(Por Laura Gonçalves Sucena)
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
Brincar de passa anel, elástico, roda, amarelinha e corda. As brincadeiras antigas foram resgatadas e ganharam destaque na creche Bento Quirino como instrumento para o desenvolvimento infantil. Entre uma atividade e outra, os jogos e a diversão passaram a fazer parte do dia a dia da criançada.
Na creche parceira da Fundação FEAC, as mais de 240 crianças, de 2 a 5 anos e 11 meses, aprenderam um novo brincar e o desafio de despertar o interesse dos pequenos foi conquistado pela curiosidade. “O projeto surgiu da necessidade de apresentar aos pequenos as brincadeiras que fizeram parte da infância de seus pais e das professoras. Além disso, esse brincar possibilita o resgate de valores sociais essenciais, é uma forma de comunicação entre as gerações e um instrumento de aprendizagem”, explicou a coordenadora pedagógica Jeise Pereira de Matos.
Visando o desenvolvimento dos pequenos, a equipe pedagógica da instituição pensou em utilizar os jogos e brincadeiras para estimular a imaginação da criançada. A diversão de antigamente demanda correr e pular, o que exige mais do corpo, dá noção de espaço, ajuda na coordenação motora e equilíbrio, além de proporcionar ensinamentos importantes como aprender a dividir, seguir regras e respeitar o próximo.
Leia Mais
“Acreditamos que esse projeto de resgatar brincadeiras antigas também estabelece vínculos afetivos, mostra a importância da amizade e da parceria. E também desenvolve e estimula a psicomotricidade, habilidades de coordenação motora grossa e fina, lateralidade e noção espacial”, garantiu Jeise.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
Segundo a coordenadora, ao pular corda, por exemplo, a criança compreende sua ação, desenvolve o pensamento lógico-matemático por meio da relação entre espaço-tempo, além de valorizar a cultura das brincadeiras de seus pais e familiares. As brincadeiras também estimulam diferentes linguagem, raciocínio lógico, atenção e concentração.
Os pequenos Vinícius, de 6 anos, e Morramed, de 5, são provas de que as brincadeiras resgatadas são um sucesso entre todas as crianças. “Achei o bilboquê muito legal e gosto de jogar bexiga com água porque está muito calor”, falou Morramed. “Corda cansa, mas eu consigo pular 30 vezes sem parar. Gosto mesmo é de futebol. Amarelinha eu já pulei, mas é coisa de criança e eu já cresci”, completou Vinícius.
De acordo com Adriana Nunes da Silva, assessora técnica do programa Primeira Infância em Foco (PIF) do Departamento de Educação da FEAC, é um desafio resgatar com as famílias a importância do lúdico na infância, fora do ambiente escolar. “Insegurança, medo e trânsito são algumas realidades que impedem que as famílias propiciem tempo, espaço e liberdade para que as crianças se entreguem ao prazer genuíno da brincadeira. Diante da realidade, a escola é o espaço considerado seguro para que as brincadeiras aconteçam e já que brincar é construir parceria, nada melhor do que crianças fortalecerem laços com seus familiares, dentro do contexto educacional”, pontuou.
O resgate de brincadeiras tradicionais propõe aos adultos uma volta ao tempo para recordar de sua infância, ao mesmo que instiga reflexões sobre a qualidade dos momentos de brincar oferecidos às crianças de hoje. “O trabalho realizado na Bento Quirino deve ser mantido. É importante promover o encontro de gerações, crianças e famílias, dentro da escola, que é um espaço, essencialmente, de brincadeira e que propicia a troca de conhecimentos, interações e aprendizados. As vivências oferecidas provocam na criança o prazer em ser criança”, ressaltou Adriana.
Famílias presentes
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
“Ouvimos questionamentos das crianças sobre o que fazíamos na nossa infância, do que brincávamos. Eles tinham muito interesse em saber se na nossa época utilizávamos tablets, celulares e computadores, pois essa é a realidade da maioria. Percebemos também que muitas famílias deixam seus filhos brincando com esses equipamentos e tínhamos que fazer alguma coisa”, observou Jeise.
Para colocar em prática o projeto e não deixar as brincadeiras antigas se perderem na era digital, a creche Bento Quirino resolveu unir forças com as famílias. “Sempre procuramos trazer os pais e familiares para dentro da instituição e percebemos que com o resgate dessas brincadeiras seria interessante contar com o apoio de todos”, comentou a coordenadora.
Com isso, foi realizada uma pesquisa para saber quais brincadeiras os pais gostavam em suas infâncias. “Os pais participaram e gostaram da nossa ideia. As crianças também se animaram de brincar como seus pais faziam. Isso gerou uma integração maior, uma cumplicidade. Hoje percebemos que os pequenos ficam animados e gostam das brincadeiras propostas e também pedem para os pais ensinarem coisas novas”, falou a professora Andrea Souza Brito.
Projeto Reciclagem
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
Com as brincadeiras sendo aprovadas pelas crianças, novas ideias foram surgindo e a creche resolveu utilizar materiais reciclados para confeccionar brinquedos. “Uma coisa foi puxando a outra e acabamos solicitando que as famílias doassem materiais reciclados para que pudéssemos criar. Foram diversas caixas de leite, garrafas pets e muito mais”, contou Jeise.
No projeto, a ideia é conscientizar os alunos da importância da reciclagem para o meio ambiente, promovendo hábitos de reciclagem, reutilizando materiais para outras finalidades, inclusive para as brincadeiras dos pequeninos.
Com a criação dos brinquedos não estruturados, as professoras e alunos começaram a fazer uma casinha para as crianças, com paredes de caixa de leite, móveis de garrafas pets e eletrodomésticos de papelão. O ‘imóvel’ deve ficar pronto até o final do ano. “Todos estão participando, as famílias estão contentes e participativas, e as crianças ansiosas para o resultado final. É importante que as crianças conheçam novas brincadeiras utilizando objetos construídos por eles porque desenvolvem a criatividade e conscientizam sobre a importância da reciclagem para o meio ambiente”, completou a professora Andrea.
Saiba mais:
Quer ver a sua pauta no Razões? Clique aqui e seja um colaborador do maior site de boas notícias do Brasil.