Um vídeo descompromissado divulgado nas redes sociais acabou unindo mãe e filha que não se viam há 30 anos.
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Na segunda-feira passada (22), a influencer Luana Frigo teve a oportunidade de conversar pela primeira vez com sua mãe biológica, Carmen, por videochamada.
Apesar do encontro ter sido virtual, a emoção tomou conta de ambas, especialmente depois de Luana ter descoberto que tem mais 2 irmãs, e de Carmen descobrir que tem 2 netos! ❤️
A influencer, nascida em Cuiabá (MT), foi acolhida pelos avós paternos quando era bebê. Aos 10 meses de idade, perdeu um dos olhos e é monocular desde então. Passou a infância em Várzea Grande (MT) e mudou-se para o interior de São Paulo na juventude.
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Ao portal “Gazeta Digital”, Luana enfatizou sua história de superação e resiliência. Até pouco tempo atrás, tudo que ela sabia sobre a mãe biológica era o que os avós paternos contavam.
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Mãe e filha nunca tiveram contato, em especial porque havia muita mágoa e sentimento de rejeição por parte de Luana.
“Todo filho adotivo pensa que foi rejeitado. Se culpa e se questiona por não ter sido amado pelos pais. É um sentimento que fica, um luto diário de enterrar a pessoa que te deu a vida. É um misto de sentimentos que uma criança não sabe lidar”, disse.
Apesar disso, alguns meses atrás a jovem decidiu buscar suas origens, curiosa do que sua mãe pensava à respeito dela e como lidaria ao revê-la. Criando coragem, Luana fez um vídeo contando sua história e o pouco que sabia da família.
Não demorou muito para a filmagem viralizar nas redes sociais, alcançando milhares de pessoas no Instagram, Facebook e centenas de grupos de WhatsApp. Um deles, curiosamente, era da família paterna da influencer que ainda mora em Várzea Grande.
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Um dos membros tinha informação sobre o paradeiro da mãe de Luana.
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“Eu tenho contato com algumas pessoas da família paterna e muita gente compartilhou o vídeo na cidade. Foram muitos compartilhamentos e uma irmã entrou em contato comigo. A gente conversou por vídeo e descobri que sou muito parecida com ela”, contou.
A jovem disse que o diálogo foi bastante esclarecedor: ela conseguiu compreender porque a mãe entregou-a aos avós ainda bebê e porque não havia a contatado após tantos anos.
Dona Carmen deu à luz muito jovem, com 16 anos. Além da gravidez precoce, a adolescente não teve qualquer apoio da família.
Para piorar, o pai de Luana não quis assumir a paternidade e abandonou as duas. Nesse meio-tempo, Luana, uma bebê de 10 meses, contraiu uma infecção no olho que a fez perder o globo ocular esquerdo.
Desesperada e sem opções, Carmen aceitou o pedido dos pais do ex-companheiro para ficar com a menina.
“Foi muito importante falar com ela. Entendi um pouco o lado dela. Eu também fui mãe aos 16 anos, ela foi abandonada pelo meu genitor, não tinha família para ajudar e ainda estava com uma filha deficiente. Ela fez o que foi necessário. Se ela não tivesse me doado, eu não estaria viva hoje, porque era uma infecção muito grande”, contou a jovem que é mãe de dois meninos, um de 13 anos e outro de um ano e 7 meses.
Os sentimentos negativos que Luana sentia pela mãe foram se dissipando com o passar do tempo e com o auxílio da terapia. No final das contas, ela entendeu que não se tratava de abandono, ou que a mãe não a amava.
Ao se tornar mãe pela primeira vez, Luana teve o desejo de encontrar quem a trouxe ao mundo.
“Entendi que a maternidade não é fácil como os filmes e novelas colocam. Pude reconhecer meu rosto, me ver em outra pessoa que nunca conheci. Eu sou igual a minha mãe, não tem nem como dizer que não sou filha dela. Meu filho mais velho traz muitos traços dela. O perdão veio antes dessa conversa com ela. Foi preciso tirar essa armadura e ir de coração aberto”, declarou.
Mãe e filha começaram a trocar mensagens antes da chamada de vídeo e logo ficaram íntimas.
“Ela me falou que sempre teve esperança de me encontrar, mas não procurou por medo da minha reação, porque ela achada que eu estava ainda magoada por ter sido abandonada. Ela disse ‘eu preferi esperar você me procurar, do que ir atrás de você e ser rejeitada’”, lembrou.
Dona Carmen jamais escondeu que havia doado a filha e que sentia sua falta. Hoje, Luana mora em Recife (PE), enquanto a mãe permanece no Mato Grosso do Sul junto de boa parte da família.
Devido à perda do olho esquerdo, a jovem troca de prótese ocular uma vez a cada 5 anos. Ela é bastante discreta e as pessoas raramente conseguem identificá-la.
Apesar de já ter sido vítima de discriminação e piadinhas sem graça, Luana sempre levou tudo de forma leve.
Não há trauma ou qualquer problema de imagem e autoestima por usar o olho artificial. “Estou na internet há 11 anos falando de vida monocular. Antes era muito tabu. Luto para quebrar isso e ajudar outras pessoas”, relatou.
Como perdeu o globo ocular aos 10 meses de idade, Luana tem usado prótese desde que tinha 1 aninho de idade. Na época, sua mãe adotiva fez todo tipo de campanha para adquirir a peça, sendo criticada por muitos por pedir doações à menina.
“Minha mãe foi para o semáforo pedir ajuda, fez vaquinha, foi pra igreja, fez jantar, bingo. Tudo para conseguir dinheiro. Uma fato que minha mãe conta que marcou muito foi uma pessoa que a questionou por fazer tudo aquilo ‘sabendo que essa menina vai morrer’. Foi muito difícil”, lembrou.
Em suas redes sociais, a influencer produz conteúdo direcionado às mães de monoculares e passa adiante todo ensinamento de afeto, combate ao preconceito e coragem aprendido com a mulher que a criou.
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Fonte: Gazeta Digital
Fotos: Arquivo pessoal
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