Morando em São Paulo, em uma paisagem muito urbana, o barista gaúcho Taniel Kurtz, 36 anos, começou a sentir falta da natureza. Para resolver o problema, decidiu comprar plantas. Em pouco tempo, chegou a ter 600 espécies em seu pequeno apartamento. Foram elas que o ajudaram a lidar com uma depressão grave, como ele conta no depoimento a seguir.
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“Há seis anos, me mudei para o apartamento em que moro hoje, ao lado do Elevado Costa e Silva, o famoso Minhocão. Achei legal porque era uma vista muito paulistana. Mais ou menos nessa época, tirei férias e fui visitar a minha família em Cachoeira do Sul, no interior gaúcho, onde nasci.
Fiquei chocado com o céu estrelado. Em São Paulo, a gente não vê estrelas, não vê planta, só vê prédio. Percebi que estava desconectado da natureza e precisava me reconectar. Embora meu apartamento tenha apenas 42 m², eu possuía poucos móveis e uma sensação de vazio.
Comecei a comprar plantas para ocupar o espaço. Mas sou muito nerd. E o que era para ser apenas decoração me despertou interesse de estudo. Passei a pesquisar cada vez mais sobre filodendros, monsteras, antúrios e a buscar espécies raras.
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Plantas trazem novidade e alegria
Minha coleção começou a crescer e cheguei a cultivar 600 espécies de planta. Com a chegada dos meus gatos, Roberto [em homenagem ao paisagista Roberto Burle Marx] e Margaret [referência à artista botânica Margaret Mee], reduzi para 400, para ter espaço para eles andarem pela casa.
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Por causa das plantas, a temperatura aqui chega a ser 5 graus mais quente do que na cidade – e também mais úmido. Quando estou em casa, parece que tudo desliga lá fora. Nem o barulho do Minhocão eu escuto, porque as plantas fazem um isolamento acústico.
Durante a pandemia de covid-19, tive uma depressão severa, e o que me motivava a sair da cama todos os dias era cuidar delas. Sempre tem uma novidade: uma muda brotando, uma folha nova se abrindo. Isso me traz muita alegria.”
Texto: Karina Sérgio Gomes
Foto: Marcus Steinmeyer
Conteúdo publicado originalmente na TODOS #45, em setembro de 2022.
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