Essa é uma história que nasce da saudade e do amor e da capacidade de transformar a dor em doação. César Filho, como bom filho que é, acompanhou a sua mãe, Dona Cida, na batalha contra o câncer. Quando ela morreu, ele decidiu que iria ajudar outras pessoas com a doença a terem mais qualidade de vida.
César vem de uma família muito humilde do interior de Minas Gerais. Dona Cida sempre investiu tudo o que tinha para que ele pudesse estudar. “Ela abdicou de vários sonhos e coisas materiais que desejava, para que eu pudesse estudar. Ela sempre falava: Meu filho estuda! Porque uma caneta é mais leve que uma pá”. Nossa, que forte!
César está concorrendo na categoria Ciência e Tecnologia, do Prêmio Razões Para Acreditar, premiação que destaca histórias de pessoas reais. Clique aqui e vote!
Foram 11 meses de luta contra o câncer, entre exames, cirurgias, sessões de radioterapia e quimioterapia, consultas… “Foi muito triste acompanhar o progresso da doença da pessoa que eu mais amava. Ela sofreu muito”, relembra. Até que depois de muito sofrimento, ela descansou, como o filho descreve.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
A angústia de César Filho era a de não ter podido retribuir para a mãe tudo o que recebeu, tudo o que ela investiu na sua formação. “O sentimento de perder a pessoa que eu mais amava e não ter dado a ela o diploma de presente, me deixava ainda mais triste. Queria retribuir todo o carinho e cuidado que eu havia recebido”, relatou.
Foi aí que a dor e o amor se transformaram em ação. “De repente senti um chamado para ajudar os milhões de pessoas que passam pelo que minha mãe passou. Seria uma forma de agradecê-la, de deixar um legado em seu nome”, disse.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
César está concorrendo na categoria Ciência e Tecnologia, do Prêmio Razões Para Acreditar, premiação que destaca histórias de pessoas reais. Clique aqui e vote!
Mas como fazer isso? Justamente através do estudo que Dona Cida lhe proporcionou. “Decidi estudar a fundo os problemas assistenciais que um paciente com câncer passa em seu tratamento. Entendi que a melhor forma de alcançar este objetivo seria através da tecnologia”.
Seu João de Deus perdeu os braços num acidente de trabalho e há 30 anos sonha ter suas próteses. Vamos ajudá-lo? Clique aqui.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
Aplicativo permite acompanhamento de pacientes com câncer no conforto do lar
César Filho decidiu criar um aplicativo para conectar os pacientes oncológicos com uma rede de cuidados e assistência. Lembrando as tantas viagens que precisou dar com a sua mãe para o tratamento, ele pensou em um acompanhamento remoto dos pacientes.
“Algumas pesquisas científicas que eu estava estudando mostraram que pacientes que eram acompanhados remotamente via tecnologia, viviam em média cinco meses a mais do que os que não tinham acompanhamento.”
O aplicativo é disponibilizado gratuitamente na internet. Os pacientes podem interagir com os profissionais de saúde, tirar dúvidas, receber acolhimento e cuidado. Uma agenda permite ao usuário ter lembretes sobre medicamentos e compromissos, além da indicação de conteúdos confiáveis para combater fake news que impactam negativamente o tratamento.
E nessa jornada para consolidar a plataforma, ele encontrou um sócio e parceiro no Rio de Janeiro que passou por uma situação parecida. Lorenzo perdeu sua mãe para um câncer no pâncreas seis meses após a descoberta.
“Criamos uma conexão imediata. Ele ficou super empolgado e desde então passou a trabalhar na WeCancer e virou um irmão pra mim”, disse César.
Aplicativo auxilia no tratamento de pacientes durante a pandemia
Com a pandemia de Covid-19, ficou ainda mais complicado para os pacientes oncológicos realizarem os tratamentos. Por serem do grupo de risco, eles devem ter ainda mais cuidados para ir aos hospitais.
Por isso, o app ajuda no acompanhamento dos pacientes sem que eles saiam de casa e, portanto, correm menos riscos. Pelo app, a equipe médica lança questionários simples que permitem detectar progressos e complicações da doença.
Os dados de cada paciente formam gráficos que podem ser avaliados por médicos para a tomada de decisões, como a mudança de medicamentos ou dosagens, aumentando o bem-estar dos doentes.
Além disso, a iniciativa reduz custos com o tratamento do câncer, que é um dos mais caros. “Reduzindo também os custos de tratamento, já que os pacientes internam menos. Essa redução de custos é super importante para o Brasil, pois 80% de todos os tratamentos de câncer são realizados no SUS”, explicou.
César está concorrendo na categoria Ciência e Tecnologia, do Prêmio Razões Para Acreditar, premiação que destaca histórias de pessoas reais. Clique aqui e vote!
“Depois da perda da minha mãe, comecei a pensar que tive uma das maiores dores/dificuldades, que uma pessoa pode passar, então iria canalizá-la para ajudar o maior número de pessoas. Reclamar não muda nada, né? Para que o mundo melhore a gente precisa arregaçar as mangas e trabalhar para ver a solução de pé”, finalizou.
É, César. Dona Cida com certeza está orgulhosa demais de você!