A advogada Iane Cardin, de Salvador (BA), descobriu um câncer de pulmão em 2015, após meses de sintomas persistentes, como tosse consistente e dor na região das costelas.
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Entre junho e dezembro daquele ano, Iane, de 53 anos, passou por nove otorrinos, dois pneumologistas e três alergologistas. A suspeita inicial foi de sinusite, apesar de Iane dizer aos médicos que era fumante – fumava quase duas carteiras de cigarro por dia.
Os sintomas se agravaram e foi somente após se consultar com uma oncologista especialista em pulmão e coletar o material para biópsia (mais de uma vez), que Iane recebeu o diagnóstico de câncer de pulmão com metástase nos ossos.
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“Quando eu recebi o diagnóstico, diferentemente do que acontece com a maioria das pessoas, não me faltou chão. Na verdade, o chão surgiu pra mim porque eu estava saindo de um médico e entrando em outro, trocando medicação, fazendo internação e vários exames”, conta Iane, que se sentiu aliviada por finalmente saber o que havia de errado com seu corpo após meses investigando.
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Nesse período, Iane perdeu 25 kg. Ela já não conseguia mais dormir deitada – tirava pequenos cochilos sentada – e dependia de ajuda para fazer coisas que antes fazia sozinha, como subir um lance de escadas.
“Também comecei a fazer atividades físicas e passei a ter uma alimentação mais saudável. Faz sete anos que eu convivo com o câncer. Sem sombra de dúvidas, eu posso dizer que tenho uma vida normal. Esse foi o grande paradigma que a convivência com o câncer quebrou. Eu pensava que, quando se tem câncer, em uma mão está o diagnóstico e, na outra, a certidão de óbito com um espaço em branco”, diz.
“Tive também o privilégio de contar com uma rede de apoio incrível. Minha irmã fazia caldos nutritivos pra mim, pois não conseguia comer alimentos sólidos, além de duas amigas que me apoiaram e estão sempre ao meu lado – uma tirou férias para me dar suporte e a outra me acompanha nos procedimentos até hoje, mesmo não precisando. Ou seja, a parceria família, amigos e médico me fez estar aqui hoje”, acrescenta.
“Câncer de Pulmão, Eu?”
Iane acredita que o preconceito contra pacientes oncológicos fumantes retarda a busca por ajuda médica.
“Não se trata de uma escolha, mas de um vício. A pergunta é sempre a mesma: ‘Você era fumante?’. Se isso me incomodava enquanto fumante, imagina o quanto incomoda quem nunca fumou e também tem câncer de pulmão”, reflete.
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Segundo o Radar do Câncer, levantamento realizado pelo Instituto Oncoguia com base no DATASUS, aproximadamente 80% dos casos de câncer de pulmão estão relacionados ao tabagismo. Os 20% restantes são de pessoas que nunca fumaram.
É justamente para conscientizar a população de que basta ter pulmões para correr o risco de ter câncer de pulmão que o Instituto Oncoguia, entidade de apoio, informação e defesa dos direitos de pacientes com câncer, lançou a campanha Câncer de Pulmão, Eu?
“Apesar de existirem políticas de sucesso no controle do tabagismo no Brasil, estamos diante de um cenário em que mais de 80% dos casos de câncer de pulmão são descobertos nas fases avançadas da doença”, afirma Luciana Holtz, fundadora e presidente do Oncoguia.
Avanços e mudanças necessárias
Enquanto a campanha “Câncer de Pulmão, Eu?” reforça os cuidados que pacientes – fumantes e não fumantes – devem ter, a campanha global da farmacêutica Roche sobre o tema, Redefinindo o Câncer de Pulmão, evidencia um novo momento na história da doença, a partir dos avanços da ciência e dos aprendizados da comunidade científica e dos pacientes.
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“Temos a possibilidade de saber o nome, o sobrenome e o apelido do câncer de pulmão por meio da medicina personalizada. Existem biomarcadores que permitem que o paciente tenha acesso ao tratamento efetivo para o seu tipo de câncer”, contextualiza Luciana Holtz.
Quanto às mudanças que considera importantes para a área, Holtz destaca a implementação de um programa de rastreamento para a população de alto risco.
“Precisamos começar essa discussão urgentemente e garantir mais agilidade ao diagnóstico. Se há um diagnóstico precoce, o tratamento tem mais chances de ser bem-sucedido e garantir mais qualidade de vida para o paciente. Além disso, é óbvio que a gente tem que seguir conscientizando a população. O controle do tabagismo deve ser perene”, afirma.
Neste Novembro Branco, mês de prevenção e conscientização do câncer de pulmão, Holtz reforça a necessidade de discutir o assunto sem tabus. “Não podemos parar a discussão sobre o tema, até porque ganhamos outro inimigo, o cigarro eletrônico. Sabemos que não é seguro, mas ainda temos muitos desafios, principalmente porque é alvo de um grupo de pessoas muito jovens”, acrescenta.
Associações de pacientes
O cenário atual reforça ainda mais a importância de associações de pacientes, como o próprio Oncoguia. Iane foi apoiada e se tornou voluntária da instituição. Segundo ela, foi uma paixão à primeira vista que se transformou em casamento.
“Se existe uma coisa que eu aprendi nesses sete anos é que o maior medo do paciente oncológico não é o câncer, mas o desconhecido que chega junto com ele. O Oncoguia faz todo esse acolhimento. Acabei me voluntariando para integrar esse grupo de pessoas que luta para que o paciente com câncer tenha uma melhor qualidade de vida e um direcionamento”, conta.
Luciana Holtz acredita que o papel das associações é incentivar o acesso aos cuidados adequados para todos.
“Trabalhamos ajudando todas as pessoas que recebem o diagnóstico de câncer, uma a uma, de forma personalizada. Mas também atuamos em prol do coletivo, batalhando para que tenhamos políticas públicas atuais e que sejam sustentáveis, equitativas e justas. Assim poderemos oferecer um cuidado mais efetivo a todos”, disse.
Para se informar e saber mais sobre o diagnóstico e tratamento do câncer de pulmão, visite o site do Oncoguia e o site da campanha da Roche – e compartilhe com amigos e familiares, fumantes e não fumantes.
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