No último dia 15, após mais de cinco anos de estudo, luta e dedicação, Agnaldo Araújo, 44 anos, recebeu o diploma do curso de Direito em uma faculdade particular de Bauru (SP).
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Durante a cerimônia de colação de grau, em meio aos demais estudantes e familiares presentes, o formando teve a ideia de fazer uma singela homenagem aos seus pais.
Munido de um facão e uma enxada, Agnaldo subiu ao palco com a tradicional beca preta e imediatamente ouviu gritos e aplausos dos convidados.
No fundo, ao som da música “A Estrada”, do grupo Cidade Negra, com versos poderosos que dizem: “Você não sabe o quanto caminhei pra chegar até aqui”, o formando justificou sua ‘encenação rural’ como um tributo ao pai e à mãe, que sempre trabalharam como cortadores de cana.
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Em seu discurso, Agnaldo enfatizou que eles foram os grandes incentivadores para que ele pegasse firme nos estudos.
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“Meus pais sempre me apoiaram e me ensinaram a importância do trabalho e também dos estudos. Por isso entrei com o facão e a enxada nas mãos, para lembrar um pouco do sacrifício deles e de outros pais para a formação de seus filhos”, explicou Agnaldo.
Como não deveria deixar de ser, o tributo emocionou os presentes da colação de grau e viralizou nas redes sociais, especialmente entre os moradores de Lençóis Paulista, onde o bacharel em Direito mora.
“Eu não imaginava que a repercussão seria tão positiva. Isso me deixou muito feliz. Sei que como meus pais, muitos pais trabalharam na roça para que seus filhos pudessem estudar”, reforçou.
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A poderosa homenagem feita por Agnaldo infelizmente não pôde ser vista por seu pai, que faleceu no ano passado por conta de uma leucemia.
Já a mãe, de 73 anos, não esteve presente na colação devido às restrições anti-contágio da pandemia em nosso país, que segue registrando recordes de casos por conta da variante Ômicron.
Não que isso tenha a impedido de se emocionar com o tributo do filho: ela chorou ao ver o vídeo da homenagem com o facão e a enxada.
Agnaldo nasceu em Peabiru, no interior paranaense. Aos 4 anos, se mudou com a família para Areiópolis, município de 11 mil habitantes no coração do estado de São Paulo.
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Lá, eles conseguiram trabalho em uma fazenda de cana-de-açúcar. Agnaldo começou a trabalhar na colheita aos 12 anos, permanecendo até os 23.
Dedicado aos estudos, ele logo enxergou novos ares na vida profissional. Após concluir um curso de segurança, o formando começou a trabalhar como vigilante, área onde acabou fazendo carreira.
Enquanto cursava Direito, Agnaldo manteve o trabalho como gerente de uma empresa de segurança em Lençóis Paulista (SP), onde comanda equipe com mais de 500 pessoas.
Apesar de agora estar com o diploma em mãos, Agnaldo afirma que não pretende parar de estudar.
“Já estou me preparando para fazer o exame da Ordem [OAB], comecei a procurar uma pós-graduação na área de Direito Constitucional, e vou avaliar estudar para tentar uma carreira pública na área do direito. A vida pode ser dura, mas o conhecimento ninguém tira da gente”, completou.
Fonte: Metrópoles
Fotos: Arquivo pessoal
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