O coordenador de pesquisa e desenvolvimento da Indústria Fox, Leonardo Kroger, entrou em contato com o Razões para Acreditar para falar de um projeto que deve ajudar não só pessoas de baixa renda como também o meio ambiente, promovendo um melhor consumo da energia e economia. E como isso pode ser feito?
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Bem, vamos voltar um pouco em 2010 para que você entenda melhor sobre o tema. Foi em 2010 que, com o apoio do Departamento de Desenvolvimento e Cooperação Suíço (DEZA), começou a operação da primeira fábrica de produção reversa de equipamentos de refrigeração de alto padrão. Sem falar da inovação mundial, um processo de reciclagem de geladeiras que permite a destruição in loco de CFCs e sua transformação em ácidos reutilizáveis.
“Instalamos um sistema de monitoramento inovador que permite medir online quantidades de CFCs captadas e destruídas, e documentá-las de tal forma que viabilize a emissão de certificados de CO2 dentro do padrão Swiss Charter, validado por entidades credenciadas nas Nações Unidas. Desta forma, nosso modelo de negócio aplicado inicialmente baseou-se no refinanciamento pela venda de créditos de carbono. Assim, a Indústria Fox foi nomeado, em 2015, lighthouse project pela United Nations Framework Convention on Climate Change UNFCCC das Nações Unidas”, contou Leonardo.
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Com isso, nasceu uma outra ideia, a de criar uma loja física para que as pessoas, então, conseguissem chegar até essa proposta de uma forma prática e fácil. Além da loja online, que permite a troca de equipamentos antigos por novos, por meio de venda com descontos pagos por concessionárias de energia. A ideia toda foi desenvolvida pelo fundador Philipp Bohr, a qual o levou a criar a nova empresa chamada TudoBônus.
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“Como já estamos trabalhando nisso desde 2015, posso afirmar hoje que somos intermediários entre recursos destinados à eficiência energética e a população que por conta própria não teria acesso a esse tipo de benefício”, revelou. Com isso, eles conseguiram criar sistemas abrangentes de economia circular, unindo produtividade industrial, proteção ambiental e responsabilidade social dentro de modelos econômicos inovadores. “Nossos produtos e serviços devem habilitar nossos clientes e parceiros a viver esses valores e conduzir suas atividades comerciais de forma sustentável”, diz Leonardo.
O projeto chamado de Eletrobônus possibilita que geladeiras, máquinas de lavar roupa, fogões, TVs, etc., antes descartadas ou levadas para algum parente, sejam levadas para a TudoBônus. E lá a mágica toda acontece como a redação do Razões Para Acreditar descobriu visitando-a em Santo Amaro. Caso o eletrodoméstico tenha algum defeito, é necessário trocar a peça e, então, levá-lo de volta para a loja para ser vendido por um preço mais baixo.
“A gente vai na casa levar a geladeira, instala, e tira a geladeira de mais de 6 lâmpadas. Tira o que tá consumindo muito e coloca o novo que tá consumindo pouco”, diz Leonardo. O problema central são as geladeiras que contêm CFC, liberando gases na atmosfera que contribui para o aquecimento global. Essa liberação é equivalente ao uso de um carro durante um ano, como conta o coordenador de pesquisa.
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O melhor de tudo é que, além de você parar de contribuir com a poluição, é possível também ter mais economia, já que você paga menos não só na hora de comprar a geladeira ou qualquer outro eletrodoméstico, mas também na hora de realizar o pagamento todos os meses, uma vez que ela não consumirá mais tanta energia como as outras. “As pessoas não pensam nisso. Vão na loja: aquela geladeira tá 600$ mais barata, vou comprar. Só que na conta de luz vai vir uns 500$ mais. Um ano e pouco já ta pagando mais numa geladeira nova”, conta.
O projeto com a Eletropaulo, iniciado em 2015, foi submetido a um concurso e ele ganhou exatamente pelo uso eficiente do recurso. “No Brasil, latinha, por exemplo, 99% é reciclado não se sabe porquê. Lixo eletrônico, no Brasil, o último dado que eu tenho que é de 2016, é em torno de 6%. É muito pouco. Não dá pra chegar em 90%. Você deixa esse lixo pra cuidar de si mesmo. Como lixo cuida de si mesmo? Ele tem seu valor. A latinha tem seu valor, alguém vai lá e pega. Agora uma TV, por exemplo, quantas vezes eu já vi jogada no chão. Você vai ver lá o cobre retirado, o plástico, o vidro, tá tudo jogado no chão. Em algumas regiões isso vai pro rio, isso vai pro aterro. Não é reaproveitado. Geladeira. O cara pega, arranca o motor, tira o cobre lá de dentro, a carcaça, que tem muito plástico, não tem muito valor e vai não sei pra onde”, revela Leonardo.
Reciclagem de geladeiras
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Por isso, a Indústria Fox foi atrás do mercado de eficiência energética com uma lei que obriga as concessionárias de energia tais como Enel, Light, etc., a investirem num pequeno percentual da receita em medidas que promovam economia de energia. E, assim, a ideia antes era ir em comunidades para retirar geladeiras velhas e colocar novas. Porém, com custos muito altos, como você deve imaginar, rapidamente ela evoluiu para outro modelo, como conta Leonardo.
“A nossa ideia é colocar uma contrapartida: por que? Quem vai querer isso vai querer uma geladeira, porque ele vai pagar também. Ele realmente precisa. Ele vai escolher o que ele precisa. Por isso ele vai escolher entre 5 modelos que a gente tem. Ele vai cuidar melhor da geladeira, porque ele pagou. E eu vou alcançar realmente essas pessoas que precisam. Com isso a gente espera um: eu vou gastar com ele. Com ele pagando eu ainda vou ter mais dinheiro para alavancar, alcançar mais pessoas, mesmo que elas paguem, mas elas vão ter o benefício de reduzir a conta de luz.”
Então, por que não consumir menos, poluir menos e ter mais economia? A ideia da Indústria Fox não só é original como pretende também ajudar muitas pessoas, não concorda?!
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Fotos cedidas por Leonardo Kroger/Indústria Fox
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