Idoso abandona trabalho para morar com amigo que tem câncer terminal em AL

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idoso larga tudo viver com amigo câncer terminal

Há cerca de seis meses, após deixar Brasília por conta de um desentendimento familiar, Severino Francisco dos Santos, 63 anos, chegou em Recife (PE) para tentar encontrar seus familiares, com quem não mantinha contato há décadas.

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Sem sucesso na empreitada, o idoso se mudou para Maceió (AL), onde foi acolhido pelo Albergue Municipal. Ali, ele começou a construir uma linda história de amizade com o Seu Hipólito, 62 anos.

Em novembro, a vida de Hipólito e de seu melhor amigo virou de cabeça pra baixo.

Seu Severino decidiu largar o trabalho de vendedor de picolé para não apenas dormir, mas morar no albergue – que lhe é um direito. O motivo? Apoiar o amigo, que descobriu recentemente um câncer em fase terminal.

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“Ele vinha dormir todo dia, e eu o esperava. Mas aí teve um dia que deu 21h e ele não chegou. Fiquei preocupado e resolvi ligar para ele. Foi quando ele disse que teve uma dor e foi bater no hospital”, diz Severino.

Após uma série de exames, os médicos descobriram um câncer disseminado e em grau avançado. A expectativa de vida de Hipólito foi abreviada para seis meses. “Nós conversamos muito, ele está consciente de tudo. Ele é muito forte, está enfrentando bem”, afirma.

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Severino diz não temer a morte. “Desencarnar é como uma viagem que alguém faz para um lugar longe, que não tem internet ou telefone. Não podemos nos falar, mas ele está lá, e um dia vamos nos encontrar, porque eu também irei para lá”, conta.

A única renda de Severino hoje é a do benefício do Bolsa Família, no valor de R$ 88 mensais. Entretanto, ele conta que conseguiu juntar, em dois meses de venda de picolés nas ruas de Maceió, R$ 1.500. “É com esse dinheiro que a gente consegue comprar remédio e as coisas que ele precisa.”

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Durante as sessões de quimioterapia, Severino dorme ao lado do amigo em um hospital filantrópico da capital. “Ele não ficou bem não, passou muito mal; ele está ainda se recuperando. Teve momento que achei que ele não iria suportar, mas passou. Ele agora não sente mais dor”, diz.

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Manoel Vieira de Carvalho, psicólogo, e Joseane Ferreira Antunes, assistente social, no Albergue Municipal de Maceió (AL).

O idoso elogia a serenidade e equilíbrio do amigo. “Ele é uma pessoa que tenho aprendido demais aqui. Desde que cheguei aqui nos afinamos demais, um ajuda o outro. É pessoa muito boa, que nunca usou drogas, não bebe, não fuma. Cumpriu sua missão, e nos deixou um legado”, diz, sem esconder a emoção que salta aos olhos.

O amor do seu amigo pela vida e pelas pessoas ainda vai deixar um outro legado: “ele já assinou os papéis para doar o corpo dele para ser usado para estudos na universidade”.

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Fonte: UOL/Fotos: Beto Macário/UOL

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