No início deste mês, uma árvore criticamente ameaçada de extinção produziu uma rara espécie de flor que nunca havia sido documentada pela ciência.
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A árvore tem sobrevivido em uma enorme estufa botânica no Missouri, um estado desértico no coração dos Estados Unidos.
Os botânicos que cuidam dela acreditam que não há dúvida de que podem salvar a árvore depois de coletar o pólen dessa flor.
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Isso porque a polinização cruzada agora é possível, restaurando a diversidade genética da espécie e a reprodução delas.
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A árvore Karomia gigas pertence à família das mentas e também está relacionada ao orégano, alecrim e tomilho. Ela cresce nas florestas da África Centro-Oriental, na Tanzânia e, no passado, no Quênia.
Ainda assim, é tão desconhecida que não existe um nome comum para ela em inglês, português, suaíli ou qualquer outra língua africana.
Graças a uma foto liberada pelo Jardim Botânico do Missouri, podemos ver que flor consiste em cinco pétalas roxas puxadas para baixo em direção ao caule e quatro longos estames de pólen projetando-se do centro.
Os botânicos acreditam que a ciência jamais registrou uma foto desta flor porque sua ‘árvore mãe’ cresce a alturas de até 24 metros e não produz ramos abaixo da metade do tronco. Em outras palavras, as flores nascem muito alto para o ser humano contemplar.
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A natureza não-mentolada das flores levou os cientistas a supor que ela poderia ser uma árvore auto-polinizadora, mas ainda não há um consenso sobre isso. Nos próximos meses, eles esperam contemplar o crescimento de mais flores, que lhes permitirão fortalecer a diversidade genética das árvores Karomias gigas.
Assim, os botânicos vão poder clonar árvores individuais a partir de cortes e garantir sua capacidade de resistir a pragas e doenças.
Esperança no horizonte
As espécimes K. gigas são muito suscetíveis a fungos e sua madeira é fraca, quando comparada a outras árvores da mesma família. Toda essa pressão coloca a árvore entre as dez mais ameaçadas de extinção (de um total de 60 mil espécies conhecidas!).
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Ela foi descoberta no Quênia em 1977 e redescoberta na Tanzânia em 1993 depois que todos os espécimes quenianos morreram.
Além das 30 mudas que crescem no Jardim Botânico do Missouri, o Serviço Florestal da Tanzânia estima que haja duas dúzias sob sua posse – e nada mais.
“De um lado da moeda, é um pouco assustador porque espécies muito raras como essa dependem de nós e não podemos errar”, disse Andrew Wyatt, Vice-Presidente Sênior de Horticultura e Coleções Vivas do Jardim Botânico do Missouri, o jardim público mais antigo dos EUA.
“Pessoalmente, e sei que outros membros da minha equipe também se sentem assim, é realmente incrível e estimulante. É uma honra usar nossas habilidades para salvar uma espécie da extinção”, complementou.
“Vamos fazer o possível para que essa espécie não seja extinta. A ideia de realmente preservar a espécie é inteiramente possível. É protegida na Tanzânia. Temos coleções no jardim botânico. Assim que tivermos sementes suficientes, esperamos poder armazená-las [em um freezer] e polinizá-las futuramente”.
Fonte: GNN
Foto de capa: Cassidy Moody / Missouri Botanical Garden
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