Um passe longo dado por um pequeno companheiro de equipe cruza a grande área. Os jogadores do Peñarol estão desesperados tentando roubar a bola dos pés dela, sem sucesso. Mahia é mais habilidosa dos que todos eles. Possui um talento para o futebol que não é vendido em nenhuma casa de esportes, é inato. A bola passa por todos, cai em seu pé, e a pequena não desperdiça: ajeita a bola em seu pé, e de direita, toca por cima do goleiro, impotente.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
Após o lençol magistral, ela parte para comemorar junto à arquibancada, de braços abertos, exalando energia e felicidade; logo atrás, sua equipe comemora junto. Mahia aparece em primeiro plano: ostenta a faixa de capitã em seu braço e uma tiara dourada que protege e segura o cabelo. Na celebração do gol, com os dedos forma um coração, levando o público presente ao delírio.
Leia também: Ele nasceu sem uma perna, mas isso não o impediu de tornar-se jogador de futebol
Esta é Mahia Macias, uma talentosa jogadora de futebol que prova que a idade não importa muito quando nascemos com um dom para alguma coisa. Ela tem 7 anos e atuas nas categorias de base do clube Nacional, do Uruguai. Seu talento impôs ao clube a aplicação do futebol misto: ela é a única garota entre todos os seus colegas e rivais masculinos. Um mero detalhe, pois o que importa é que ela, seus companheiros de equipe e adversários só pensam em se divertir com a bola. Ninguém se importa com a condição, sexo ou raça dos jogadores. Todos eles estão ali para jogar futebol.
Leia Mais
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
A história de Mahia veio à tona apenas alguns dias atrás porque ela fez história ao se tornar a primeira garota a ser capitã em um clássico – e marcar um gol. Para tornar o momento ainda mais especial, ela carregava em suas costas o número 20, do mítico atacante uruguaio Álvaro Recoba (1976-), grande ídolo da seleção do Uruguai.
O treinador de Mahia, Federico Garcia, disse que a concedeu a faixa de capitã a ela apenas alguns minutos da partida começar, para sua surpresa e felicidade. Mahia joga desde que tinha quatro anos de idade, e conta que deseja se tornar uma jogadora de futebol profissional.
Leia também: Atleta paraolímpica se emociona quando consegue pegar uma bola pela primeira vez
Ela treina todos os dias da semana. Ama muito o esporte, e pouco se importa com as amarras dos papéis de gênero. “Sinto-me extremamente orgulhoso. É incrível. Tudo é muito difícil neste ambiente, mas vale a pena o preço a se pagar. Pode nos custar o dobro, mas apreciamos suas conquistas em dobro. Vão ter que aceitar que minha filha é uma excelente jogadora, e ao mesmo, uma garota,” conta Favio, pai de Mahia.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
Este dia foi marcado pela vitória por 2 a 1 do Nacional sobre o Peñarol, numa virada que aconteceu faltando apenas dois minutos para a partida acabar. Um dia histórico e inesquecível também para Mahia, que começa a jogar partidas continente afora. Trata-se também de um momento que expõe certas rupturas culturais. A bola derrubou uma barreira. No entanto, para ela, foi tudo apenas um momento de alegria, como para seus companheiros de time. Porque, antes de mais nada, o objetivo do esporte é este: gerar felicidade.
Compartilhe o post com seus amigos!
- Siga o Razões no Instagram aqui.
- Inscreva-se em nosso canal no Youtube aqui.
- Curta o Razões no Facebook aqui.
Fonte: Infobae / Fotos: divulgação
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
Quer ver a sua pauta no Razões? Clique aqui e seja um colaborador do maior site de boas notícias do Brasil.