Dentista grita, faz careta, conquista confiança de menino autista e vídeo viraliza

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dentista pega bochecha menino autista

“O paciente não tem que se adaptar à gente, é a gente que tem que se adaptar ao paciente”, diz a dentista Robertha Tulio. Nem que pra isso ela tenha que sentar no chão, fazer careta e até gritar!

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A Dra. Alegria, como é conhecida, fez tudo isso para conquistar a confiança de um menino autista e fazer o seu trabalho. Deu mais do que certo!

Robertha atende no Rio de Janeiro e viajou para Santo André, em São Paulo, só para atender o Lu. Ela conta que a mãe do menino sempre mandava mensagens para ela, pois queria muito que Robertha atendesse o filho.

Robertha não pensou duas vezes, apesar da ansiedade, pois Lu não teve experiências muito legais em outras idas ao dentista.

selfie dentista paciente criança
A dentista Robertha com o Lu, que tem autismo não verbal. Foto: Reprodução/Instagram @dra._roberthatulio

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“Ele é um paciente com TEA [Transtorno do Espectro Autista] não verbal e muito agitado. A mãe já achava que seria impossível a aproximação imediata. Mas eu digo que meu espaço é meu santuário. E foi aí que resolvi sentar no chão. Acho que ele estranhou, mas sentou também. Tentei me aproximar e ele super restrito ao toque”, lembra a dentista.

Robertha já tinha tentado de tudo para fazer essa aproximação.

“Foi quando claramente ouvi no meu ouvido a seguinte frase: ‘GRITA COM ELE!’. Comecei a gritar, mas gesticulando. Quando queria demonstrar reprovação por algo que ele fazia, eu gritava e franzia a testa e olhava bem sério. Quando eu queria aprovar algo eu mudava a feição.”

E para a surpresa de Robertha, o menino pegou a mão dela e colocou no seu rostinho.

dentista sentada chão passa mão rosto criança
Lu pediu para Robertha passar a mão no rostinho dele. Foto: Reprodução/Instagram @dra._roberthatulio

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“E quando eu colocava a máscara, ele tirava. Ele queria me ver. Acho que nem ele acreditou quando nós gritamos kkkkk. Tipo: ‘que louca, conseguiu me entender!’”.

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E assim a Dra. Alegria conseguiu examinar todos os dentinhos do Lu e ainda por cima ganhou um super beijo, quase na boca.

menino beija rosto dentista
O Lu amou a consulta, dá pra ver, né? Foto: Reprodução/Instagram @dra._roberthatulio

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O que mais chama atenção é que Robertha não fez uma especialização para atender pacientes especiais. Robertha não desenvolveu essa sensibilidade lendo manuais, essa sensibilidade vem de um lugar quentinho: do coração! ❤

Vem cá ver:

 

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Filho motivou mudança de profissão

Robertha fez faculdade de direito, durante anos atuou na área de direito trabalhista.

Após diversas tentativas frustradas para encontrar tratamento para os problemas bucais do filho, Robertha concluiu que só ela própria poderia cuidar do João Gabriel, hoje com 13 anos. E foi assim que ela trocou o direito pela odontologia.

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João Gabriel acompanha a mãe. Foto: Arquivo pessoal

“Assim que me formei, escolhi buscar uma odontologia humanizada me habilitando em sedação e chegou até a mim um caso de uma paciente autista de 13 anos, a Duda. A partir dali a corrente de indicações se espalhou e, hoje, 97% dos meus pacientes são autistas e especiais. A Duda foi a primeira de mais de mil pacientes especiais que já atendi”, lembra.

“Nunca fiz nenhuma especialização em PNE (Pacientes com Necessidades Especiais). Por incrível que pareça. Sou mãe de 3 meninos e sempre fui uma doidinha no bom sentido. Amo brincar e fazer bagunça.”

Deve ser uma ‘festa’ em casa! ?

Tem mais curiosidade.

Robertha já quase ficou tetraplégica. Ela tinha um problema na coluna, precisou operar e colocar placas e parafusos de titânio. O médico disse que ela não poderia ser dentista pela posição de trabalho.

“Mas como sou inconformada com nãos, e só aceito o não de Deus, contrariei e segui meu coração. Além de tratar de pacientes especiais, eu ainda me graduei no Muay Thai para desespero do médico, mas para o crescimento de um ser humano melhor.”

Pais saem do consultório cheios de gratidão

“Tenho mais de 400 avaliações enormes na nossa página do Facebook, que se não fossem escritas e gravadas e presenciais, eu jamais iria acreditar que em todas o sentimento de gratidão é o mesmo.”

 

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A gratidão é recíproca!

Eu antes dos especiais era uma pessoa. Depois deles sou uma nova mulher, uma mãe melhor, uma pessoa boa, um ser humano que busca sempre o bem. Passei a ser mais calma, a me estressar menos, a valorizar a vida e a agradecer a Deus cada vez que meus filhos gritavam meu nome, quando bagunçavam a casa, e eu me irritava.”

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Atendimento humanizado

Às vezes, a pessoa não precisa nem do melhor e mais top tratamento. Ela precisa só se sentir acolhida, respeitada e incluída. Carinho, um abraço e uma palavra de ‘conte comigo, eu sei da sua dor’, já transforma vidas. Eu digo que não tinha nenhum autista na família. E, hoje, faço parte da família de muitos.”

 

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Dentista atende de graça crianças carentes

Robertha faz parte da equipe clínica da Associação Caminho Azul, que atende crianças carentes com autismo e suas famílias sem cobrar nada.

“Eu sou a única dentista que dá treinamentos aos médicos e outros profissionais. Atendemos famílias de autistas que não possuem condições de pagar atendimento particular. Usamos parte do nosso tempo para doar amor e praticar o bem.”

A dentista também usa o dinheiro da venda do seu livro, “Doutora Alegria em: Meu Dentinho Especial”, para fazer atendimentos gratuitos.

“Todo ano, abro algumas vagas para tratamento de pessoas que não podem pagar e faço concessão de descontos para os mais desfavorecidos. E com isso tento fazer minha parte construindo um mundo inclusivo”, afirma.

Robertha lançou o livro no 2º Congresso Internacional de Autismo, no ano passado, no Rio de Janeiro. Ela foi a única dentista do mundo palestrante no evento. Ahazou!

Robertha, ou Dra. Alegria, melhor dizendo, continue fazendo esse trabalho lindo!!

Ah, conheça também a dentista que se fantasia para espantar o medo dos pequenos pacientes.

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