Foram dois anos de muito estudo e dedicação até a notícia que Carlúcia Alves Ferreira, 21 anos, tanto esperava: a jovem, que vive na comunidade quilombola Lagoa dos Anjos, em Candiba (BA), passou em Medicina na Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), no Rio Grande do Sul.
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Para encontrar energia em meio a tantos obstáculos no caminho, Carlúcia viu na força ancestral a motivação para criar rotinas intensas de estudos e enfrentar os desafios do dia a dia.
Vinda de uma família humilde, a estudante vendia lanches, artesanatos, dava aulas de reforço escolar para crianças da comunidade e ajudava um grupo de dança. Ah, e ainda estudava – e muito – sozinha.
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Carlúcia mora com os pais e a irmã em uma pequena casa.
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Sua mãe, Luciene Santos Alves Silva, trabalha como lavradora. Conhecida no quilombo como Tia Yô, ela diz estar realizada com a conquista da filha. “Meus pais nunca puderam dar algo a mais do que o básico. Então, a minha vida no quilombo sempre foi muito limitada. Porém, isso não impediu que eu sonhasse grande e, com o incentivo da minha mãe, nunca desisti da Medicina. Gosto de pessoas e de cuidar delas”, contou.
Em busca do sonho da aprovação
Para estudar, a jovem utilizava plataformas gratuitas de conteúdo. “Estudava de segunda a sábado, fazia duas redações e um simulado por semana. Tive o apoio irrestrito de professores da escola, em especial a professora de redação Vina Queiroz, que se reunia comigo para pensar estratégias de estudos”, lembrou ela.
Carlúcia fez a matrícula no curso de Medicina pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), cujas aulas começaram na modalidade EAD, por causa da pandemia do novo coronavírus.
“É uma felicidade muito grande. Sempre sonhei em estudar, mas na minha época as mulheres daqui não podiam, isso era coisa de menino. Estou emocionada e muito feliz”, disse Lucilene.
A estudante segue com as aulas e garante que fará de tudo para orgulhar os pais e a comunidade onde vive. “Quero estar presente tanto nos momentos mais tristes, quanto nos mais felizes. Sou uma prova de que uma preta e pobre pode ser uma médica”.
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Fonte: Geledes
Fotos: Arquivo pessoal
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