Uma menina de 13 anos que sofria de uma misteriosa condição muscular que deixou a cabeça inclinada em um ângulo de 90 graus passou por uma cirurgia que mudou sua vida por completo.
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Os médicos acreditam que Afsheen Gul sofra de um distúrbio que a levou a desenvolver um pescoço severamente torcido, conhecido clinicamente como “luxação rotatória atlanto-axial” (AARD).
O problema apareceu pela primeira vez quando Gul, que tem paralisia cerebral, tinha apenas oito meses de vida, depois de ter machucado o pescoço enquanto brincava ao ar livre.
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Incapaz de manter a cabeça ereta, Afsheen vivia com dores constantes, o que a deixava com dificuldades para comer, usar o banheiro e até andar.
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A condição de Afsheen também a impedia de ir à escola, com ela passando seus dias em casa em Sindh, no Paquistão, com sua mãe Jameelan, 52, e o irmão mais velho Mohammad Yaqoob Kumbar, 27.
No entanto, na semana passada, Afsheen passou por uma grande ecirurgia no Apollo Hospital, em Nova Délhi, Índia, financiada com US$ 34.000 (R$ 170 mil) arrecadados através de uma vaquinha.
A cirurgia foi considerada um sucesso e ela está se recuperando muito bem através de terapia intensiva.
Afsheen, que é a caçula de 6 irmãos, nasceu saudável, mas sua vida tomou um rumo dramático quando ela tinha apenas oito meses de idade e caiu enquanto brincava em casa.
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Os pais dela inicialmente não pensaram que seu pescoço entortaria tanto, mas sua condição piorou gradativamente. Devido à renda limitada da família, seus pais eventualmente a levaram a um curandeiro local, mas isso não a ajudou em nada.
Sua história gerou repercussão mundial em 2016, depois que um artigo em um site de notícias atraiu pessoas dispostas a ajudar a pagar uma cirurgia para ela.
A jovem foi levada ao Hospital Apollo em fevereiro de 2018, onde especialistas disseram que a operariam – mas deram a ela ‘50% de chance de sobrevivência’.
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“Eles nos disseram que há 50 por cento de chance de sucesso da cirurgia e nos pediram para ir para casa e pensar sobre isso”, disse o irmão mais velho de Afsheen, Mohmad Yaqoob. Pelos anos seguintes, a cirurgia nunca saiu do papel.
Foi apenas no final do ano passado que as coisas começaram a mudar. O Dr. Rajagopalan Krishnan, que trabalhou para o sistema de saúde britânico por 15 anos antes de retornar à Índia para trabalhar em casos médicos extremos, lidou com sucesso com muitas cirurgias complexas na coluna durante sua carreira e estava pronto para ajudar Afsheen.
Ele disse: “O irmão dessa jovem, Yaqoob, entrou em contato comigo depois de ver um documentário que fiz onde operei com sucesso um menino com uma condição semelhante. Eu tinha certeza de que poderia melhorar sua qualidade de vida, mas precisava vê-la primeiro. Se deixássemos mais tempo, as chances de ela se recuperar de qualquer cirurgia seriam pequenas”.
Dr. Krishnan operou Mahendra Ahirwar, de 12 anos, em 2016, para um documentário do Canal 5 ‘The Boy Who Sees Upside Down’ (O Menino que vê de Cabeça para Baixo, em tradução literal). O pescoço de Mahendra estava pendurado em um ângulo de 180 graus desde que ela era criança.
Então a pandemia de Covid-19 chegou e a ideia do procedimento cirúrgico, interrompida. Yaqoob e o Dr. Krishnan permaneceram em contato, mas as datas para qualquer viagem à Índia ou qualquer cirurgia ficaram em segundo plano.
Então, em 16 de novembro do ano passado, Yaqoob acompanhou sua irmã em um voo para Delhi, enquanto sua mãe ficou em casa, pois apenas um adulto podia acompanhar as condições do visto. O Dr. Krishnan finalmente conheceu Afsheen pela primeira vez dois dias depois.
“Falei com a família por tanto tempo, mas não tinha visto Afsheen”, disse Krishnan, que ofereceu seus serviços à cirurgia dela de forma totalmente gratuita.
“Depois de conhecê-la, ficou claro que era provável que ela morresse a curto ou médio prazo se não fosse tratada. Os testes clínicos mostraram que foi um dos casos mais desafiadores que já vi em minha carreira, provavelmente o primeiro caso como esse no mundo. Eu tinha que tentar ajudá-la, ela já tinha ficado tempo demais”, disse o médico.
Devido à sua Paralisia Celebral, Afsheen só aprendeu a andar aos seis anos e a falar aos oito anos, mas seu pescoço começou a dobrar com um ano e a família sempre assumiu que era devido a um acidente que ela teve quando bebê.
Yaqoob explicou que Afsheen nunca foi capaz de frequentar a escola ou brincar com os amigos e passa o tempo em casa com Yaqoob e sua mãe. Seu pai morreu de câncer em 2020.
Mas mesmo que ela tenha vivido com dores constantes, ela continua sendo uma garota feliz e faz sua família sorrir com sua personalidade sempre positiva e carismática.
Yaqoob e Afsheen estão em Delhi, na Índia, há quase quatro meses acompanhando o tratamento dela.
No início, ela teve que colocar um objeto chamado “Halo-Gravity” para ajudar o pescoço a ficar na posição vertical. Ela precisava de check-ups semanais para monitorar qualquer melhora e, felizmente, seu pescoço se endireitou um pouco para que a cirurgia fosse possível.
Sua cirurgia, ocorrida em 28 de fevereiro, contou com a presença do Dr. Krishnan e sua equipe especial de médicos.
Dr. Krishnan disse que seu principal objetivo era aliviar a compressão na medula espinhal da jovem. Ele a operou pela boca e removeu discos do pescoço e, em seguida, fixou o crânio na coluna cervical usando uma haste e parafusos para manter o pescoço reto.
“O procedimento foi bem-sucedido e estamos todos felizes. Havia uma compressão terrível na medula espinhal, então durante a cirurgia era vital que preservássemos ela. Afsheen tem se recuperado rápido, em três dias já estava andando e comendo, nos sentimos aliviados”, afirmou.
Surpreendentemente, o pescoço alinhado da jovem deixou sua voz mais grave.
“A família dela recentemente me perguntou se ela teria uma rotina completamente normal agora. E eu tive que explicar, devido à sua paralisia cerebral leve, isso não seria 100% possível, mas sem dúvidas, graças à operação, ela não sentirá mais dores daqui pra frente”, disse o médico.
“Além disso, sua cabeça está ereta agora. Ela é capaz de olhar para o mundo diretamente ao invés de cabeça para baixo. E assim que seu cérebro alcançar a nova posição central de sua cabeça, sua coordenação também melhorará”, completou.
Afsheen receberá alta do hospital este mês e, eventualmente, voará para casa, até o Paquistão. Ela precisa continuar usando um colar cervical e o Dr. Krishnan pretende fazer videochamadas semanais para monitorar seu progresso. Vida nova para Afsheen!
Fonte: Upsocl
Fotos: Arquivo pessoal
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