Mais inclusão: Novo site agrega serviços oferecidos por pessoas trans e travestis

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É muito bom saber que iniciativas que visam dar visibilidade à comunidade trans no Brasil tem crescido exponencialmente, a exemplo do que publicamos ano passado, do projeto TransEmpregos.

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A realidade ainda é muito dura e difícil para pessoas transgêneros em nosso país, segundo a Rede Nacional de Pessoas Trans do Brasil (RedeTrans), 82% das mulheres transexuais e travestis abandonam o ensino médio entre os 14 e 18 anos pela discriminação na escola e, muitas vezes, por falta de apoio familiar. Sem opção, 90% acaba na prostituição. Já no caso dos homens trans, o que lhes resta geralmente é o desemprego e o subemprego, fruto da mesma discriminação transfóbica.

E como diminuir esse abismo de desigualdade e preconceito? Dando oportunidades iguais!

Por isso, surgiu o Transerviços, site que agrega serviços amigáveis para transexuais e travestis e onde é possível encontrar trabalhos oferecidos por eles e elas. Se você é trans ou travesti e oferece algum tipo de serviço, basta se cadastrar no site para divulgar seu trabalho. Conhece algum profissional ou serviço que atenda a população trans sem preconceito, como por exemplo escolas, universidades, postos de saúde, hospitais e demais organizações ou dentistas, advogados, médicos ou cabeleireiros? É só indicar os contatos no site.

O site também se propõe a desconstruir alguns mitos relacionados sobre pessoas e trans e travestis, tal como:

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Mito:

“Travestis e transexuais são opções sexuais.”

Fato:

A palavra opção pode significar escolha, mas as pessoas travestis e transexuais não escolhem ser travestis e transexuais, assim como as pessoas cisgêneras não escolhem ser cisgêneras. Por pessoas cisgêneras tomamos aquelas pessoas que nasceram e a elas foi atribuído um gênero e assim elas se reconhecem. Muitas vezes usamos a abreviação cis para a palavra cisgênero, sendo um prefixo do latim que significa “do mesmo lado”. Sendo assim, o homem cis ou cisgênero é aquela pessoa nascida e designada homem e que se reconhece como homem, por exemplo.

A identidade de gênero não é passível de escolha, as pessoas podem vir a se reconhecer ou não como travestis ou transexuais dentro da formação e construção identitária de cada indivíduo.

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Também não há que se falar em “sexuais” pois ser travesti ou transexual não diz respeito à sexualidade das pessoas, mas sim à identidade de gênero.

A identidade de gênero diz respeito ao gênero que a pessoa intimamente reconhece como seu, que pode ser o mesmo que ela foi registrada no nascimento ou não.

Já a sexualidade das pessoas apontam para quem elas se atraem de forma afetiva e sexualmente, então a pessoa pode se reconhecer como mulher, independente do genital que ela tenha nascido, e isso diz respeito à identidade de gênero e se atrair por pessoas de quaisquer gêneros, e isso diz respeito à sua sexualidade ou orientação sexual.

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A idealização do site foi da Daniela Andrade e desenvolvido por ela e outros profissionais da ThoughtWorks, uma empresa que particularmente gosto muito, pois já conhecia o trabalho que fazem de consultoria global de software, levando em conta o aspecto humano e a empatia como ferramentas de construção dos projetos que podem gerar impactos sociais positivos.

A ideia do Transerviços surgiu como um desdobramento do site Transempregos (que falamos no começo da matéria), do qual Daniela participou do desenvolvimento e que disponibiliza vagas de empregos para pessoas trans e travestis. “Muita gente que não tinha empresa e conhecia o site queria ajudar essa população e não sabia como”, diz Daniela. “Como diversas pessoas trans e travestis são autônomas, pensamos que uma forma seria criando um site onde elas pudessem oferecer seus serviços.”

O site entrou no ar semana passada, e ainda está em fase inicial, e eles se propõem a receber feedbacks a respeito do funcionamento da ferramenta.

Ah, lembrei de um vídeo feito pela ThoughtWorks com a Daniela Andrade, que faz parte de uma série de outros vídeos que aborda as pessoas trans e suas lutas, nesse em questão, a Dani explica o que é ser travesti, transexual ou transgênero. Assistam:

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