Menina com leucemia deixa carta para voluntária: ‘Obrigada por vir me ver’

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Menina com leucemia deixa carta para voluntária: 'Obrigada por vir me ver'

De partir o coração.

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Júlia, de apenas 8 anos, deixou uma carta para Gabriella Pereira, voluntária em um abrigo para crianças, agradecendo-a pela companhia e por sempre visitá-la quatro vezes por semana, não importando as circunstâncias. Júlia faleceu em decorrência da leucemia.

Em seu diário de uma verdadeira princesa, a pequena esbanja amor, positividade e gratidão diante de todo o carinho que recebeu de Gabriella neste tempo no abrigo.

A carta foi divulgada no Facebook nesta última quinta-feira, 10, um dia após o falecimento de Júlia, e desde então vêm emocionando centenas de milhares de usuários. O post original conta com mais de 117 mil reações e 51 mil compartilhamentos.

Moradora de Carapicuíba, na Região Metropolitana de São Paulo, Gabriella Pereira, que é bacharel em Direito, disse que costuma se voluntariar, realizando trabalhos sociais há pelo menos seis anos; em um de seus trabalhos, em 2017, conheceu Júlia, à espera de uma família que a adotasse.

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“Desde então, não era mais um trabalho, era amor. Dia das crianças, aniversário, Natal, entre outras datas, sempre tive comigo que precisava dar uma passadinha pra ver a magrelinha, porque as outras crianças tinham alguém que visitava e ela tinha apenas eu. Sua irmã foi adotada quando tinha meses, mas a Júlia estava com 8 (anos) e tinha leucemia e lutava pela cura todos os dias”, contou a voluntária na publicação.

Menina com leucemia deixa carta para voluntária: 'Obrigada por vir me ver'
Júlia, que tinha leucemia, escreveu uma carta para uma voluntária que a visitava. Foto: Reprodução / Facebook

Numa entrevista dada à Revista Extra, Gabriella explicou que aos domingos ocorrem atividades de recreação no abrigo, que contam com a presença das mães, uma vez que nem todas as crianças habitam por lá.

De acordo com a jovem, que também visitava Júlia todas as segundas, quartas e sextas, existem famílias que não possuem condições financeiras ou que são usuários de drogas.

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“Quando melhoram, costumam ver os filhos e buscá-los, mas a Júlia realmente foi abandonada. Ela estava para adoção”, disse.

Ela disse que, no seu caso particular, seria muito difícil um juiz acatar um pedido de adoção, porém mesmo assim não desistiu e seguiu com um processo que contou com o apoiou da sua família.

“Entrei com a documentação pra fazer a adoção, estava com um pedido em andamento, mas não deu tempo.”

A voluntária, de 23 anos, ressaltou que fez tudo ao seu alcance para atender as vontades e anseios da menina.

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“O primeiro pedido dela foi que queria ter cabelo, então cortei o meu e doei pra ela”, disse.

Todo esse amor que Gabriella e Júlia compartilhavam ficou bastante claro na carta escrita pela menina.

“Quero pedir obrigado por me conhecer por vim (sic) me ver e por me dar o video game que te pedi, eu sabia que era muito caro e pra comprar o video game precisa vender uma casa, mesmo assim você me deu, obrigada pela sandália de salto que me deu, e por trazer aquele lanche que eu sempre vi na TV, obrigada por vim (sic) me ver no meu aniversário e trazer o sorvete de morango”, disse Júlia.

Bastante emocionada por ter tido o privilégio de conhecer a garota no abrigo, Gabriella destaca a importância de crianças poderem ter uma família estruturada e cercada de amor.

“Só faço aqui um pedido às mães que colocam crianças no mundo e abandonam, vocês não fazem ideia do que é uma criança crescer sem ter um apoio fixo. É um funcionário do orfanato que dá um pouco de atenção, depois um enfermeiro que pega amor, ou a mãe de um coleguinha que leva um presente no Natal, ou às vezes, a mãe do coleguinha está em uma viagem, o enfermeiro trocou de plantão e o funcionário trocou de emprego, nessas horas ela está sozinha novamente. Não tem quem ensinar a escrever, não tem quem ensinar a segurar o garfo nas refeições, não tem quem fazer um penteado no cabelo, e nem passar o batom que ela tanto gostava”, disse. “Mas enfim, tudo isso acabou, agora a Júlia é uma estrela e uma das mais lindas e guerreiras que podem existir, foi com o Papai do Céu que ela tanto queria”.

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Abaixo, você pode ler a carta de Júlia à Gabriella:

“Tia Gabriela eu estou com muita dor e já quero ir morar com o papai do céu, por isso pedi para a tia Marta escrever essa carta na agenda da Branca de Neve que você me deu.

Pedi pra tia te ligar porque estou com saudades, mais não conseguimos falar com você, ligamos no Banco que você trabalha mais existe muitos e não sei o número do seu trabalho, não sei se agente te esperar na visita do Domingo. Quero pedir obrigado por me conhecer por vim me ver e por me dar o video game que te pedi, eu sabia que era muito caro e pra comprar o video game precisa vender uma casa, mesmo assim você me deu, obrigada pela sandália de salto que me deu, e por trazer aquele lanche que eu sempre vi na TV, obrigada por vim me ver no meu aniversário e trazer o sorvete de morango.

Você é a minha melhor amiga e eu queria que você fosse a minha mãe, pedi para o papai do céu me fazer sarar, porque ai você ia arrumar os documentos e me adotar, você disse que ia ser difícil mais eu ia pedir para o juiz deixar você ser a minha mãe, e ele ia deixar, porque você já é grande e até dirige um carro.

Quando eu crescer quero ser bonita igual você! Também quero dizer na sua carta que eu amei que colocou bexigas no meu aniversario e levou até brigadeiro.

Tia Gabi eu te amo e estou pintando as bolinhas do calendario igual você disse e só falta duas fileiras para o dia do seu aniversário, mais estou muito doente e com dor, por isso se eu for morar com o papai do céu, não fica triste, porque eu te amo e só você é a minha melhor amiga.

Jullia”

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Fonte: Revista Extra

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