O machismo é tão enraizado na formação dos meninos que vez ou outra um pai que apoia o filho em escolhas categorizadas como de “menina” surpreende positiva ou negativamente.
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Tem gente que acha importante esse apoio, mas a grande maioria acha estranho. O personagem Bebeto (Eduardo Speroni) da novela “O Sétimo Guardião” (TV Globo) ama dançar, mas seu pai, Nicolau (Marcelo Serrado), acha coisa de “boiola”. Em momento algum Bebeto mostrou que gosta de meninos: apenas que gosta de dançar.
Infelizmente, nesse caso, a ficção tem um pé na vida do outro lado da tela. Por outro lado, existem exceções inspiradoras: situação bem diferente acontece com o Rafael Porto e seu filho, Davi, 9 anos. O garoto faz aulas de hip hop e já se apresentou em diversos palcos e concursos, inclusive, internacionais. Bebeto amaria viver na pele de Davi, em Fortaleza, onde a família mora.
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“Quando o Davi começou a dançar, eu e minha esposa conversamos com ele sobre as brincadeiras e insinuações que ele poderia passar com os colegas. A cara que ele fez foi até engraçada. Não conseguiu entender o que tem a ver dançar com o fato de ser gay e, muito menos, porque as pessoas zoam as outras por serem gays”, disse Rafael, em conversa com o Razões para Acreditar.
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E olha que o ambiente em casa, segundo Rafael, é muito masculino. “Temos três garotos, um de 14, outro de 12 e o menor com 9 anos. Eles amam jogar futebol, brincar de atirar, de luta. De vez em quando temos que ‘apartá-los’ porque a brincadeira está pesada. O fato de deixarmos eles livres não interferiu em nada no ser masculino ou feminino. Eles são o que são.”
Esse é o ponto: combate-se o machismo na formação dos garotos deixando que sejam livres; o machismo é uma camisa de força: quanto mais apertada, menor é a liberdade. A família nuclear, afirma Rafael, exerce uma grande influência: é quem aperta ou joga pela janela a “camisa de força”.
A nova campanha da Gillette The Best Men Can Be (“O Melhor que o Homem Pode Ser”) segue essa linha de pensamento. A marca destaca uma preocupação com crianças sujeitas a pais machistas; reforça que os meninos serão os homens de amanhã e que as futuras gerações têm um papel importante na diminuição do machismo estrutural.
“O Davi, por exemplo, já se apresentou duas vezes no colégio, na frente dos coleguinhas dele de turma. Ele possui um lar que dá tanta segurança para ele que não tem medo de se arriscar!”, destaca Rafael.
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Essa segurança para conhecer e experimentar têm contribuído para a autoconfiança ou autoimagem de Davi. Até porque outro nome para o machismo é insegurança: insegurança do homem de estar na mesma posição de uma mulher e também insegurança com a sexualidade de outro homem; a homofobia é um braço do machismo.
“Uma vez minha esposa perguntou como ele ficava antes de se apresentar, afinal, é uma criança. Davi respondeu que ficava muito nervoso, mas que antes de dançar, pensava ‘eu vou ser um sucesso’ e aí ele entrava e arrebentava.”
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O respeito ao próximo também. Davi aprendeu desde mais novo que os sonhos, gostos e desejos dos outros devem ser respeitados, mesmo que sejam diferentes dos seus.
“Davi nos trouxe muita vida para nós, principalmente por meio da dança. Uma vez ele confirmou que estávamos no caminho certo. Quando eu o perguntei se ele era feliz. Ele respondeu que sim. Ao perguntá-lo o motivo ele logo respondeu ‘porque sou amado’. No final das contas, é somente isso o que importa: o amor”, finaliza Rafael.
Continue brilhando nos palcos desse mundão, Davi! ?
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crédito das fotos: Arquivo da família
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