Judoca que catou latinhas para comprar 1º kimono lidera ranking brasileiro e vai disputar medalha em mundial
Paulo Ricardo teve que, literalmente, lutar muito para vencer na vida. Essa não é somente a história de um judoca vitorioso, mas de um baiano de origem humilde que batalhou, pegou um barril gigante na infância para se tornar o primeiro colocado no ranking do judô master brasileiro, e não só isso, como também militar e odontólogo.
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Filho único, seu pai consertava fogão e a mãe vendia pizza as portas das casas à noite. Para dar disciplina e desenvolver o filho, Dona Marizan o colocou no judô aos 5 anos de idade, mas o garoto não tinha dinheiro para comprar o kimono. Foi então que ele decidiu acompanhá-la no trabalho à noite para juntar latinhas para pagar pelo material.
“Eu falava que um dia queria me tornar um bom judoca, ter uma formação profissional e dar orgulho aos meus pais e mostrar ao mundo que todos teriam a mesma capacidade“, comentou. E conseguiu sim! Em sete anos ele virou faixa preta no judô.
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Judoca enfrentou dificuldades para treinar, se formar em odontologia e passar em concurso para a Polícia Militar
Com as dificuldades, a formação educacional demorou um pouco mais. “As coisas nunca foram fáceis, eu caminhava cerca de 6 km a pé para treinar, pois eu era bolsista, me virava no dia entre vender pizzas e treinos“, contou.
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Com a disciplina da arte marcial, ele manteve os focos nos estudos e conseguiu entrar para a faculdade de odontologia como bolsista e passar no concurso da Polícia Militar, onde hoje atua na cavalaria.
“Essa força de vontade e a fé me ajudaram a conquistar isso. Eu sempre acreditei em Deus e o que define tudo isso não são as vitórias e conquistas, mas a fé que tive em todo o momento da minha vida. Eu conquistei essas coisas porque eu quis isso, apenas direcionei e Deus me ajudou”, disse.
Judoca dá aulas para jovens da sua comunidade
Aos 30 anos de idade, Paulo Ricardo conseguiu voltar aos treinamentos e às competições. “Tive a oportunidade de lutar pela seleção brasileira de judô na categoria Master, lutei o Pan-Americano de judô no Chile em 2019 e fui convocado em 2021 para lutar o mundial de judô em Portugal, que será agora em outubro”, contou.
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Mas o que mais o motiva é poder ajudar outras crianças a trilharem um caminho parecido com o seu. Paulo dá aulas de judô a jovens e oferece bolsas para a maioria, de modo que pagantes e bolsistas não sabem quem paga ou quem tem desconto. Ele que foi bolsista sabe bem a importância disso.
“Ajudar ao próximo é a maior motivação da minha vida. Desde então me dediquei ao judô em ensinar os mais necessitados. Meu maior objetivo atualmente é em ajudar as pessoas, não existe você ser abençoado e apenas usufruir disso, acho que devemos sempre ajudar e servir ao próximo”, completou.
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Ele acredita no poder transformador do esporte porque é um exemplo vivo. “O judô tem o poder de transformar vidas. Ele é uma filosofia de vida que de forma instrutiva simula a vida, primeiramente mostra ao praticante que devemos lutar pela vida diante de qualquer obstáculo, ele ensina que em vários momentos vamos cair, mas em contrapartida devemos levantar e continuar lutando”, finalizou.
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