Moradores confeccionam 2 mil cartões de visita para ajudar picolezeiro a divulgar seu trabalho no MS
O vendedor de picolé Amadeu de Oliveira, 64 anos, não esperava, mas um singelo pedaço de papel com nome e telefone dele mudaria completamente sua rotina como comerciante em Caarapó, no Mato Grosso do Sul.
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Alguns dias atrás, uma cliente se emocionou com a simplicidade do cartão de visita do vendedor. “[Entreguei] para caso ela precisasse novamente de picolé. Bastava me ligar e eu ia até lá”, contou o sr. Amadeu.
Inspirada com a atitude do idoso, a cliente enviou o cartão improvisado para o jornal local da cidade como sugestão de pauta.
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Pouco depois, um jornalista do CaarapoNews procurou uma gráfica para imprimir cartões de visita para que Amadeu pudesse entregá-los durante suas vendas.
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A iniciativa só foi possível graças ao repórter José Carlos dos Santos, a gráfica e um médico da cidade com apoio dos moradores, que contribuíram financeiramente com a confecção dos cartões, previstos para serem entregues nesta semana.
Além disso, um doador anônimo deixou R$ 100,00 para o vendedor, que foi entregue diretamente à ele.
Tamanha corrente do bem, em uma cidade com pouco mais de 31 mil habitantes, emocionou Amadeu, que não segurou as lágrimas. “Sim, eu chorei. Chorei de emoção. É impossível não se emocionar ao ver que ainda tem muita gente boa nesse mundo”, disse ele ao portal Lado B.
Ele mal vê a hora de ter os cartões em mãos, o que facilitaria a divulgação do seu trabalho e o contato com a clientela.
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Enquanto isso, Amadeu se programa para trocar de celular e ter acesso a um aplicativo bancário que possibilite transações via Pix. “O meu é daqueles antigos, então, eu não consigo ver ali na hora, né?”.
De acordo com José Carlos, o vendedor de picolé recebeu algumas doações em dinheiro via WhatsApp, que será repassado à ele assim que possível. “Tudo que chegar vai ser destinado ao seu Amadeu, uma pessoa muito simples e que merece”, afirmou o jornalista.
Seu Amadeu nasceu em Brumado (BA), mas se mudou ainda criança com a família para o interior paulista, em busca de uma vida melhor. “Chegamos de caminhão, que antigamente, era chamado de ‘pau de arara”, recordou.
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Desde a juventude ele trabalhou em fazendas até conseguir um trabalho na área gráfica. Nos últimos anos, viveu com uma irmã em Lucélia (SP).
Em 2021, decidiu se mudar para Caarapó, visando ficar mais perto dos filhos. “Minha filha e meu filho foram me buscar para ficar perto deles”.
Se tem uma coisa que Amadeu detesta é ficar de braços cruzados em casa – daí a ideia de se tornar picolezeiro e sair buzinando pela cidade, que na maior parte do ano, faz um calorão. “Ninguém mais dá emprego na minha idade”, lamenta.
O trabalho autônomo, que ele abraçou há cinco meses, lhe faz feliz apesar do sol quente e das longas caminhadas diárias. “Assim, eu conheço as pessoas, faço amizades, me aproximo mais da cidade e ainda tem o pão de cada dia”.
Em abril, Amadeu completa 65 anos de vida. Sempre de bem com a vida, reforçou: “Sou do terceiro decanato do signo de touro, não vai esquecer. Signo bom”, disse.
Fonte: Campo Grande News
Fotos: José Carlos dos Santos
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