Adair Júnior Landim passou 38 anos longe de sua mãe biológica, Zélia Landim, após ter sido adotado por uma tia paterna e, apenas no mês passado, eles puderam se reencontrar. Esta história foi contada com muita sensibilidade por Daniela Arbex, repórter do jornal Tribuna de Minas.
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Adair é o caçula entre 3 irmãos e passou apenas os 6 primeiros meses de sua vida na companhia de sua mãe, que após ficar viúva, não teve mais condições de criar seus filhos. Todos foram adotados por familiares do pai dele, que morreu de câncer e, diante da separação, Zélia passou as próximas décadas sendo internada em hospitais psiquiátricos para tratar de uma doença mental.
Depois de anos internada em hospitais e, sem esperança de rever seus filhos, fazem 7 anos que Zélia vive em uma residência terapêutica, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Aos 65 anos, foi no mês passado que ela pôde reencontrar Adair e dar um novo sentido à sua vida: “Eu tinha raiva da minha cabeça. Enquanto estava internada, pensava: mas que porcaria de cabeça. Foi horrível perder meu marido e meus três filhos de uma vez só. Fiquei doidinha. Tomei muito choque na cabeça sem precisar. Passei a vida orando a Deus para que ele reaproximasse meus filhos de mim. Ver o Juninho foi como se os anos não tivessem passado. Sinto que dá para recuperar o tempo perdido”, disse a mãe ao jornal Tribuna de Minas.
Júnior hoje vive em Santos, litoral sul de São Paulo e é dono de um bistrô e café, chamado Saluca. Ele foi adotado por Maria Aparecida de Sousa, que já tinha 7 filhos e passou sua infância em Vargem Grande Paulista, interior de São Paulo. Aos 2 anos, Maria chegou a levar o filho para conhecer sua mãe biológica, mas ele tem apenas vagas lembranças deste dia. Hoje ele é casado e, apesar de conhecer sua história, passou a juventude com medo de ter outra mãe que não fosse a adotiva, e foi apenas aos 33 anos, quando seu filho Iago nasceu, que ele sentiu necessidade de resgatar sua história, por mais dolorida que fosse.
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Apesar de ter crescido separado de seus 2 irmãos, ele manteve algum contato com eles e foi por intermédio de seu irmão, Altamir, que conseguiu o telefone do psicólogo, Ricardo Sabino, que tratava sua mãe, na cidade de Juiz de Fora, desde 2001. Foi ele, inclusive, que encorajou Júnior a ir atrás de sua mãe e “conhecê-la” pessoalmente: “Zélia já falava desses filhos. Tinha um caderninho, escrevia o nome deles, chorava. Foi uma irmã dela quem passou o telefone do filho mais velho. Ele sempre quis ver a mãe, mas não conseguiu. Aí, neste movimento deste filho, o Júnior descobriu toda essa história. Um dia, o Júnior me mandou uma mensagem de WhatsApp e perguntou se seria possível conhecer a mãe. Respondi que não só era possível como necessário. Aí ele foi se fortalecendo. Um belo dia, ele disse: agora eu vou. Acompanhei a história de sofrimento dela nos hospitais e sinto que participei um pouquinho da possibilidade de alguém com um problema tão sério e grave ser feliz.”
Leia a matéria na íntegra na Tribuna de Minas
Fotos: Daniela Arbex / Tribuna de Minas
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