Quando Michael Brodie avistou pela primeira vez um homem com cabelos desgrenhados e barba por fazer ‘doando’ legumes orgânicos no Canal de Lachine, em Montreal, Canadá, ele decidiu ignorá-lo.
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“Parecia muito suspeito para mim, então eu o evitei”, com informações da CBC.
Mas aquele homem barbudo – Ben Williams, de 35 anos – continuou voltando, usando um trailer para transportar centenas de dólares em verduras por semana, distribuindo uma variada e colorida variedade de verduras e legumes orgânicos, como abóboras, ervas, nabos, alho-poró, beterraba, folhas verdes, bulbos de alho, cebola e batata.
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Vendo Williams lá semana após semana oferecendo legumes gratuitamente, Brodie decidiu dar-lhe uma chance e, depois de um ano financeiro difícil, não poderia ter ido em melhor hora.
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“Isso me permitiu ter uma melhor qualidade de alimentos neste verão do que eu provavelmente teria.”
No início, muitos não sabiam o que fazer com as pilhas de produtos frescos e gratuitos trazidos da fazenda e os cartazes de papelão pintados com cores vivas que anunciavam a “Compartilhocracia do Futuro”.
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Mas Williams estava lá para explicar sua ideia a eles – para dizer aos moradores locais sobre sua visão de mundo, uma “cultura genuína de compartilhamento” que, rompendo com o consumismo, seria uma alternativa ao capitalismo ou ao socialismo.
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“Tudo o que realmente precisamos é de pessoas que se preocupam conosco – que haja comida e abrigo – que haja liberdade de plantar e colher”, disse ele. “Tornamos a vida mais complicada do que precisávamos.”
“Não há obrigação, expectativa ou julgamento sobre ninguém. A ideia é que, em uma cultura genuína de compartilhamento, as pessoas compartilham porque cresceram em uma cultura que permita que isso aconteça.”
Por exemplo, conforme o jovem explica, as pessoas são bem-vindas a acreditar no capitalismo, mas talvez “elas mudem de ideia quando todos ao seu redor estiverem compartilhando”.
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De jardinagem de quintal a agricultura por uma causa
Williams, nascido em Ottawa, vive em Montreal há mais de uma década, trabalhando em grande parte como carteiro, enquanto mantém um hobbie em cultivar alimentos.
Ele acabou se formando em jardinagem caseira para trabalhar como agricultor – nesta época, mudou radicalmente sua maneira de pensar.
No ano passado, Williams lançou seu projeto, ocupando uma residência sem aluguel em uma fazenda a cerca de uma hora fora da cidade e pedindo legumes em vez de um salário.
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Sendo vegetariano, ele tinha toda a comida de que precisava, então levou o resto para a cidade e colocou os produtos expostos em um parque de Montreal. Ele estava lá até o final de outubro, fornecendo de graça todo o seu acervo de verduras, frutas e legumes.
Este ano, Ben percebeu que poderia obter mais vegetais com um salário de cerca de US$ 400 por semana (R$ 1400 por semana).
Então, ele poupou seu salário durante as semanas que antecederam a primeira colheita da temporada e, em meados do mês, estava comprando US$ 500 por semana em legumes para dar de presente aos necessitados da cidade e entusiastas do seu projeto, estacionando-se sob a mesma árvore na ciclovia do canal toda semana.
Em 2020, ele espera estabelecer um novo lugar para distribuir vegetais e legumes orgânicos gratuitamente e promover sua ideia com maior alcance.
“As pessoas respondem bem à ideia. Essa é uma das coisas mais gratificantes para mim.”
Algumas pessoas trabalham o ano todo, reservando dinheiro para as férias – uma experiência recompensadora no final do ano, disse Williams. “Não eu.”
Encontrar tantas pessoas novas e falar sobre sua ideia, ele diz, “me faz sentir positivo sobre o mundo, porque eu posso ver as pessoas realmente se importando umas com as outras. Há esperança!”
[Nota da Redação]
Esse conteúdo faz parte de um canal especial co-criado em parceria com a Electrolux para falarmos sobre gastronomia sustentável, acesse todas as matérias aqui.
Com informações de CBC Canadá / Crédito de fotos: Isaac Olson
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