Jovem com 6 meses de vida vence câncer 3 vezes e faz música sobre sua luta para se manter vivo

Aos 11 anos, o norte-americano Tymaz Bagbani, em todos os sentidos, tinha o mundo pela frente: abençoado com o talento nos pés, ele era um dos melhores jogadores de futebol de sua equipe.

E aos poucos, ele estava crescendo e amadurecendo para ter uma vida e uma carreira que poucos podiam sequer imaginar.

Subitamente, sua vida virou de cabeça pra baixo, forçando Tymaz a não apenas juntar as peças e traçar um novo caminho para si mesmo, mas lutar apenas para ver outro dia após o diagnóstico de uma leucemia.

“Comecei a jogar futebol aos cinco anos de idade, era tudo o que sempre quis”, disse Tymaz ao portal Majically News.

Não demorou muito para sua família e treinadores verem seu esforço e, poucos anos depois, eles sabiam que se ele seguisse o futebol no ritmo que estava se desenvolvendo, o céu era o limite!

As coisas estavam indo bem até sua pré-adolescência, quando veio a descoberta do câncer.

“Meu primeiro diagnóstico exigiu que eu passasse essencialmente seis meses seguidos no hospital”, disse Tymaz. “Foram seis rodadas de quimioterapia. Fiz um tratamento, fiquei um mês, depois fui para casa por uma semana e depois tive que voltar logo para ficar mais um mês.”

Mesmo no hospital, Tymaz não mostrou sinais de vacilar em seu sonho.

“O futebol era a minha vontade de viver. No hospital, só conseguia pensar em voltar ao campo. Mesmo no quarto do hospital eu montava cones só para praticar os fundamentos.”

Depois que seu câncer entrou em remissão (última fase antes de ser declarado curado), Tymaz voltou à forma. As coisas correram bem por cerca de 2 anos e meio – então ele teve uma recaída.

Desta vez, o plano de tratamento exigia um transplante de medula óssea, que incluía encontrar um doador compatível. Segundo as estatísticas, apenas 1 em cada 60.000 pessoas é compatível com um transplante de medula óssea, então foi necessária uma busca internacional, seguida de mais seis meses de internação no hospital que foi ainda mais exaustiva do que a última.

“Após o transplante, eles usaram um tipo especial de quimioterapia, um tipo realmente feroz”, disse Tymaz. “Eu tive que ficar em um quarto do tamanho de um armário, e minha mãe teve que usar um traje de proteção apenas para estar no mesmo quarto comigo.”

Felizmente, o tratamento pareceu bem-sucedido e, aos 15 anos, ele foi recrutado pelo time Málaga Football Club, da Espanha. “Foi uma oportunidade inacreditável”, relembra.

“Consegui me mudar para a Espanha, morar com uma família espanhola e treinar com profissionais do mais alto nível do esporte. Eu tinha conseguido. Contra todas as probabilidades, eu estava lá, apenas para a doença tirar tudo de mim de novo.”

Depois de apenas um mês de treinamento, ficou claro que algo estava errado…

“Quase assim que comecei os testes no time, comecei a ficar doente de novo”, diz ele. “Eu estava subindo morros, estava fazendo o trabalho que precisava para melhorar, mas não estava ficando mais forte. Eu estava ficando mais fraco. Logo, comecei a notar hematomas por todo o meu corpo. No começo, eu pensei que talvez eu fosse tão ativo que estava apenas recebendo-os do treinamento, mas havia muitos. Eu sabia que não era normal.”

Pouco depois, ele estava de volta em um avião para Toronto, no Canadá, onde imediatamente se internou em um hospital… Seus sonhos no futebol corriam por entre suas mãos uma vez mais.

“Os médicos me deram seis meses de vida. O único curso de ação naquele momento era fazer outro transplante de medula óssea, desta vez com um doador não relacionado, e os médicos realmente não achavam que valia a pena”, disse Tymaz.

“Eles disseram à minha mãe para passar um tempo com seu filho. Aproveite ao máximo o tempo que lhe resta”, continuou.

Mesmo nesta fase, Tymaz e sua família se recusaram a desistir. Depois de incontáveis ​​horas de discussões e lobby junto ao conselho médico, eles finalmente cumpriram seu desejo, mesmo que todos soubessem que era um tiro no escuro de realizar a cirurgia.

“Quando você recebe um transplante de medula óssea de alguém que não é uma combinação perfeita, o corpo começa a lutar contra si mesmo”, disse Tymaz. “Do meu peito para baixo, eu estava coberto de lesões. Minha pele essencialmente descascou. Eu não conseguia nem comer sem dor.”

Ainda mais preocupante, a maioria das articulações de Tymaz pareciam se fundir, especialmente suas pernas, que estavam presas em uma posição de 90 graus.

“Não havia amplitude de movimento. Eles me disseram que eu nunca mais andaria”, disse o jovem.

Incrivelmente, foi nesse estado, agora confinado a uma cadeira de rodas, que algo dentro de Tymaz mudou. Em vez de definhar com a vida que havia perdido, ele começou a direcionar todas essas paixões para algo totalmente diferente: a música.

“O futebol era minha vida, mas sempre gostei de hip hop e rap”, disse Tymaz. “Mas eu realmente comecei a prestar atenção nas batalhas de rap. Algo sobre o jogo de palavras realmente me inspirou, a expressão, a competitividade bruta disso. Quando eu via batalhas de rap, para mim eu via algo em que ainda podia competir. Foi uma fuga, onde mesmo que eu estivesse em uma cadeira de rodas ou mesmo em uma cama de hospital, eu ainda poderia estar em igualdade de condições com todos os outros.”

A cidade canadense de Toronto tem uma cena musical vibrante e, assim que pôde, Tymaz se sentou na cadeira de rodas para a competição de batalha de rap para cantar.

Tudo pelo que ele trabalhou, tudo o que o levou até aquele momento, saiu dele através da batida do som.

“Desde a minha primeira batalha, eu sabia o que queria ser”, disse o rapaz. “Para aqueles que estão passando por um grande problema, não importa o que seja, eu queria ser a voz deles.”

Sua concorrência não teve chance! Quando seu tempo no microfone acabou, Tymaz estava no ringue como um vencedor, exatamente como ele imaginava.

Embora tenha começado uma nova jornada, o futebol nunca saiu totalmente de sua mente.

Hoje, Tymaz treina futebol e usa seu profundo conhecimento do esporte para treinar a próxima geração de jogadores para perseguir seus sonhos. E embora seus dias de treinamento profissional tenham passado, ele surpreendentemente deixou sua cadeira de rodas para trás. Não só ele pode andar, mas ele pode correr.

Sua paixão número um, no entanto, continua sendo a música. Seu primeiro álbum, intitulado “Chosen” (Escolhido), será lançado ainda este ano.

“É o título perfeito porque é exatamente o que eu sinto”, disse Tymaz. “É uma parte de quem eu sou. Fui escolhido para isso. Quero ser um ícone, um símbolo de perseverança. Quero mostrar às pessoas como foi nunca desistir, nunca perder a esperança. Isso é o que eu posso dar ao mundo.”

Se esse é o seu objetivo, então ele já ganhou, né? Seja qual for o próximo capítulo de sua vida, a história extraordinária de Tymaz fornece a todos nós a inspiração para seguir em frente e nunca perder a esperança.

Fonte: Majically
Fotos: Arquivo pessoal

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