O dia 10 de abril de 2019 entrará para a história como a data em que a primeira imagem real de um buraco negro foi divulgada para o mundo. A fotografia captada levou dois anos para ser renderizada pela comunidade científica.
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Nem mesmos os 500 quintilhões de quilômetros de distância, na longínqua galáxia Messier 87, foram suficientes para frustrar o desejo dos cientistas de contemplarem o último grande corpo celeste não fotografado até então, e de quebra comprovarem, uma vez mais, que Albert Einstein (1879-1955) estava certo.
Um fato interessante disso tudo é que quem está por trás do algoritmo de detecção da icônica imagem é uma jovem cientista de 29 anos.
“Observando, incrédula, a primeira imagem que eu já fiz de um buraco negro que estava em processo de reconstrução”, escreveu a cientista Katie Bouman em um post compartilhado no seu perfil do Facebook, logo após a foto do corpo celeste ter se tornado pública.
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Em outras palavras, Katie, antes mesmo dos 30 anos, entra para a história da ciência moderna por ter conseguido renderizar a primeira imagem de uma região do espaço extremamente distante e até então apenas teorizada por diferentes cientistas nos últimos cem anos.
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Tínhamos até então apenas um pequeno vislumbre dado por documentários e filmes hollywoodianos sobre como poderia ser um buraco negro, baseado em predições e equações matemáticas. Agora, sabemos, de fato, como ele é. E é surpreendente como a matemática emulou tão bem a realidade.
Katherine Bouman, nome completo, guardou esse segredo por um bom, bom tempo.
Ela havia desenvolvido um algoritmo capaz de captar a imagem e não contou a ninguém, apenas aos seus colegas cientistas da equipe do Event Horizon Telescope.
O algoritmo é tão poderoso que pode encontrar corpos celestes supermassivos há milhões de anos-luz da Terra.
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A pesquisadora faz pós-doutorado no Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, nos Estados Unidos, e trabalhou no algoritmo por seis anos, desde que era ‘apenas’ uma estudante de pós-graduação no MIT, um das mais conceituadas instituições de ensino do mundo.
Somando forças com uma equipe de cientistas da computação, Katie montou um grupo para aprimorar o algoritmo e processar os dados coletados pelos telescópios espalhados pelo mundo em um esforço coletivos de astrônomos, engenheiros e matemáticos.
As informações obtidas pelo sistema de telescópios criaram “um número infinito de imagens possíveis” para o buraco negro, explicou Katie. A partir daí que o algoritmo foi essencial para organizar o caos.
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“Eu tenho interesse em como podemos ver ou medir coisas que são consideradas invisíveis para nós”, disse a cientista.
Segundo os pesquisadores, o buraco negro estudado tem 40 bilhões de quilômetros de diâmetro. Ou seja, ele é cerca de 3 milhões de vezes maior que o planeta Terra. Não à toa foi apelidado pelos cientistas como um “monstro”.
Em seu perfil do Twitter, o MIT publicou uma foto de Katie com os drives que agregaram todos os dados usados pelos cientistas.
Left: MIT computer scientist Katie Bouman w/stacks of hard drives of black hole image data.
Right: MIT computer scientist Margaret Hamilton w/the code she wrote that helped put a man on the moon.
(image credit @floragraham)#EHTblackhole #BlackHoleDay #BlackHole pic.twitter.com/Iv5PIc8IYd
— MIT CSAIL (@MIT_CSAIL) 10 de abril de 2019
Dividindo a foto com ela está uma imagem em preto e branco da cientista Margaret Hamilton, responsável pelo código de programação que levou o homem à Lua!
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Fonte: Huffpost Brasil
Foto destacada: Reprodução
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