A Movva, primeira startup de nudgebots do mundo, participou de um estudo da Universidade de Pennsylvania (UPenn), nos Estados Unidos, e da Universidade de Zurique (UZH), na Suíça, sobre ferramentas para melhorar a educação pública na Costa do Marfim.
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O país, que fica na região Oeste da África, registra altos índices crianças trabalhando. O trabalho nas plantações de cacau é um dos principais responsáveis pelos péssimos níveis de aprendizagem no país, que está abaixo da média da África sub-saariana em matemática.
A pesquisa documentou que mais de 40% das crianças do primeiro ciclo do Ensino Fundamental (a partir de 7 anos) trabalham no campo. A evasão escolar é de mais de 10% ao ano, e a repetência, em torno de 15%.
Além disso, a Costa do Marfim está inserida em um contexto em que é comum disciplinar as crianças por meio da punição física – uma cultura difícil de ser mudada –, o que dificulta ainda mais a aprendizagem.
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Para contribuir com a mudança de cultura de punição física e trabalho infantil, incentivando o engajamento dos pais na vida escolar dos filhos e para mitigar o ciclo vicioso que culmina em repetência e evasão, os pesquisadores Guilherme Lichand (UZH) e Sharon Wolf (U Penn) testaram o nudgebot de engajamento educational da Movva.
O negócio de impacto social foi acelerado pela Artemisia, organização pioneira no Brasil no fomento e aceleração de negócios de impacto social.
Os nudgebots são robozinhos como os chatbots, mas que são focados em mudança de hábito. Na prática, a solução une os nudges – reforços positivos que sugerem comportamentos e incentivam escolhas que promovam a mudança de comportamento – aos bots, que são programas de computador criados para realizar tarefas repetitivas e automatizadas.
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Para engajamento educacional, a Movva desenvolveu o Eduq+ que envia nudges semanais, via SMS, com conteúdos e atividades incentivando a comunidade escolar se engajar na educação de jovens e crianças.
O experimento com o Eduq+ na Costa do Marfim começou em novembro de 2018 em parceria com a Jacobs Foundation e o Ministério da Educação local, e enfrentou contextos sociais diferentes aos que a Movva estava habituada com o trabalho que vem realizando no Brasil desde 2016.
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Em um continente totalmente diferente, com outros idiomas, outro tipo de relação entre família e escola e com altíssima incidência de trabalho infantil (cerca de 40%, contra menos de 10% no Brasil). Os resultados foram muito relevantes.
Resultados
- O uso da punição corporal caiu consistentemente entre as famílias que receberam os nudges.
- Os alunos cujos pais receberam os nudges faltaram apenas metade das vezes do que aqueles que não receberam na região em que a colheita de cacau se estendeu durante o ano escolar.
- No primeiro ciclo dos anos iniciais do Ensino Fundamental, as mensagens de texto para as famílias melhoraram a aprendizagem em leitura e matemática – como se as crianças cujos pais receberam os nudges estivessem um bimestre mais avançadas na escola do que aqueles que não receberam.
- A evasão escolar diminuiu em todas as séries em cerca de 50%, chegando à redução de 70% no primeiro ciclo dos anos finais do Ensino Fundamental.
- Nesse ciclo, a repetência caiu em um terço.
Somente em função das economias geradas pela menor repetência, o Ministério da Educação ivoriano poderia economizar 5 milhões de dólares por ano (líquidos dos custos com o nudgebot) se o Eduq+ fosse adotado em escala.
“Os resultados encontrados são surpreendentemente parecidos com aqueles que um estudo anterior realizado no Brasil, que encontrou melhoria de aprendizagem da mesma magnitude e redução da repetência de também um terço, entre os alunos do 9o ano do Ensino Fundamental na rede pública de São Paulo. No Brasil, os ganhos potenciais são ainda maiores: o Eduq+ tem potencial de aumentar o Ideb em 0.4 ao mesmo tempo em que economiza recursos das Secretarias de Educação ao reduzir a repetência, ou seja, uma economia estimada em mais de 12 reais para cada real investido no nudgebot”, afirma Guilherme Lichand, cofundador e presidente do Conselho da Movva.
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Fotos: Divulgação
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