Pouco depois do falecimento da mãe, vítima de um câncer, Claudia Regina, sua filha mais velha, resolveu usar alguns objetos que pertenciam à ela para fazer uma singela homenagem à pessoa mais importante da sua vida.
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Claudia conta que precisou de uma blusa e um óculos para criar uma pelúcia personalizada que lembra sua mãe, a dona Ana Lucia de Noronha, de 63 anos, que morreu após o agravamento de um câncer no cérebro.
Foram dez meses sentindo uma saudade imensa de Dona Ana até sua filha encomendar a pelúcia, devidamente vestida com os itens da idosa.
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“Eu pegava aquela blusinha, cheirava e devolvia lá. Em um certo momento vi uma postagem do ‘ursinho da memória’ e gostei da ideia. Na hora que eu peguei aquele ursinho, aqueceu meu coração, não é que eu vejo a mãe ali, mas eu sinto, é uma simbologia do que é o amor. É uma coisa concreta, então eu beijo e abraço e isso acaba me acalmando”, disse Claudia, que mora em Curitiba (PR).
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Segundo o portal Correio dos Campos, Ana Lucia de Noronha deixou quatro filhas e cinco netos.
Aos 43 anos, Claudia é a filha mais velha. Ela e suas irmãs repartiram os objetos da mãe para guardarem de recordação. Cada filha ficou com algum item que remetia à idosa.
“Guardei como todo mundo guarda por muito tempo, apenas dentro do guarda-roupa, mas no décimo mês da morte da mãe, agora em maio, apostei nesse urso como forma de homenagem à ela. Deu muito certo, deixo ao lado da minha cama e parece que isso diminuiu um pouco a distância entre nós”, afirmou.
Diagnóstico do câncer
De início, a mãe de Claudia sentia fortes dores de cabeça, que julgava se tratar de um problema de canal nos dentes.
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Não demorou muito para a família levar dona Ana ao dentista, que fez o tratamento. Ainda assim, as dores persistiram, somadas agora com náuseas.
Preocupadas, as filhas levaram a mãe até um médico, que realizaram uma tomografia.
“Na volta da tomografia, o médico chamou a minha irmã e falou que ela tinha que ser operada com urgência porque a mãe estava com uma mancha na cabeça, um glioblastoma multiforme nível 4, que já tinha tomado todo o lado esquerdo e estava indo para o lado direito. Foi muito assustador”, contou Claudia.
A cirurgia foi realizada em Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba (PR). “Nós não podíamos entrar, mas vimos ela da janela do quarto do hospital. No dia anterior à cirurgia, eu chamei os irmãos dela, alguns familiares e preparei uma faixa escrito: ‘mãe, vai dar tudo certo’.
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Ela leu a faixa, estava bem lúcida, agradeceu, deu tchau e tudo. Ela não queria sair da janela, parece que ela estava pressentindo que aquela era uma despedida, seria a última vez que íamos nos ver, nos falar”, afirmou a filha.
Cerca de 24 horas depois, no dia 20 de julho de 2020, dona Ana Lucia teve a terceira parada cardíaca e faleceu.
Segundo os médicos, o câncer já havia ocupado os dois lados do cérebro. “O médico já tinha falado que o quadro tinha se agravado muito e que eles iriam tentar fazer a cirurgia, mas que talvez ela ficaria com sequelas, como não se lembrar mais de ninguém, ficar vegetando. Acredito que a morte foi na verdade a cura dela, pois não merecia ficar nessa situação, ela era muito feliz, animada. Como não teve Covid, conseguimos fazer um velório e nos despedir”, lamentou ela.
Ursinho da memória desperta bons sentimentos
Quem fez o ursinho de dona Ana Lucia foi Joelma Cristina Magalhães, que tem um ateliê de costura na capital paranaense.
Ao criar as primeiras pelúcias, Joelma imaginava que elas seriam uma espécie de ‘manequim’ para que mães preservassem peças importantes, como as roupas de bebê dos filhos.
Mas, a ideia foi além, passando a ser também uma forma de recordação dos entes que já partiram dessa para melhor.
“Em meio a um mundo cada vez mais complicado e cheio de dor, fazer esses ursinhos é como se fosse um abraço que eu posso dar nas famílias, uma espécie de consolo. Eu fazia só com roupas de bebê, o que já deixava as mamães encantadas. Até que uma cliente me pediu pra fazer com o pijama da mãe dela já falecida. Depois dessa primeira não parei mais”, disse Joelma.
O ursinho da memória encomendado por Claudia logo virou sensação nas redes sociais. A publicação original dela, por exemplo, já acumula mais de 11 mil reações e milhares de comentários elogiando a singeleza da iniciativa.
“Estou impressionada com a repercussão que teve a postagem da Claudia. É muito gratificante fazer algo que mexe com a emoção das pessoas, só eu sei o que é ver a emoção de cada uma delas quando recebem a pelúcia em mãos. São memórias e lembranças afetivas que ressurgem mais fortes no coração. As minhas pelúcias são aquele tipo de lembrança gostosa, que pode abraçar quando o coração apertar”, afirmou Joelma.
Ao final, Claudia aproveitou para esclarecer que o ursinho de pelúcia não devolveu a mãe de volta para ela, mas lhe trouxe conforto num momento de necessidade, em que ela sentia muita, muita saudade.
“No começo, depois que ela faleceu, na minha cabeça a mãe estava ainda lá morando com a minha irmã, ela não tinha morrido, só estava lá e iria voltar algum dia. Depois que a ficha foi caindo de que ela completou o ciclo na terra. Hoje eu consigo lembrar e contar a história dela sem me desesperar. Foi um simples gesto que me entregou carinho e calma, um objeto que traz sentimentos”, completou.
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Fonte: Correio dos Campos
Fotos: Arquivo pessoal
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