Ao invés de fotos de crianças desnutridas ou pessoas em situações degradantes, muitas campanhas de arrecadação de recursos estão privilegiando imagens de esperança e otimismo. É o caso do aplicativo brasileiro Ribon, uma plataforma que proporciona uma experiência de doação totalmente gratuita aos seus usuários.
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“Resolvemos tirar o foco do sofrimento que essas pessoas passam para dar mais ênfase ao impacto positivo que uma doação eficiente causa”, explica Rafael Rodeiro, CEO da startup Ribon.
O que a startup de doações evita é o chamado “poverty porn” (algo como “pornografia da pobreza”, em tradução livre). Amplamente utilizado para fins de caridade, o recurso usa imagens apelativas e impactantes para sensibilizar pessoas a abrirem suas carteiras e realizar uma doação.
De acordo com a psicoterapeuta Pollyanna Esteves, é usado o gatilho da culpa nesse tipo de campanha. “As pessoas doam para se sentirem menos culpadas pela situação do outro e menos culpadas pela própria situação de estar bem, o que logicamente não faz sentido”, afirma a profissional de saúde.
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Doação & Quebra de estereótipos
A tendência que a Ribon segue é em escala mundial. No Twitter, habitantes da África se mobilizam em postar a hashtag #TheAfricaTheMediaNeverShowsYou (“A África que a mídia nunca mostra para você”, em tradução literal).
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Nela, são expostas apenas imagens positivas, coloridas e de felicidade a respeito do continente africano. Lá existem projetos que são beneficiados pela Ribon. “Um dos nossos objetivos ao adotarmos essa postura é quebrar estereótipos equivocados sobre a realidade dessas comunidades africanas”, explica Rodeiro.
A prática do “poverty porn” foi tão exposta às pessoas com o propósito de causar choque que elas se acostumaram com essa linguagem e passaram a ver o sofrimento como algo banal.
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De acordo com Pollyanna, as consequências para a saúde mental podem ser sérias. “Criamos o costume de olhar só o lado ruim da vida e isso é péssimo, porque a mente usará esse filtro e buscará o tempo todo só o negativo. A longo prazo, isso pode causar, inclusive, depressão”.
Resultados positivos
A mudança apontada por Rodeiro é lenta, mas já mostra resultados promissores. Há um consenso geral de que apelando para culpa, as pessoas vão querer doar mais, o que pesava contra a Ribon quando optou por seguir um caminho diferente do usual no setor.
Atualmente, a plataforma já conseguiu realizar mais de cinco milhões de doações para ONGs que trabalham na distribuição de água potável, medicamentos, saúde básica e fortificação alimentar. Isso é uma evidência de que a abordagem otimista gera resultados.
Sobre a Ribon
A Ribon foi fundada em Brasília pelo então estudante de Engenharia de Produção da UnB (Universidade de Brasília), Rafael Rodeiro, em 2016, depois de terminar a gestão como presidente de uma empresa-júnior da instituição.
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Seu objetivo era empreender em algo que tivesse propósito. Então começou a trabalhar para que a doação para caridade se tornasse parte da cultura do brasileiro. Três anos depois, a Ribon passou por aceleração na Cotidiano, investimento da Redpoint e atualmente participa do programa CUBO do Itaú.
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Fotos: Divulgação
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