Essa história dá um bom enredo de teatro. Foi o seguinte: a pandemia obrigou os pais de Maria Clara, de 10 anos, que são animadores infantis, a parar as atividades. Aí eles tiveram que cortar despesas e sobrou para o curso de teatro da Maria. Ela teve a ideia de vender kits infantis para pagar o curso e a iniciativa está sendo a salvação da família.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
Maria sempre foi muito desenrolada, fazia cursos de aula de canto, de jazz, mas a paixão mesmo era o curso de teatro. Com a crise causada pela pandemia e os pais sem grana, ela teve a ideia. “Ela sempre viu a gente trabalhando muito, acho que tem a ver com o exemplo do ritmo de vida que a gente leva, sabe?”, disse a mamãe Andréia.
“No começo da quarentena, a gente ficou uns três meses só vendo filme. Aí eu vi um filme que chama: ‘Joy, o Nome do Sucesso’ e é uma mulher que cria materiais e vende por conta própria. E foi daí que nasceu a ideia do kit”, disse Maria.
Leia Mais
No começo parecia tudo uma brincadeira. Inicialmente foram vendidos três kits para as amiguinhas dela mesmo, mas a história foi ganhando visibilidade, os pais tiveram que passar a ajudar e hoje já são mais de 200 impressionantes vendas.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
Antes era Maria que cuidava de tudo e os pais ajudavam a fazer a entrega. Depois, eles tiveram que cair pra dentro do negócio. O pai, Juninho, faz as peças em gesso, a mãe organiza os kits, e Maria cuida da parte artística, pinta, faz logo, e administra a rede social.
Cada kit vai com peças em gesso para colorir, slime, giz de cera, massinha e livros temáticos bem divertidos para crianças. E tem para adulto também.
Ah, e como os pais são animadores infantis, eles passaram a fazer as entregas vestidos de personagens e deram literalmente uma nova roupagem ao empreendimento da filha.
“A cada final de semana é um personagem nosso que entrega o kit e tá sendo um super sucesso. Posso te afirmar com toda certeza: a Maria salvou a gente na pandemia, porque nós não tínhamos perspectivas, ficamos muito deprimidos, muito mal e foi ela que encontrou a luz no fim do túnel com essa ideia”, disse a mãe.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
Olha só que cada personagem lindo que vai entregar os kits:
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
Maria sempre acompanhou os pais no negócio da família, ajudando nas festas infantis, fazendo personagens também, e agora são eles que estão trabalhando no projeto da filha. “Antes era meu pai que era meu patrão e agora eu que sou patroa do meu pai”, disse. Ah, que lindo!!!
Relação com o teatro e o trabalho vem desde pequena
A família, que mora em Belo Horizonte (MG), sempre foi conhecida por animar as festas infantis da região. Os pais de Maria, inclusive, se conheceram trabalhando nesse ramo.
Maria tomou gosto pelo teatro por causa dos personagens infantis. “Porque me faz sentir a energia de outros personagens, outras pessoas, sentir o espírito deles no meu corpo mesmo, num sou eu que tô lá, é o personagem. E isso me faz muito bem”, contou.
Por isso, ela não queria ter que deixar o teatro de lado por causa da crise financeira, mas não imaginava que seria a renda do seu negócio que ia ajudar nas finanças de casa. “Eu achei que só ia dar para pagar o teatro”, confessou.
A Quarentena Divertida da Maria está sendo um sucesso e ela já pensa até em diversificar os produtos dos kits e ela está realizada. “Eu me sinto muito grata, me sinto feliz, sinto liberdade de falar para as pessoas que estou bancando um curso de teatro, que estou ajudando meus pais”, disse.
O trabalho para ela está sendo um misto de realização, de brincadeira e também de negócio sério agora. “Criança não pode trabalhar desde que não seja da vontade dela, do que ela gosta, do que ela sente feliz fazendo, mas se for algo que ela goste, que ela quer fazer, que vai estar se esforçando pra fazer melhor, mas que não vai estar deixando o estudo de lado, nem a brincadeira, que é uma prioridade, aí tudo bem. Muitas crianças trabalham com teatro, com canto, que os pais não estão obrigando ela fazer, aí tá tudo certo”, disse. Que maturidade hein, Maria?
E sabe de onde vem toda essa experiência? Justamente do teatro! O primeiro personagem de Maria nos palcos foi um sapo, personagem que ela não queria fazer, mas que a ajudou a crescer bastante.
Jovem que vende jujubas no semáforo sonha em ajudar a mãe com câncer e se formar
“Eu não queria fazer porque eu achava que era ruim, mas não era. Aí minha mãe me explicou que nem sempre as pessoas vão receber o papel que elas querem, mas que o que eu fizesse, que eu fosse o melhor que pudesse. Chegou no dia o sapo entrou no meu corpo. Ele não era o papel principal e se tornou o personagem principal pela minha atuação”, contou.
Maria, já somos seus fãs. E ela ainda deixou um recadinho para as crianças que querem empreender. “Uma dica é persistência. Se você não conseguiu, você vai batalhar pra tentar conseguir. Não tenha vergonha não. Você vai receber algumas críticas, mas elas vão te levar a algum lugar. E você vai receber muita mensagem boa de pessoas que querem seu bem, e leve essas mensagens pro seu coração que isso vai te ajudar bastante”, finalizou.
Ah, Mariaaaaa, vc não existe!
Quer ver a sua pauta no Razões? Clique aqui e seja um colaborador do maior site de boas notícias do Brasil.