Herói anônimo ajuda motorista em plena Marginal Tietê

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É quarta feira a noite e você está louco para sair do trabalho e poder descansar um pouco. Você arruma as suas coisas, pega o carro e sai a caminho de casa. Mas nem tudo está certo. O carro começa a dar problemas até parar e você se vê imóvel na faixa central da Marginal Tietê, uma das vias mais movimentadas de São Paulo. Se você ficar onde está, outro carro pode colidir com o seu. Se você sair do veículo, pode ser atropelado.

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Foi nessa situação de risco que o jornalista Renan de Souza se encontrava em mais um episódio do cotidiano movimentado de um paulistano. Porém, graças a ajuda de um herói anônimo, ele consegui sair ileso e a salvo.

Leia abaixo o relato completo:

“Eu sempre vejo aqui no Facebook histórias de heróis anônimos. Ontem à noite, eu recebi uma ajuda desses heróis que, a sua maneira, fazem a diferença na sociedade. E o mais engraçado é que eu nem, ao menos, sei o nome dele para agradecer.

Depois de sair do trabalho, estava dirigindo na Marginal do Rio Tietê, em São Paulo, fazendo o caminho de volta para casa. Estava, justamente, na pista expressa, onde o limite de velocidade é de 90 km/h.

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De repente, percebi que o meu carro começou a perder potência e aceleração. Como estava na faixa da esquerda e o próximo acostamento estava à direita, comecei a mudar de faixa antes que meu carro parasse. Mas não teve jeito. O carro resolveu parar em plena a faixa central da pista expressa da Marginal Tietê, no sentido Ayrton Senna.

Foi aí que começou aquele desespero: o carro não funcionava. Eu não podia nem sair do veículo. Do lado de fora, os carros, caminhões e carretas passavam em altíssima velocidade. Resolvi, então, ligar para a CET para que eles me tirassem do meio da pista. Foi a coisa mais aborrecedora que me aconteceu (mais ainda do que o carro parar do nada):

Eu: “Preciso de uma ajuda da CET para me tirar da pista, estou atrapalhando o trânsito, e pior: correndo risco de acontecer um acidente grave. Os carros estão freando em cima de mim. Eu não posso nem sair daqui.”

Agente da CET: “Em que ponte o senhor está?”

Eu: “Acabei de sair de uma ponte, mas não vi qual. Estou vendo ela pelo meu retrovisor, mas não sei te dizer qual é. Não tem placa a minha frente com a indicação do quilômetro em que estou e também qualquer outra placa de indicação. Mas eu estou em frente à churrascaria “Golden” e a “Telhanorte”.

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Agente da CET: “Senhor, se você não souber a ponte em que o senhor está ou quilômetro exato, eu não posso te ajudar. Vou perguntar de novo: em que ponte o senhor está?”(nessa hora, na minha cabeça, eu pensei: “estou na ponte que te pariu”).

Como a CET, que cuida do trânsito da cidade, não pôde me ajudar, liguei para a seguradora do meu carro. Falei a mesma coisa. E, com base no que eu disse, eles foram certeiros: “o senhor passou trezentos metros da ponte da Freguesia do Ó. Vou mandar o socorro resgatar o senhor aí agora, mas, por causa do trânsito e da saída pra o feriado, isso pode demorar entre 20 e 30 minutos.

Sem alternativa, o jeito era esperar. A cada vez que eu olhava para o meu retrovisor, eu me desesperava. Mesmo com o pisca – alerta ligado, os carros freavam em cima de mim. Os caminhões nem se fala. Havia alguns que passavam a uma distância mínima. Eu só coloquei o cinto de segurança de novo e fiquei numa posição confortável dentro do carro para não me machucar, caso acontecesse alguma coisa.

Pouco depois, eu vejo um Audi azul escuro vindo a minha direita um pouco mais devagar do que os outros loucos. Em seguida, essa pessoa atravessa o carro no meio da pista expressa da Marginal Tietê, saí do veículo, no meio daquele trânsito louco, e me diz assim: “não sai do carro, se não você vai ser atropelado. E se você ficar aqui vai ser atingido por outro veículo. Eu sei disso porque meu primo morreu aqui pelo mesmo motivo. Só vai guiando e eu vou empurrar seu carro para aquela faixa zebrada.”

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E assim ele fez: sozinho, ele tirou meu carro do meio de uma das vias mais movimentadas de São Paulo. Depois, só falou: “fica com Deus” e foi embora. Depois de muito, mas muito tempo mesmo, veio a CET, me tirou da faixa zebrada, me levou até o acostamento e, por fim, o seguro resolveu tudo e me levou pra casa.

Agora, uma coisa eu fico pensando: quem e por que arrisca a própria vida e ajuda uma pessoa que nem conhece? Você faria isso por alguém? Eu mesmo: será que eu faria isso pra uma pessoa que eu nem conheço? Esse é aquilo tipo de situação que faz você parar e refletir… E, até agora, eu não consigo chegar a uma resposta, mas se você, por algum acaso, souber de alguém que ajudou outra pessoa que nem conhecia ontem à noite na Marginal Tietê, por favor, diga o meu muito obrigado!”

Se você é ou conhece esse herói anônimo, por favor entre em contato com o Renan. Ele ficará feliz em poder agradecer pela ajuda.

E para todos nós que passamos horas no trânsito caótico de São Paulo, é ótimo saber que existem pessoas boas que podem nos ajudar mesmo em uma situação adversa como essa. 🙂

 

Foto: Sérgio Ereira/http://www.flickr.com/photos/sergioereira
Foto: Sérgio Ereira/http://www.flickr.com/photos/sergioereira

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