Só quem já passou pela perda de um pai pode entender o sofrimento e a beleza do ato dessa filha. Jéssica passou na prova para sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH), mas a conquista, apesar de tão desejada, não teve o mesmo sabor sem a presença de seu maior incentivador. Apesar da morte do pai, ela resolveu dividir com ele, mesmo que virtualmente, aquele sonho que eles alimentaram juntos. “Pai, eu passei!!!”.
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A mensagem foi enviada para o WhatsApp de Paulo. Lá, estava o registro da última vez em que ela informou que não havia sido aprovada. E com aquela palavra que só os pais sabem dizer nessas horas, seu Paulo havia respondido: “Errando se aprende”.
“No dia da prova eu já tava (sic) muito triste de saber que, independentemente de passar ou não, eu não teria ele para anunciar o resultado. Assim que eu sentei no carro, entrou uma borboleta de forma muito rápida e se escondeu no volante. Foi um sentimento de muita leveza, todo nervosismo passou. Acredito muito que tenha sido um sinal dele. Eu tenho certeza de que eu não fiz essa prova sozinha”, disse.
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Jéssica acabou enviando a mensagem, mesmo sabendo que o pai não estaria lá para responder. “Eu desabei, porque queria muito falar para ele que tinha passado, de alguma maneira materializar isso, então o envio foi a forma que encontrei”, contou.
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Veja o relato dela:
Relação entre pai e filha foi uma construção
Passar nessa prova não foi maior do que todas as provações que esta família passou junta. Seu Paulo sofreu muito na infância, ficou viúvo aos 20 anos de idade com três filhos. Assim, pai e filha aprenderam juntos sobre muitas coisas.
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“Foi uma relação de muito aprendizado, de muita troca, porque éramos muito diferentes e muito parecidos. Foi uma relação baseada em muita conversa, que foi amadurecendo, de pai e filha que foram aprendendo a respeitar a diferença de um e de outro e aprendendo a apoiar o outro, mesmo às vezes não concordando”, contou Jéssica.
Quando Jéssica perdeu o primeiro emprego, ela decidiu que ia largar a faculdade, mas o pai não deixou. “Ele disse para eu não parar de estudar e que se fosse preciso deixava de comprar algo em casa”, relembrou emocionada.
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Trabalhando em metalúrgica, até durante à noite, ele criou sozinho os três filhos e queria vê-los formados. Para Jéssica, Paulo dizia que ela precisava ser uma mulher independente. “Ele me ensinou a me amar”, contou.
Depois de tanto sofrimento, mesmo ainda pequeno, Paulo tentou proteger os filhos para que não passassem pelo mesmo. “Eu aprendi com a experiência dele de vida, de um cara que teve uma vida muito difícil, que carregou dentro dele uma criança muito ferida. Eu entendi a dureza dele”, relata Jéssica.
E, mesmo após sua morte, ele continuará sempre presente na vida desses filhos, seja batendo asas na forma de uma borboleta ou na mensagem não respondida no WhatsApp. “Quando eu precisei, ele estava lá. É uma pessoa que viveu pra gente”, finalizou a filha.
Pode trazer o balde, que o lencinho não vai dar conta de enxugar as lágrimas aqui não 😭
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