Maestro do Rio perde violino e partituras, mas recupera graças a taxista
Cinco dias parecem cinquenta para quem está junto há 30 anos. Esse foi o sentimento do maestro da Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro, Mateus Araujo, depois que ele esqueceu seu violino no táxi, durante uma corrida entre a Gávea e o Centro do Rio, na quarta-feira (2).
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O medo de nunca mais tê-lo por perto só não foi prolongado graças ao taxista Júlio de Souza, após o maestro postar uma mensagem nas redes sociais. Foram muitos compartilhamentos antes que a publicação chegasse até a filha do taxista, Ana Júlia. A devolução aconteceu no restaurante onde o taxista é sócio.
Mateus retribuiu a gentileza de Júlio tocando alguns clássicos da MPB, como “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim, na calçada do estabelecimento. E mais, ele convidou o taxista e sua família para assistir a um dos concertos que regerá na Sala Cecília Meirelles ou no Teatro Municipal!
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“Já é tão difícil viver de música nesse Estado. A gente renova a esperança na cidade, com atitudes como a deste taxista. Faz crer que ainda existe muita gente boa”, disse o regente, que faz um trabalho social incrível ensinando crianças e adolescentes carentes de favelas como as do Complexo do Alemão, através do projeto Ação Social pela Música no Brasil.
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O violino tem um valor sentimental imenso para o regente. Foi um presente de sua mãe quando ele tinha 14 anos. Desde então, ele e o violino jamais estiveram separados. Isso mudou na última quarta-feira, quando o maestro esqueceu o estojo que continha o violino no banco traseiro do táxi de Júlio. Mas, tinha muito mais coisas no estojo: um curso de alemão, partituras, programas de concertos e alguns cartões de vista – menos o seu contato.
Júlio conta que o maestro estava distraído, falando ao celular, quando saiu do carro por volta das 21h. Pagou a corrida em dinheiro, desembarcou e foi embora. Só no dia seguinte, quando foi limpar o carro no estacionamento do restaurante, é que o taxista viu o instrumento no banco de trás do carro. Ele voltou ao local onde tinha deixado o maestro e após conversar com algumas descobriu que a faculdade de música da UFRJ fica ali perto. Júlio foi até lá, mas não obteve informação sobre o dono do violino.
O motorista só conseguiu entrar em contato com o maestro no domingo, de manhã, depois que sua filha viu a publicação na internet, onde constavam os números dos telefones de Mateus e de sua esposa. Aí foi só ligar para o maestro e combinar a devolução do instrumento, na segunda-feira (7).
“Ele chegou a me oferecer uma recompensa em dinheiro, que eu recusei, dizendo que quem me gratifica é Deus. Ele é quem comanda tudo. A gente tem que agir sempre com o pensamento de que o que aconteceu a outras pessoas também pode ocorrer conosco e, nesse caso, espero que hajam comigo da mesma forma. O instrumento é importante para o dono e para mim não teria nenhuma utilidade. Nem sei tocar violino”, disse o motorista.
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Foto de capa: Via
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