Em 2010, Zilda Fátima de Almeida foi diagnosticada com um câncer de útero. Na mesma semana, ela foi atropelada e na queda o fêmur saiu do lugar.
Durante um mês inteiro, dona Zilda fez vários exames para saber qual seria o melhor tratamento para o câncer e para a lesão. Dois acontecimentos trágicos que seriam ainda mais difíceis de superar se ao seu lado não estivesse seu único filho, Matheus Soares de Almeida Silva.
Zilda começou a tratar o câncer e a lesão até que, no início de 2011, o ortopedista disse que o fêmur havia saído do lugar novamente (ao dormir de mal jeito, no transporte ou até mesmo na própria fisioterapia), e que isso demandava uma cirurgia de prótese, que precisaria ser feita o quanto antes.
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No entanto, a mãe de Matheus tinha ainda o câncer para tratar. Ela foi orientada a esperar o fim do tratamento. Foram 28 sessões de radioterapia.
Zilda estava sem poder andar: ela saída da cama do seu quarto para ambulância, da ambulância para a mesa de radioterapia e de lá para casa, em São Sebastião do Paraíso, Minas Gerais. Depois de mais quatro braquiterapia, um tipo de radioterapia interna, ela foi curada do câncer.
Ela pôde fazer a cirurgia no fêmur, mas quando as coisas pareciam melhorar, dona Zilda sofreu um AVC isquêmico do lado direito, que comprometeu toda parte esquerda do seu corpo. Desde então, ela depende de cuidadoras, terapeutas ocupacionais, enfermeiras, fisioterapeutas e médicos para viver com o mínimo de dignidade.
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Mas, a força para viver dias melhores vem principalmente de Matheus. Ele teve que tirar força de onde não tinha. Muitas pessoas já disseram para Matheus que não suportariam ver os pais, avós e outros entes queridos na situação de dona Zilda.
“O que eu digo é que se você tiver amor, você terá forças. Você não sabe como, mas tem”, disse Matheus em conversa com o Razões para Acreditar.
“O difícil é quando a poeira baixa. Tive momentos depressivos, em que queria me afastar. Momentos em que me aproximei demais. Ao longo do tempo fui aprendendo a lidar e, hoje, procuro conciliar momentos só meus, momentos só da minha mãe e momentos nossos.”
Um dos momentos a dois que Matheus e Zilda mais gostam são as corridas de 5 km que eles fazem juntos. Este ano, Matheus comprou um triciclo adaptado para a mãe poder sentir o vento bater no rosto, que ela ama. O incentivo das pessoas também é como um sopro de vida para Zilda.
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“A energia que o pessoal passa pra gente nas corridas é surreal! Minha mãe acha o máximo, ela se sente importante. Ela gosta bastante, não pela corrida em si, mas pelo vento no rosto e pelas palavras de incentivo. As pessoas não têm noção do poder das palavras delas nas nossas vidas”, afirma Matheus.
crédito das fotos: Matheus Soares de Almeida Silva/Arquivo pessoal