Poderia ser mais uma daquelas histórias de superação, de jornada do herói, de protagonismo do jovem negro que rompe as dificuldades impostas socialmente para se formar em um curso privilegiado como o de medicina. Mas a história de Israel Naasom é bem mais que tudo isso!
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Naasom é o nome de um príncipe israelense que significa “encantador”. E o nome próprio Israel corresponde a “soldado que tudo vence”. Não poderia haver tradução melhor para esse rapaz nascido em Vargem Alegre (MG).
O estudante tem 23 anos de idade, seu pai é ajudante de pedreiro e a mãe trabalha como empregada doméstica, assim como tantas famílias nesse país, que vivem nessa mesma formação estrutural.
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Jande é a irmã mais velha, com 18 anos, João Vitor tem 15 anos e Edson tem 11. Naasom é espelho para todos eles. Foi nessa família que ele cresceu, estudou sempre em escolas públicas.
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“Eu sempre tive o sonho de ser médico, mas devido as condições financeiras, isso parecia ser altamente impossível“, conta. E realmente é muito mais difícil com todas essas condições.
Jovem que quase largou estudos é aprovado para estudar medicina em Harvard
A certeza de que precisava ser médico veio quando a avó morreu por complicações do Alzheimer. Em seguida, a mãe passou a sofrer com muitas dores. Para todas as duas, os serviços públicos de saúde não prestaram assistência.
Era o gatilho para acender a vontade de fazer medicina em Naasom. “Decidi que correria atrás desse objetivo, como forma de procurar melhorar a qualidade de vida dos pacientes que eu tivesse contato no futuro. Foi ali que eu entendi que eu precisava entrar em medicina, eu precisava tirar a minha mãe daquela situação“, relembra.
O jovem tentou acesso às universidades públicas no Brasil, até que conseguiu entrar no curso na cidade de Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Para ir para o outro país, ele tinha apenas R$ 120,00 em mãos. Foi então que recebeu a doação de 1.250 livros de amigos da igreja que frequentava para vender e fazer dinheiro para a mudança, e vendeu todos eles.
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No Paraguai, mais dificuldades. “Nesse período eu passei por muitas dificuldades, trabalhei como chapeiro em uma lanchonete, depois comecei a trabalhar dando aulas particulares para alunos do ensino médio, me ofereci para limpar o quarto dos meus amigos que tinham mais condições que eu na faculdade, trabalhei vendendo empadas; eu produzia e as vendia”.
Israel ainda criou vaquinhas online e rifas e começou a receber várias doações que garantiram a permanência na faculdade por 3 anos. Até doações de pessoas de outros países ele recebeu.
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Agora, o estudante conseguiu transferir o curso para a Universidade Brasil, que fica em Fernandópolis, no Interior de São Paulo, e está no quinto período. As condições continuam duras e, por isso, ele lançou mais uma vaquinha para fazer a matrícula e pagar as mensalidades.
“Me vejo como um médico oncologista, ajudando centenas de pacientes que que precisarem dos meus auxílios. Dando o meu melhor para ajudar a cada um de forma individual e humana. Esse, definitivamente é o meu maior objetivo”, disse.
“Quando coloco o estetoscópio sobre o pescoço e o meu jaleco branco, eu consigo sorrir com os olhos“, disse.
Estamos na torcida, Naasom, por você e por todos os que sonham e que merecem alcançar este objetivo, mesmo com condições tão adversas.
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