso. O que o Marcos deseja é que as pessoas passem a enxergar as pessoas com deficiência e as diferenças de uma forma positiva porque o mundo não está preparado para pessoas que, assim como ele, têm deficiência visual.
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Ao todo, 85% da informação a nossa volta é visual e, por conta disso, mesmo buscando autonomia e independência para a sua vida, o Marcos entende que precisa de outras pessoas para fazer algumas coisas, como atravessar a rua ou montar seu prato de comida no restaurante – e tá tudo bem!
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O que não é nada legal é a falta de sinalização sonora nos semáforos, pisos táteis e outras adaptações para pessoas com deficiência visual.
Além disso, outro incomodo para os deficientes visuais, segundo o Marcos, é quando rola a falta de empatia. Sabe aquele cocô de cachorro na rua que o dono não recolhe? Então, pra quem enxerga já é chato, imagina pra um cego que não tem nem como desviar? Pois é… e quando tem mesas de restaurantes na calçada e nenhuma sinalização, como fica?
Há muita coisa que precisa ser repensada de maneira que respeite todo mundo (e isso não depende só de gestão pública, tem que ter bom senso mesmo). São algumas atitudes que mudam as vidas das pessoas com deficiência.
Um bom exemplo de que a acessibilidade traz oportunidade é o fato do Marcos, em 2008, ter sido convidado para ser o primeiro brasileiro cego a esquiar. E se ele desceu uma rampa de 200 metros no meio da neve, por que tem que ser difícil pegar um ônibus no Rio de Janeiro?
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E tudo isso faz a gente refletir que o problema não é a deficiência, mas sim a estrutura social que não consegue se adaptar de forma empática àqueles que não estão no padrão.
O legal é que o Marcos leva tudo isso numa boa e passa essas informações de um jeito único. Ele vem desconstruindo tabus sobre a deficiência visual para mais de 180 mil inscritos no canal Histórias de Cego e também nas palestras mundo afora que ele faz.
Assista ao depoimento do Marcos na sessão 45 do canal ter.a.pia:
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