Diagnosticada com paralisia cerebral quando criança, Gabriela Garcia Ceron, de 32 anos, está acostumada a superar seus próprios limites e surpreender a todos ao seu redor. Apesar de sucessivos prognósticos médicos pessimistas, ela vive com qualidade de vida, tendo construído ao longo do tempo relacionamentos na Academia e nos espaços sociais que frequenta.
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Com bastante força de vontade, Gabriela agora se prepara fazer o mestrado, após se formar em Psicologia na Famerp, a Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, uma das instituições de ensino mais concorridas do país.
A jovem sempre precisa de alguém para lhe auxiliar nas tarefas e coisas simples do dia a dia. Mesmo entre as adversidades, não perde a alegria: “Ela nunca teve medo de se mostrar, de buscar o que quer, sempre se aceitou e procurou fazer da melhor maneira possível as coisas dela”, diz a mãe, Ana Maria Ceron.
Gabriela nasceu em 1984 sadia. No entanto, complicações pós-parto ocorridas meses após o nascimento culminaram no diagnóstico de paralisia cerebral, um duro golpe para toda a sua família.
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Os médicos foram pouco otimistas, conta Ana Maria. “Falaram que o prognóstico era reservado, o que significa que chance de vida escolar, vida social, seria muito remota”.
No entanto, sua mãe Ana e seu pai, Hélio Rubens, se recusaram a aceitar tal destino. Juntos eles prometeram a si mesmos que todos os limites impostos a sua filha seriam superados em família. “Esse é o primeiro pensamento, vencer a angústia do diagnóstico e começar a preparar o caminho para o futuro, pensando na maior normalidade possível. O amor faz com que a criança possa se desenvolver”, diz Ana.
O otimismo de Gabriela foi fundamental para que tal promessa fosse cumprida. A jovem adora estudar desde pequena, passa horas desbravando a internet pelo computador e também gosta de ler e ouvir música. “Ela é dedicada no estudo, tanto é que almoçava e já ia estudar novamente, a tarde toda, para chegar onde chegou”, afirma sua mãe.
Após passar sem máculas pelo ensino fundamental e médio, prestou vestibular. Realizou um bom exame mas, para espanto dos pais, haviam zerado sua nota na redação. Após contestarem o resultado, solicitando nova correção, a nota obteve desempenho suficiente para ingressar na faculdade.
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“Quando terminou o vestibular, saiu a classificação e constava o nome dela como desclassificada. Averiguando vimos que tinham zerado [a nota] dela em redação. Fomos atrás para corrigir a prova de reação, tinham zerado sem ler, foi corrigida, ela passou no vestibular e começou a cursar”, diz.
Hoje com 32 anos, a mestranda em Psicologia também fez especialização em educação especial inclusiva. “Eu amo compreender o ser humano”, diz Gabriela.
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Exemplo de vida, Gabriela afirma que nada é impossível, e que, com esforço, muitos obstáculos podem ser superados. Agora aprovada no mestrado, estudará mais dois anos na Famerp. O exame de mestrado foi dado em inglês, e seu domínio na língua surpreendeu os organizadores. “Ela foi bem na prova, obteve nota acima da média estabelecida,” disse Adília Maria Pires Sciarra, professora da instituição.
Gabriela é a primeira mestranda com paralisia cerebral a ser aprovada na instituição. A faculdade agora está se adaptando às necessidades da aluna. “Tivemos o acesso a um dispositivo tecnológico chamado Reader Speaker, onde tem a disponibilidade da verbalização via web. Ela fará os textos, vai armazenar no dispositivo e ele fará a leitura na oralidade”, afirma a professora.
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Fonte: Deficiente Ciente
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