‘Papo Liberta’ engaja escolas de SP na luta contra a violência sexual infantil

Lançado em fevereiro de 2018, o Papo Liberta é um projeto liderado por Cristina Cordeiro, diretora adjunta do Instituto, que promoveu mais de 180 encontros em escolas com coordenadores, supervisores de ensino, técnicos-pedagógicos, vice-diretores, professores da Escola da Família e professores mediadores de conflitos em 91 diretorias de ensino do Estado de São Paulo desde então.
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O objetivo é capacitar e ajudar estes profissionais a identificar casos de exploração sexual de crianças e adolescentes, e orientá-los a agir de forma integrada com a rede protetiva (Assistência Social, Saúde, Conselho Tutelar, etc) no combate ao problema.
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Para Cristina Cordeiro, “ao levar o debate para os professores, sabíamos que o tema era relevante no ambiente escolar, mas foi surpreendente o número de casos e o sentimento de impotência que eles revelaram”.
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O Instituto Liberta acredita na conscientização e articulações como estratégias fundamentais para combater a questão. Segundo Luciana Temer, presidente do Instituto Liberta, “a demonstração de que este é um caminho importante, é o fato de que houve um aumento de 300% do registro de ocorrências escolares de violências sexuais no sistema da secretaria de educação após a realização das rodas de conversa”.
Ao final dos encontros, o Liberta lançou um desafio para os profissionais da educação estadual de São Paulo: elaborar projetos que denunciassem a violência sexual. Os projetos avaliados com maior potencial de transformação foram escolhidos para serem apresentados na Universidade de Columbia (NY), parceira do Instituto. Em Nova York, os professores tiveram a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos e conhecer experiências inspiradoras.
A intenção do Instituto é replicar o “Papo Liberta” nas escolas de todo o Brasil, que neste ano, além de São Paulo, teve uma inserção no estado do Pará
A experiência das rodas de conversa com as narrativas trazidas pelos professores, explicitou a necessidade de falar com os alunos diretamente sobre violência sexual. Daí surgiu o “Tá Na Hora”, programa de oficinas dedicadas aos jovens do Ensino Médio de Escolas Estaduais de São Paulo. Os estudantes são convidados a participar de uma imersão na questão da violência e exploração sexual e, ao final do processo, criar e colocar em prática uma campanha de conscientização para impactar suas comunidades.
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Ao longo de um semestre, os estudantes de seis escolas foram provocados a refletir sobre as raízes da violência de gênero e contra crianças e adolescentes, a conhecerem o cenário da exploração sexual no Brasil, as políticas públicas existentes, além de identificar as redes de proteção em seu território e compreender o que seus vizinhos, familiares, colegas e professores, conhecem sobre o assunto.
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O conteúdo foi a base para a criação de projetos de comunicação, dedicados tanto a conscientização quanto a alertar e pedir ajuda em casos de violência sexual.
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Muros de escolas foram grafitados com frases de impacto, entrevistas foram feitas nas comunidades com familiares e amigos, e vídeos com roteiros e atuação dos próprios alunos levantaram a questão sobre a violência sexual infantil.
No final do ano, no dia 04 de outubro, no Auditório da Secretaria da Educação (Praça da República, 53), será realizado um seminário para professores e alunos no qual serão apresentados os projetos criados. No evento, o Instituto Liberta lançará uma cartilha e um minidocumentário para ajudar outras escolas a implementarem o programa “Tá na Hora”.
“Essa cartilha nasce da crença de que todo educador é um potencial mobilizador e que muitos poderão ter o desejo de trabalhar este assunto com seus alunos. Desta forma conseguiremos dar escala a este programa”, afirma Luciana Temer.
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Fotos: Divulgação
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