“Virei modelo plus size e uma referência de beleza para a minha filha”

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Como se libertar de padrões impostos pela sociedade e conquistar o tão desejado amor-próprio? Neste depoimento, Lívia Costa, 41 anos, modelo plus size de Salvador, conta como passou a aceitar sua beleza fora dos padrões e recuperou a autoestima para servir de exemplo para a filha, Lavínia.

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“Tive um relacionamento estável com o pai da minha filha por cerca de dez anos. A Lavínia chegou trazendo alegria, mas, um ano depois, mesmo casada, me vi como única responsável por ela.

Minha vida estava ainda mais corrida, e a atenção do meu ex-companheiro comigo era igual a nada. Fui ficando triste, desmotivada e engordei absurdamente. Minha autoestima bateu no fundo do poço. Então, quando minha filha completou 5 anos, tomei a decisão de me separar.

Eu precisava cuidar de mim. Não foi fácil superar o fracasso desse relacionamento. Quem me dava forças para não desistir era a Lalá. Olhar para o seu rostinho me enchia de coragem, e, assim, a vida foi tomando novos rumos.

Mãe de menina preta

Nessa mesma época, minha filha começou a fazer ensaios fotográficos como modelo infantil, e acabei participando de um. Foi quando me dei conta de que ter vergonha do meu corpo e me esconder, como vinha fazendo, não ensinava nada de bom a ela.

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Mesmo fora do padrão, eu podia me sentir bonita. E me aceitar era tão importante para mim quanto para a Lavínia. Como mãe de menina preta, eu precisava ajudá-la a saber que o corpo, a pele, o cabelo não validam quem uma pessoa é. Isso impulsionou uma grande mudança em mim e, buscando meu lugar ao sol, também entrei para o mundo da moda como modelo plus size.

Hoje, tenho orgulho da mãe que sou e da mulher que me tornei. Por isso, incentivo outras a se libertar de padrões e preconceitos, ter amor-próprio, não aceitar relacionamentos tóxicos e se defender do machismo. Minha história está no livro Mães Pretas – Maternidade Solo e Dororidade, ao lado de outras 36 vozes de mães negras, e fico feliz por saber que agora sou uma referência positiva para a minha filha.”

Texto: Romy Aikawa
Foto: Fabíola Freire / Caixa de Fósforo

Conteúdo publicado originalmente na TODOS #43, em maio de 2022.

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