O fantasma do bullying – físico, verbal ou escrito – deixará de ser um problema recorrente nas escolas quando a comunidade escolar e os pais dos estudantes debaterem mais esse assunto: na escola e em casa.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
No caso dos pais, sabemos que nem sempre existe tempo para esse diálogo com os filhos, principalmente os pais que trabalham o dia inteiro e, quando chegam em casa, só pensam em descansar para trabalhar no dia seguinte. Essa é a realidade da grande maioria de pais de alunos da rede pública de ensino.
A escola acaba sendo o melhor lugar para realizar essa conversa, pois os alunos passam um terço do seu dia – às vezes, dois terços – nela. Se falta tempo a muitos pais, o mesmo vale para as professoras e professores. Por isso, os próprios estudantes são fundamentais para a conversa sobre o bullying no ambiente escolar – eles são as presas mais fáceis desse fantasma, não é mesmo?
Não importa a idade, qualquer estudante – do ensino fundamental ou médio – pode iniciar a conversa da forma que achar melhor. O garoto Paulo Pirotta tinha apenas 7 anos quando começou a falar sobre o bullying na escola onde estuda, em Cornélio Procópio, no Paraná.
Leia Mais
Em 2017, um amigo dele foi vítima de agressão verbal, porque estava acima do peso. Várias crianças usaram palavras e expressões ofensivas para magoar o menino. Paulo chegou em casa arrasado, sem entender muito bem o que tinha presenciado, mas querendo ajudar seu amigo, de uma forma ou de outra.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
“Explicamos pra ele que aquilo era bullying e mostramos vídeos na internet sobre o assunto. Então, ele disse para mim e para o meu marido: ‘Eu preciso acabar com isso’”, contou a mãe do garoto, Fernanda Pirotta, em conversa com o Razões para Acreditar. “Ele estava disposto a fazer alguma coisa de verdade.”
Fernanda e o marido, Flávio Odizio, começaram a pensar em maneiras para o filho frear o bullying na escola dele. “Nós simplesmente não podíamos deixar que ele achasse que o problema não tem solução, que não há nada para fazer. Foi quando nasceu o projeto.”
Surge então o projeto Diga não ao bullying: mesmo diferentes somos todos iguais, que Paulo, hoje com 9 anos, toca com o apoio da mãe e do pai.
Tudo começou com um cartaz simples, preenchido com palavras de gentileza, que o garoto colou num corredor da escola da sua escola. Uma professora e a diretora da escola também abriram um espaço para que ele falasse com os colegas sobre o bullying.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
O projeto ganhou asas e chegou ao conhecimento de professoras e diretoras de escolas da rede pública. Desde então, Paulo visita escolas públicas para falar sobre o bullying com estudantes que não têm esse diálogo em casa e em outros espaços fora da escola.
“Ele faz uma pequena explanação para as crianças [de 6 a 10 anos] sobre o bullying, dizendo o quanto é ruim e incentivando para que não aconteça mais. As crianças recebem muito bem a mensagem, das mais novas às mais velhas”, explica Fernanda.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
Fernanda disse que o objetivo do projeto é também levar a discussão sobre o bullying para os pais dessas crianças, fazendo o movimento inverso: dos filhos para os pais. “Para que sejam abertos ao diálogo, e que se comuniquem mais com seus filhos”, afirma ela.
Você pode acompanhar as visitas e outras atividades do projeto no Instagram. As salas e auditórios das escolas estão sempre cheios de crianças querendo saber mais sobre o bullying e compartilhando suas experiências.
crédito das fotos: Reprodução/Instagram @mesmodiferentesomostodosiguais
Quer ver a sua pauta no Razões? Clique aqui e seja um colaborador do maior site de boas notícias do Brasil.