Um vídeo que circulou nas redes sociais este mês chamou a atenção pela perfeição de uma garotinha ao pronunciar palavras dificílimas com dicção melhor do que a de muito adulto. O que está por trás da fofura em forma de vídeo é uma criança com altas habilidades, o que é muito bom e pode ser muito difícil para a família também, mas isso ninguém conta.
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Assim como a pequena Alice, de dois anos, o garoto Filippo, de apenas quatro anos, detém uma capacidade cognitiva acima da média, seja para contar, somar, falar inglês, fazer cálculos em inglês, tudo coisa que ele aprende intuitivamente, até porque, desde que começou a pandemia, ele não frequenta a escola.
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Se você se admirou com a pronúncia da Alice ao falar palavras em português, se prepare para escutar o Filippo lendo e falando em inglês sem nunca ter estudado ou tido contato com falantes nativos. Se liga:
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Olhem só o vídeo dele ainda com dois anos lendo as placas dos carros:
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Apesar dessa habilidade e dessa facilidade cognitiva, as coisas nem sempre são fáceis, nem para eles nem para os pais. “Tenho sentido na pele essa dificuldade. Ele exige atenção e raciocínio lógico quase que o dia inteiro”, disse a mãe, a jornalista Roberta Castro.
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Além da atenção diferenciada, essas crianças exigem acompanhamento profissional especializado. Só para adquirir o laudo de criança com Altas Habilidades o exame custa cerca de R$ 4 mil. Roberta precisou fazer uma vaquinha na internet e as pessoas apoiaram a causa para que ele pudesse ter o diagnóstico.
E não foram só as pessoas na internet que ajudaram. A neuropsicóloga Mariana Casagrande, que tem uma clínica em Santo André (SP) e há 17 anos trata crianças com essas altas habilidades, se dispôs a acompanhar o Filippo gratuitamente.
“São crianças superdotadas, crianças gênios como a gente chama. Filippo tem uma capacidade cognitiva muito acima do normal, aprendizado natural, nem frequenta escola, é alfabetizado em inglês e português, multiplica. Assim como tem crianças que têm dificuldade, existem as crianças que têm a inteligência muito acima do normal”, disse.
Falta diagnóstico e acompanhamento para crianças no Brasil
O grande problema, segundo ela, é que essas crianças não têm o acompanhamento adequado. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), de 3,5% a 5% da população brasileira é superdotada.
Desse total, acredita-se que cerca de 2 milhões de pessoas estão na idade escolar, porém, de acordo com o último censo (INEP/MEC), apenas 16 mil crianças possuem o diagnóstico de superdotação no país e, delas, 12 mil têm atendimento de educação especial.
“Qual o grande problema? Ajudar essas crianças, pois é muito difícil de diagnosticar. Muitos abandonam a escola na adolescência, têm problemas de comportamento, acham a escola muito chata. Não existe no SUS o exame de diagnóstico e a assistência especializada”, complementou.
O atendimento educacional especializado só passou a fazer parte da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) em 2013. Dois anos depois é que foi promulgada a lei que torna obrigatória a oferta de serviço que identifique, cadastre e atenda estudantes com essas características, mas a prática ainda é diferente.
É por isso que Roberta está na busca por uma escola especializada e bilíngue para o pequeno Filippo. Divorciada, ela busca realizar a estimulação precoce para desenvolver as potencialidades do garoto, mas precisa de atendimento multidisciplinar.
“Sinto a necessidade como mãe de incentivar e desenvolver Pippo para que ele possa crescer e deixar um legado positivo para sua geração”, finalizou. Se você tem condições de ajudar o Filippo, manda um e-mail para a mamãe Roberta, no [email protected] ou então colabore na vaquinha.
Voa, Filippo!
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