Um grupo de 10 alunos do ensino médio de Maryland, nos EUA, possibilitou que um pai com mobilidade reduzida passeasse com seu filho recém-nascido pela primeira vez!
Três anos atrás, Jeremy King, 37, foi submetido a uma cirurgia de retirada de um tumor cerebral que ocasionou nele diversos problemas físicos, como não conseguir se equilibrar ou ficar de pé por longos períodos.
Quando ele e sua esposa, Chelsie, 32, descobriram que estavam esperando um filho em junho de 2020, os dois ficaram preocupados com a forma como levariam o bebê para passear e outras atividades.
“Embora ele possa andar, ele não pode fazê-lo carregando uma criança com segurança”, disse Chelsie King ao portal Up Worthy. “Então nós pensamos em maneiras de garantir que ele pudesse exercer essas atividades com segurança. Não foi uma tarefa fácil, pois não há tantos recursos e ferramentas disponíveis para pais com deficiência”, lamentou.
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Chelsie recorreu a Matt Zigler, professor do Colégio Bullis – uma escola onde Jeremy também trabalha como docente de teatro e conselheiro – para obter assistência. Ela perguntou a Matt se ele poderia ajudá-los a “encontrar algo que pudesse ser anexado à cadeira de rodas de Jeremy”.
Na escola, Matt dá uma aula especial para alunos do ensino médio chamada “Fazendo em Prol do Bem Social”, na qual os estudantes projetam produtos que terão um impacto social positivo.
Então, no início do ano letivo, o professor lançou o desafio de desenvolver uma solução que melhorasse a qualidade de vida de Jeremy e convidou os alunos a darem o seu melhor!
“A ideia do curso é começar tentando entender o problema, então fizemos entrevistas com a família”, disse Matt. “Também conversamos com alguém do corpo de bombeiros local que faz treinamento de instalação de assentos infantis para tentar entender melhor como essas ferramentas funcionam”.
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Para Ibenka Espinoza, 17 anos, que conhece Chelsie desde a oitava série, as etapas da entrevista foram algumas de suas favoritas, porque todos puderam aprender mais sobre a família King em um nível pessoal.
“Foi uma boa experiência porque podíamos fazer perguntas”, disse Ibenka ao portal People. “Acho que entender o contexto e o dia a dia deles nos inspirou”.
De acordo com um dos alunos da turma, Jacob Zlotnitsky, 18 anos, tudo começou com todos da turma tendo suas próprias ideias para a criação da cadeira de rodas especial. Em seguida, eles modelaram seus projetos em um programa 3D.
“Estávamos todos focados em fazer com sucesso o melhor produto que pudéssemos no tempo que tínhamos”, disse Jacob.
Eles foram capazes de “peneirar” todas as ideias e chegaram a 2 projetos que se complementavam, segundo Matt.
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Depois, a turma foi dividida em dois grupos: um trabalhou no “WheeStroll”, solução capaz de integrar uma cadeirinha infantil à cadeira de rodas de Jeremy e outro no “Stoller Connector”, dispositivo que pode conectar um carrinho inteiro a uma cadeira de rodas.
“Queríamos que Jeremy pudesse andar e passear com seu filho, não importa a idade que ele tivesse”, disse Jacob.
Os alunos usaram o software MakerSpace de sua escola para imprimir em 3D várias peças e compraram outras na internet, sob medida, para construir os anexos. Eles também pegaram uma cadeira de rodas de uma enfermeira da escola para usar como modelo para fazer testes e aprimoramentos.
“De início, estávamos preocupados que as invenções não fossem capazes de segurar o bebê”, disse Evan Beach, de 15 anos. “Então, testamos novamente o anexo com pequenos blocos de concreto para ver se seria capaz de suportar muito mais peso do que o bebê.”
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Ao longo do processo, os alunos frequentemente consultavam a família King para fazer perguntas e obter suas opiniões. Para Jeremy, a pesquisa minuciosa dos adolescentes e sua dedicação significaram muito para ele.
“Foi certamente emocionante ver o processo e tudo o que aconteceu”, disse. “Eu realmente sinto que os alunos levaram a sério todas as minhas preocupações ao criar os protótipos.”
O objetivo, além de ajudar os Kings, era criar um design acessível que pudesse ser replicado em outros lugares ao redor do mundo, para que outras famílias com deficiência pudessem também se beneficiar.
“Com materiais e ferramentas bastante baratos, qualquer um pode fazer isso para alguém”, disse o professor Matt, acrescentando que as instruções sobre como construir os anexos estão disponíveis gratuitamente na internet.
Os alunos terminaram de construir os dois projetos no início de março – bem a tempo do parto de Chelsie, que ocorreu no início daquele mês. Algumas semanas depois que deu à luz seu filho, Phoenix, ela e seu marido usaram o carrinho adaptado para dar uma volta com o bebê.
“Usar a invenção foi extraordinário porque nunca pensei que seria capaz de fazer algo assim com nosso filho”, disse Jeremy. “A maioria das pessoas pode sair para passear com a família, mas isso é muito difícil para mim”.
Embora Chelsie inicialmente acreditasse que as invenções fossem um favor pessoal por parte de Matt, ela está feliz pelo acessório ter se tornado algo muito maior – e relevante para outras pessoas com deficiência.
“Adoro a ideia de que esses alunos receberam esse projeto e será algo duradouro”, disse ela. “Eu sei que eles vão se lembrar disso nos próximos anos, que é tudo o que você pode esperar como educador.”
No tempo em que ajudou a projetar o protótipo, Evan, de 15 anos, se apaixonou pelo assunto e como tudo isso poderia fazer a diferença na comunidade.
“Agora vendo como o carrinho adaptado é inspirador, acho que gosto muito de engenharia”, disse ele ao Up Worthy. “É incrível poder ver como Jeremy está realmente usando o dispositivo todos os dias, e como ele tem o ajudado”.
Outro que apaixonou por engenharia, Jacob, 18, disse que se apega a qualquer coisa que faça, mas projetar algo dedicado a mudar a vida de outra pessoa torna todo esse processo mais inspirador e relevante.
“Sinto-me sortudo por ter assistido uma aula que me permitiu realmente fazer a diferença na vida de alguém”, completou o jovem.
Assista ao vídeo:
Fonte: UpWorthy