Jovem viraliza nas redes com post sobre amor entre filho com Síndrome de Down e o padrasto

Quando Kézia Adami postou uma mensagem de aniversário para o namorado Lucas Malheiro no Facebook e Instagram, mal sabia a repercussão que causaria. A jovem de Lins, cidade no interior de São Paulo, viralizou nas redes sociais ao compartilhar sua história de amor, que mais parece roteiro de filme e conta com três protagonistas: a jovem de apenas 21 anos, o namorado Lucas, de 24 anos, e João Miguel, filho de 2 anos e 5 meses de Kézia, que possui Síndrome de Down. O post já recebeu 30 mil curtidas e mais de 400 comentários.
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Apesar da repercussão positiva após o post, Kézia recebeu comentários ofensivos e julgamentos equivocados, por isso é importante conhecer a história da jovem mãe que, assim como muitas brasileiras, teve que lidar com uma gravidez na adolescência e enfrentou o abandono parental.
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Kézia conheceu o Lucas pela internet por meio de amigos em comum e começaram a namorar em outubro de 2012, ela tinha 15 anos e Lucas possuía 17. “Quando nos encontramos pela primeira vez na praça aqui da cidade, morremos de vergonha um do outro. Mas eu lembro que era muito verdadeiro e tinha um sentimento ali”, conta a jovem de 21 anos.
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Durante o relacionamento, Lucas compartilhou o desejo de ser pai adotivo de uma criança com Síndrome de Down, pois perdeu um tio com trissomia do cromossomo 21. “Meu tio era muito importante pra mim e para a família toda, era o xodó. Depois que ele faleceu senti um vazio dentro de mim, e eu sempre falava para os meus familiares que se eu tivesse condições, adotaria uma criança com Síndrome de Down”, afirma Lucas Malheiro, de 24 anos. O que o jovem não esperava é que esse desejo se realizaria de uma forma inesperada.
A vontade de vivenciar outras experiências fez com que eles terminassem o relacionamento após um ano, em 2013. Kézia conheceu o pai biológico de João Miguel apenas em 2015. “Era um relacionamento conturbado, ele terminou comigo duas semanas antes de eu confirmar que estava grávida”.
Os caminhos de Kézia e Lucas se cruzaram novamente após o término do relacionamento da jovem com o pai biológico de João, em 2016. “Quando eu e o Lucas nos reaproximamos eu falei que queria me afastar, não o queria por perto, pois eu estava grávida e isso causaria transtorno para vida dele”, conta Kézia, que teve que lidar com todos os desafios de ser gestante solteira e da criação em uma família religiosa.
Apesar da insegurança de Kézia, a persistência e preocupação de Lucas fizeram com que eles voltassem a ser amigos. “Eu não tinha ninguém, e quando uma pessoa te dá carinho, afeto, amor, em um momento tão difícil como esse, eu topei ser amiga dele. Ele foi muito meu amigo”, explica a jovem. Com 8 meses de gestação, Lucas a pediu em namoro.
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No dia em que Kézia foi à maternidade para conceber João Miguel, Lucas estava lá e se apresentou como pai da criança. “Quando João Miguel nasceu, eu vi que ele tinha algo diferente, logo sugeri para a minha irmã que ele tinha Síndrome de Down, mas não tínhamos uma confirmação até o sexto mês”, compartilha Kézia.
“O João Miguel é como se fosse meu filho mesmo, é meu amor infinito, pois era um sonho que Deus realizou”, afirma Lucas Malheiro.
Kézia afirma que a relação do João com Lucas é totalmente de pai para filho. “O João Miguel chama ele de papai, pai Luli, e ele é totalmente pai do João: troca, dá banho, dá comida, leva pra passear, vai nas reuniões da escola”, conta Kézia.
Com a repercussão da história, Kézia ressalta que o principal objetivo dela é a inclusão de João na sociedade. “Vejo ele se dedicando muito a tudo que propomos para ele. Tudo depende do estímulo, de onde a pessoa vive, dos familiares. Ele é uma criança extremamente doce, extremamente pura”.
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Kézia e Lucas possuem planos de casar ano que vem, mas a verdade é que eles já formam uma família. “Se não desse certo com o Lucas, jamais o tiraria da vida de João, o relacionamento independe disso, considero Lucas o pai do João”, afirma a jovem.
Ainda no processo de gestação, Kézia viu no Instagram uma forma de compartilhar seus anseios e conhecer a história de outras mães solteiras, por isso criou a página @mamisdeumcueca. Atualmente, o espaço também serve para conscientizar sobre a Síndrome de Down.
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Por Laiza Lopes
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