Mãe que superou bullying pesado durante adolescência hoje ensina para filha valores como autoestima e confiança em si mesma

0
2166

Dificuldade é o sobrenome de Nanda Alves, mas superação é o nome de batismo. Essa jovem carioca, de 24 anos, que foi mãe aos 16, e cuida sozinha da filha, entrou na faculdade, abriu seu próprio negócio, faz os trabalhos à mão porque não tem computador e monta barraquinha de doces improvisada para a filha que queria empreender.

PUBLICIDADE

CONTINUE LENDO ABAIXO

É essa a história de Nanda, e de tantas mulheres nesse Brasil. A vida tem ensinado muito a essa garota, que já sofreu bullying por ser gorda, mas não se abateu e hoje é ela quem ensina valores para a sua filha.

“Eu sempre sonhei em ter uma loja, coloquei isso na cabeça e já consigo até ver ela toda montadinha”, disse a jovem, que é autônoma e tem um negócio de venda de perucas online.

Essa determinação serviu de exemplo para a sua filha, a Maria Luíza, que disse para a mãe que também queria ser empreendedora. Sem muitos recursos, Nanda montou uma barraquinha de doces improvisada na frente de casa para a menina e a história da família viralizou. Depois disso, elas vêm recebendo ajuda de vários empresários para profissionalizar um negócio.

mãe e filha
História inspiradora de mãe e filha comoveu internautas e elas receberam apoio. Foto: @itsnandalaves

PUBLICIDADE

CONTINUE LENDO ABAIXO

Mas não é de hoje que a história de mãe e filha é cheia de capítulos de superação. Nanda conseguiu com muito esforço terminar o Ensino Médio em meio à gravidez, e entrar para a faculdade de Comunicação Social da UFRJ. “Eu ia a pé daqui da comunidade para estudar na biblioteca no centro da cidade”, relembra.

E ainda hoje, ela faz muito sacrifício para continuar estudando. “Eu escrevo os trabalhos à mão num caderno porque não tenho computador nem impressora”, disse.

mulher negra apresentando trabalho
Nanda tem levado a discussão da autorrepresentação negra para dentro da faculdade. Foto: @itsnandalaves

E Maria Luíza acompanha tudo isso de perto porque desde criancinha ela vai junto com a mãe para as aulas da faculdade e para a casa das clientes no trabalho. “Ela sempre me acompanhou e nunca reclamou de nada”, comenta.

criança negra desenhando
Luíza está aprendendo desde cedo que pode ter acesso à universidade. Foto: @itsnandalaves

PUBLICIDADE

CONTINUE LENDO ABAIXO

criança negra fazendo pose

Nanda se identifica com seu corpo, cabelo e sua história

Depois de ter sofrido muito bullying quando era criança, Nanda entendeu que só superaria esse problema quando ela realmente se reconhecesse nas suas particularidades, e foi isso o que ela fez.

“Passei horas me namorando e vendo cada pedacinho desse corpo. Sou grande, gorda e a cada clique desse eu me sentia mais feliz. Vão rir, vão falar, mas eu olho essas fotos e não consigo me odiar mais, me sinto tão sexy e tão feliz. Eu me libertei e não volto mais atrás, eu tomei a maior decisão da minha vida que foi me amar acima de tudo. ENORME, IMENSA.”

mulher negra com maiô
Nanda passou a aceitar, reconhecer e se identificar com seu corpo. Foto: @itsnandalaves

PUBLICIDADE

CONTINUE LENDO ABAIXO

Nanda, você não é só enorme e imensa, você é gigante. Além do preconceito, ela também já sofreu abuso sexual. “Era uma menina com problemas de autoestima pelos abusos sofridos na infância. E, também por ser gorda, achava que me relacionar sexualmente com várias pessoas faria com que me sentisse melhor”, relatou.

E como ela fez para atingir esse novo status de amor próprio? Nanda teve que entender que não podia esperar que os outros a amassem.

mulher negra posando para foto
Foto: @itsnandalaves

“Antes eu realmente achava que um relacionamento seria importante nessa fase da minha vida. Estar com uma mulher gorda e grande como eu, não é fácil. Então eu já respeitei isso e vou ser feliz sim sozinha, com a minha filha e minhas coisinhas… Eu parei de me cobrar e me sentir menos por estar sempre sozinha. Eu sou autossuficiente, independente e extremamente feliz”.

Nossa, é isso mesmo, Nanda. E quem a ensinou a ser independente antes de tudo foi outra mulher, a sua mãe, a vó da Luísa: “A avó dela, minha mãe, sempre diz que ela tem que ser independente porque aqui na nossa família as mulheres são muito independentes, aprendem desde cedo”.

E é nesse mesmo caminho que Nanda está orientando Luíza, afinal, as mulheres nasceram para serem livres, amarem seus corpos, sua origem, seu cabelo e conquistarem o que quiserem. “O maior exemplo de autoestima para minha filha sou eu”, e tem maior exemplo que esse? Com certeza que não, voa Nanda!

Toda mulher merece celebrar sua individualidade e originalidade.
Para isso, é fundamental que elas tenham consciência de sua força e do seu poder. A autoestima e a identificação são as ferramentas que fazem com que as mulheres ocupem os lugares que sempre mereceram. E é por isso que o Razões Para Acreditar e o Quebrando o Tabu, em parceria com Dove e Refinery29, estão juntos nessa missão de ajudar as mulheres a verem ainda mais o que podem conquistar.

Para oferecer essa experiência de beleza positiva a todas as mulheres e para incentivá-las a ver seu poder, contaremos histórias de mulheres e meninas que são exemplos inspiradores de como a construção da autoestima pode ajudar a nos dar a confiança necessária para atingirmos nosso pleno potencial. É uma ótima viagem pelo mundo feminino e empoderado, que constrói, quebra paradigmas e barreiras.

Acesse o canal com todas as histórias aqui.

Quer ver a sua pauta no Razões? Clique aqui e seja um colaborador do maior site de boas notícias do Brasil.