Com R$ 5.000 e cansados de esperar, moradores constroem ponte orçada em R$ 270 mil
Por duas décadas, os moradores dos bairros da Nova Esperança e São Luiz, em Barra Mansa, no Rio de Janeiro, aguardaram a prefeitura contruir a ponte ligando os dois locais.
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Há um mês, as pessoas da região resolveram elas mesmas se mobilizar e resolver o problema. Cerca de cem moradores se uniram tanto para arrecadar o valor, de R$5000, quanto os materiais de construção e, por fim, construir a ponte de 24 metros.
Detalhe, a prefeitura havia orçado esta obra em R$ 270 mil. Além deste absurdo, os moradores não levaram nem um mês para finalizar a ponte de três pilares. O trabalho dos moradores acontecia apenas aos sábados e domingos, ou seja, foram necessários, na realidade, oito dias de trabalho para construí-la.
A iniciativa partiu das donas de casa Juracy da Conceição e Manoelina dos Santos, pois apenas um dos bairros conta com posto de saúde para atendimento médico e retirada de remédios. E sem esta travessia, era preciso caminhar cerca de dois quilômetros.
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“Eu moro neste bairro há 49 anos. Sempre tivemos que improvisar com pedaços de madeira para atravessar o riacho. O problema é que ficava muito frágil e perigoso”, lembra Manoelina, 72, em entrevista ao UOL. “Quando a chuva vinha, destruía tudo, porque o nível da água subia muito. Não dava nem para visitar os amigos ou ir à igreja, que também fica do outro lado.”
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“Quem tinha dinheiro ajudou com dinheiro. Quem não tinha ajudou com mão de obra. A gente brinca por aqui que foi a obra do cadinho”, diz o comerciante Adalto José Soares, 52, e filho de Manoelina. “Cadinho de um, cadinho de outro. Arregaçamos as mangas, porque se tivéssemos esperando pela prefeitura estaríamos sem a ponte até agora.”
“Fizemos a ponte com três pilares, com três metros de profundidade cada um. É toda de concreto e ferro, bem segura. Desde 2014, a prefeitura só nos dizia que não tinha como fazer a obra, porque não tinha verba, faltava dinheiro, o país estava em crise”, afirma Soares. “E nós conseguimos deixar tudo pronto em apenas um mês. Brincadeira, né?”
Em nota oficial, a Susesp (Superintendências de Obras e Serviços Públicos de Barra Mansa) explicou que, “como foi feita sem o aval da prefeitura, não tem como garantir que houve um projeto elaborado com um cálculo estrutural eficiente, prevendo, por exemplo, a variação do nível do rio, a incidência de arraste de objetos pela correnteza e especificação de materiais condizentes com o projeto. Também não foram observadas normas para a acessibilidade”.
Fonte: Notícias Uol
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